29 de setembro de 2003

PORTUGAL 2010: ODISSEIA NA EUROPA

Não faltava mais nada, o estudo encomendado pelo governo: “Portugal 2010: Acelerar o crescimento da produtividade“, à McKinsey & Companhia, confirma alguns dos diagnósticos que há anos vêm sendo apresentados e aponta para terapêuticas muito objectivas.
O primeiro destaque está no facto da produtividade em Portugal ser metade da europeia...
Não tendo a pretensão em analisar o referido relatório, embora não deixe de remeter o leitor para o “Regar a areia”, de António Barreto, gostaria, contudo, de saber, qual a extrapolação que pode ser feita para o sector primário da produção de bens alimentares (mesmo não tendo sido esse um dos sectores objecto do estudo).

Por outras palavras, tendo em conta a falta de “...indicadores e objectivos de desempenho em todos os níveis hierárquicos e desenvolvimento de um sistema e de uma cultura orientada para os resultados.” na Administração Pública, qual a proporção de responsabilidade dos ditos Serviços Veterinários?
Mas a interrogação não está centrada no Serviço em si, antes na sua tutela.
Porque se toleram a falta de rigor científico e de disciplina na execução dos programas de Saúde Animal?
Porque se aceita a descoordenação entre Serviços Centrais e Regionais, em que cada qual faz um pouca à sua maneira e em função dos recursos humanos disponíveis, sem ser seguido qualquer critério de avaliação e ponderação dessa prestação?
Onde está o projecto estratégico de instilar uma cultura orientada para os resultados, se as deficiências que importa ultrapassar são sistematicamente apontadas e sistematicamente postergadas para resolução futura?

O estudo em referência aponta para a necessária “Melhoria da estrutura organizativa da Administração Pública eliminando redundâncias e assegurando uma responsabilização ‘individualizada’ pelos objectivos específicos críticos e reavaliando a autonomia da decisão de entidades-chave”.
Será o Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, capaz de olhar para os Serviços Veterinários, incluindo o Corpo Nacional de Inspecção Sanitária e o sector “Veterinários Municipais” e aplicar aquela fórmula sob a forma de uma política para o sector? A profissão Veterinária não pode dar uma ajuda?

28 de setembro de 2003

PENSAMENTO DO DIA

Se queres lixar o teu contrato, pede conselho ao Sindicato.

UM PÊLO NA ENGRENAGEM

Na ....., o cio denuncia-se por alterações que modificam o caracter, produzem nervosismo e excitação; montam nas companheiras; urinam com frequência (o que seria se nas primatas acontecesse o mesmo!); perdem o apetite; a vulva fica tumefacta, aumentada e congestionada (nelas também há o “lado tanga”) e procuram o macho se está próximo. Dura de 1 a 5 dias, repetindo-se se não houver fecundação.
Mas a actividade sexual fica dificultada pela falta de manganez.
Há sempre um mas! Um pequeno pêlo na engrenagem pode estragar tudo!

26 de setembro de 2003

PENSAMENTO DO DIA

Nunca falta um Veterinário para um animal extraordinário!

CRIME E CASTIGO

Não, não pretendo apropriar-me da obra de Dostoievski, apenas partilhar com o leitor o sentimento de frustração da “moderna” filosofia que exalta o valor do castigo como redentor de todas as faltas, exactamente porque o conciliábulo ou simplesmente a indiferença, para não dizer a conivência tratarão de bloquear a sanção, que é como quem diz: vale a pena correr riscos, pois o acto repreensível será ou não punido, provavelmente não!
Vem o caso a propósito da “mania” entranhada no torrão lusitano, de reportar a bondade de qualquer iniciativa, processo, programa ou projecto, ao espectro do efeito sancionatório que, qual espada de Dâmocles, sustentaria, só por si, o êxito dessa iniciativa, processo, programa ou projecto, exactamente porque os riscos saneariam qualquer veleidade de os correr.
A cólera que tal panorama motiva chega a ser incontrolável, qual ética qual quê, se a realidade e a experiência demonstram a cada segundo que nada acontece por essa via, que valores poderão suster a revolta que me impele contra os defensores dessa “filosofia”, por muito boas possam ser as intenções de quem a defende?
Não é óbvio que os princípios que regem as leis, os códigos, as boas práticas… só poderão redundar em resultados práticos visíveis, ao desenvolvimento, à melhoria das actividades, se esses princípios forem interiorizados e concretizados com plena consciência e empenho daqueles a quem se dirigem?
Então que raios de razões explicam as boas vontades da tanto dirigente, críticos e objectivos ontem e hoje tão complacentes com o “sistema”?
Podem legislar, normalizar, harmonizar directivas, fazer trinta por uma linha, se não for concomitantemente assumida uma profunda mudança estratégia da mente, que comece naturalmente pelo ensino e formação (estatuto cognitivo), passando pela mudança de atitude e depois de comportamento, continuaremos a usar as novas tecnologias a modos do homem de Cro-Magnon.
Ao assunto voltarei, sempre… com exemplos muito concretos, coisas de convicção inabalável!

25 de setembro de 2003

OUTRA VEZ A REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (2)

Cada vez estou mais baralhado com o que se diz sobre esta reforma; baralhado porque, aparentemente, as “notícias” não têm coerência. Parece não haver uma linha de rumo claramente exequível. É sabido que, infelizmente, as notícias nem sempre são prestadas de forma isenta, i.é., com a intenção de, de facto, informar adequadamente. Muitas vezes espelham apenas o lado político do problema, o que mete pena! Neste caso, o que delas podemos deduzir é que a dita reforma está a ser gizada por quem não está por dentro dos problemas, ou que as pessoas dela incumbidas nem sequer estão bem assessoradas. Que a questão é complexa não resta qualquer dúvida e por isso mesmo todas as informações para o público deveriam revestir-se da máxima cautela. Caso contrário, surgirá grande contestação a qual em nada favorecerá a execução da reforma. Reina um aumento da desordem e da incerteza (?) no seio de vários sectores da A. P., o que indicia, sem sombra de dúvida, uma verdadeira crise....
Começo a pensar que Saint-Just tinha total razão ao dizer:
“ Todas as artes produziram as suas maravilhas; só a arte de governar não produziu senão monstros”

PENSAMENTO DO DIA

Quando chegam à Direcção, perdem logo a tesão!

ad cautelam

“Eu também preciso de um veterinário. Dava-me jeito, pronto!
Um dos meus gatos tem o ouvido interno afectado, anda de lado...e tem pouco equilíbrio. O que faço, senhor doutor veterinário?” PAPOILA

Por precaução pegava no animal é corria para o Centro de Atendimento Médico-Veterinário mais próximo para tratar dessa otite… Em circunstância alguma chame os técnicos do ICN!... e também à cautela não confie no electricista…
Mesmo sem saber quem realmente precisa do Veterinário, devo dizer que, por razões deontológicas, estamos impedidos de nos relacionar com os clientes… deve ser, para aí, o artigo 19º do Código! Já para não falar do efeito dos opiáceos, Papoila… e da perda de equilíbrio!

23 de setembro de 2003

Um chimpanzé, Eu e o que Deus quiser

(Do pouco saber vem o muito ousar)

Confesso que nutro uma particular simpatia pelos chimpanzés e orangotangos, mas não tanto pelos gorilas....... Sempre os considerei, sob o ponto de vista da Evolução, como meus primos e desde já peço desculpa pela apropriação deste parentesco.............. São muito feios! Mas os chimpanzés são fora de série.....
Sempre me intrigaram as suas expressões faciais muito humanas e creio que não raramente procuraram comunicar comigo; só que nunca soube como fazê-lo, até que há dias algo de extraordinário aconteceu ao voltar ao Zoo onde fora ver um dos meus primos com “quem” há muito não “trocava expressões”.... Fartei-me de falar. Eis o que se passou:
- Comecei por dizer-lhe que o ser humano – o chamado macaco pelado – é o mamífero que tem o maior período de amadurecimento e, como tal, o meio social onde vive exerce um papel muito importante, mesmo fundamental, independentemente do facto do cérebro prosseguir a sua “edificação” até à idade adulta, mas que eles – meus queridos primos – conseguiam completar o desenvolvimento por volta dos 6/8 anos, tendo já aprendido a quebrar nozes com um pedra servindo de martelo, mas sem esborrachar os dedos (o que eu considerava muito importante); a comer salalé servindo-se duma varinha; a conhecer as plantas e frutos para alimentação e a utilizar o sexo para fins sociais.......
E prossegui dizendo que os gorilas a partir dos 4 anos já não aprendiam mais nada e iam à vida; que eles, inclusivamente, usavam o sexo com duas finalidades bem distintas enquanto que connosco as coisas não eram assim tão fáceis...... Também referi que a maioria dos nossos jovens por volta dos 15-16 anos de idade já estava convencida de que em termos sociais sabiam tudo e que em termos de Conhecimento também não precisavam de aprender muito mais.
Falei e falei, confesso. Mas fui ficando cada vez mais intrigado porque o meu primo mantinha-se calado e com uma expressão parada, embora aparentemente “ouvindo-me com toda a atenção. Eu já estava tão desiludido que quase desisti de continuar o desabafo........ Prossegui dizendo que me parecia haver algo de profundamente errado nesta situação, porque volta não volta os macacos pelados mais jovens “esborrachavam os dedos” (morrendo estupidamente em acidentes rodoviários), ou engravidando adolescentes (ainda mais jovens que eles), ou entrando no mundo da droga, etc. e quando ingressavam na Universidade nem sempre estavam adequadamente preparados; que provavelmente haveria alguma coisa muito errada porque nem tudo poderia ser assacado aos jovens.
Nesta ocasião, em que me sentia meio perdido e estúpido por estar “falando” para um chimpanzé, aconteceu a coisa mais extraordinária da minha vida. O meu primo, como que despertou e “falou”, por sinal muito “claramente”, para meu gáudio, mas também para meu eterno espanto:
É memo, mano! Tem esperto na cabeça, mas fala muito. Pô, não amola!
Foi o que Deus quis! Será por isso que ninguém faz comentários?

PENSAMENTO DO DIA

(especial dedicado a animais, remetido por "qualquer coisa".)

Não faças ao teu veterinário aquilo que ele te faz a ti!

PARA A PRÓXIMA USEM UMA FISGA!

Os factos falam por si… digo eu! A intervenção do Instituto de Conservação da Natureza (ICN) no que se refere ao cumprimento da convenção de Washington – estabelecida em 1973 – CITES (Convention on International Trade on Endagered Species of Wild Fauna and Flora) – parece tão delicada como elefante em loja de faiança: “Portugal é a grande porta de entrada na Europa rica para os animais vindos de África ou da América do Sul. Mas tanto em Portugal como no resto da Europa as apreensões de animais selvagens são ridículas.”

A permissividade, a complacência e o benefício ao infractor, a par com a inabilidade e incúria dos técnicos do ICN foram notórios no Especial Informação da RTP1 (emissão de 2003.09.22) … e como se tal não bastasse, o cúmulo da usurpação de funções de Médico Veterinário!?...

No meio de toda a panóplia de irregularidades e ilegalidades, um denominador comum: um confrangedor amadorismo.
A morte, entre outros, de duas leoas, na sequência da intervenção dos agentes do ICN, é apenas a face mais chocante da história, pois em toda a intervenção não houve o mínimo sinal de planeamento.

Por que raio de razão haveria o ICN de salvaguardar uma cuidada utilização de substâncias de uso restrito? Isso seria destoar do amadorismo denotado.

Apelo à Ministra das Finanças que mande recolher as carabinas, dardos e anestésicos e distribua fisgas aos técnicos do ICN. Será que eles vão perceber? Poupava-se no OE e o efeito prático, além de ser o mesmo, talvez salvasse a vida a alguns animais.

22 de setembro de 2003

PENSAMENTO DO DIA

(remetido por "qualquer coisa")

Há veterinários que vêm por bem...

20 de setembro de 2003

HOMO SAPIENS SAPIENS...HOMO

Todo o mundo sabe que a Evolução do Homem se vem processando desde há 100.000-50.000 anos e prossegue, evidentemente.
Como não podia deixar de acontecer, a sociedade humana também se foi modificando ao longo daquele tão longo período de tempo, umas vezes, talvez, em saltos mais ou menos bruscos, mas geralmente de forma gradual, até que somos chegados ao tempo actual.
Certo é que as sociedades, tal como hoje as conhecemos, são diferentes, em muitos aspectos, das que existiam há 3.000 anos e do mesmo modo as actuais serão também muito diferentes das que existirão daqui a mais 2.000 anos (por exemplo).
Antigamente os comportamentos das pessoas não se alteravam frequentemente o que terá contribuído para a manutenção das características das sociedades durante períodos dilatados. Actualmente, porém, as normas de conduta das pessoas estão sendo alteradas, ou mudadas, muito rapidamente, tão rapidamente que em muitos casos nem sequer são substituídas. De facto, a Sociedade Moderna está perante uma crise dos conceitos, princípios, valores, normas, o que põe em jogo a Autoridade e dificulta a convivência.
Mas há uma excepção...pois parece haver por toda a parte uma notável convergência no que respeita à constituição da família. Este facto, cremos, não deixará de ter consequências muito fortes no sistema organizacional das sociedades próximo-futuras, particularmente em torno da família-nuclear .....(Não estou ironizando muito!).
Há no ar fortes sinais desta mudança só que ninguém está habilitado a predizer como serão as sociedades daqui a x anos....
Evolução nem sempre implica melhoria.... E os veterinários - uns mais, outros menos, outros nunca, credo - por certo não deixarão de dar algum contributo !!!!

18 de setembro de 2003

ERRADICAÇÃO OU EXTINÇÃO DOS DINOSSAUROS?

Porque desapareceram os dinossauros? Um cataclismo telúrico de dimensões inimagináveis? O choque de um meteorito com a Terra?

Parece que a “tese do meteorito” satisfaz grande parte da comunidade científica, embora não exista unanimidade (graças a Deus!) e assim duas questões se colocam: onde estão as evidências fossilizadas do “desaparecimento” da vida à face da Terra? Se caiu um meteorito, onde está a cratera?
A discussão científica centrou-se na cratera de chicxulub (México), vestígio da queda de um meteorito há... 65 milhões de anos, o qual poderia ter sido o causador de uma catástrofe global, capaz de extinguir os dinossauros.
Entre defensores e opositores da “tese do meteorito” a troca de opiniões não tem sido muito satisfatória ("Público" de 2003.09.17), mas afinal a controvérsia científica poderá ser facilmente dirimida, desde que a proposta do “Veterinário precisa-se...” seja aceite. É muito simples!

O assunto deverá ser agendado para a próxima reunião de Directores de Serviço de Veterinária, a propósito dos programas de erradicação.
Afinal a extinção dos dinossauros não difere muito dos programas de erradicação das doenças dos animais, na Lusitânia, pois que em vez de erradicar doenças, tem erradicado os efectivos pecuários!
Tenho a certeza que a Direcção-Geral de Veterinária mandará imediatamente fixar em legislação a data oficial da extinção dos dinossauros na Terra e deixa de haver dúvidas, passa a ser oficial!

Pode ser até que, com um bocadinho de sorte, alguém, daqui por 65 milhões de anos (mais coisa, menos coisa), venha a descobrir os fósseis dos últimos espécimens do armentio pecuário, no que então corresponder ao actual território nacional... enfim, crateras com a mesma idade talvez não se encontrem, mas uma enorme concentração de irídio será com certeza descoberta no local onde habitualmente decorrem as aludidas reuniões.

15 de setembro de 2003

Mea Culpa

Sempre se encarou a profissão como uma fénix. Sempre na vã esperança de ver ressurgir o brilho que lhe atribuem em tempos passados. Por coincidência sempre conotado com o antigamente, com o saudosismo, com coisas tão estranhas para os jovens licenciados de hoje como intendências, juntas e outras...
Por certo que reconheço ter aprendido muito com quem percorreu tais caminhos, ainda de morte recente quando iniciei a profissão. Mas aprender também tem defeitos. E este processo teve um defeito fundamental. Na verdade pertenço a uma geração produto do fim de uma escola única. Uma geração que foi confrontada com a ascensão e queda do mundo rural. Uma geração que, porventura, não soube fazer a ponte entre o passado e o porvir, enleada no fascínio dos fantasmas do passado. Uma geração que não soube aproveitar a riqueza de saber e sentir que essa transição lhe poderia trazer. Uma geração que ao viver na ilusão do retorno de glórias passadas, não soube criar as alternativas de evolução à realidade que se lhe colocava.
Acredito ainda estarmos a tempo de não nos vermos caducos velhos do restelo, roídos de inveja e medo, a fazer tardar a catarse da profissão. Tal fénix...

PENSAMENTO DO DIA

Azeite de cima, mel do fundo, vinho do meio e de Veterinário receio!

QUEM NASCE TORTO...

Três anos e três comissões instaladoras depois (gestação mais do que prolongada...), anuncia-se ("Público" de 2003.09.14) o parto da orgânica da AQSA para o próximo mês de Outubro.
Apesar das dúzias de ecografias, análises detalhadas e até uma ou outra amniocentese, os babados pais ainda não notaram as graves deficiências do quase-nado-vivo-quase-morto que aí vem!

Para quem acha que tal opinião não passa de má-vontade, tome nota do seguinte e em consciência responda para si (ou para o "sou todo ouvidos"), cada uma das questões:
- Como aqui já ficou bem expresso, a propósito da confusão entre fiscalização e controlo, a estrutura que o governo anuncia como "muito operacional e organizativa" (?), concentrará competências nos domínios da Inspecção, Fiscalização e Controlo, ou seja, mais uma vez se confundem competências distintas e actividades diferentes... onde está a operacionalidade?
- A AQSA terá competências no âmbito da avaliação e comunicação de riscos para a segurança alimentar (muito bem! apoiado!), mas a quem caberá a gestão de riscos?
- Poderão ser considerados avaliação e comunicação de riscos, campanhas contra as intoxicações alimentares, a obesidade, o consumo excessivo de sal, açucar e gorduras saturadas?
- O levantamento exaustivo e rigoroso de todos os serviços do MADRP, com intervenção na área alimentar, foi realizado de forma crítica, fundamentando-se numa estratégia prévia, tendo em vista objectivos definidos de forma substantiva?
- Foi anunciada alguma solução para a sobreposição de competências da Direcção-Geral de Fiscalização e Controlo da Qualidade Alimentar (só o nome encerra profundas contradições) e a Inspecção-Geral das Actividades Económicas?
- Foi referida qual a integração prevista para o Corpo Nacional de Inspecção Sanitária? ou qual o futuro papel dos Médicos Veterinários Municipais?
- Terá sido indicada qual a rede de laboratórios que apoiará fiscais, inspectores e controladores?

Tal como no caso do Alqueva, também os organismos com tutela na Segurança Alimentar serão erguidos, sem estarem construídos os canais de rega... depois logo se vê... à boa maneira portuguesa!

PENSAMENTO DO DIA

Se um Veterinário incomoda muita gente, dois Veterinários incomodam-se um ao outro!

14 de setembro de 2003

NOMES IMPORTANTES

O famoso fotógrafo Spencer Tunick ("Naked pavement"), voltou a Portugal, desta vez a Feira, para novos nus colectivos. Perante a perplexidade dos locais, as poucas centenas de participantes lá se despiram para a objectiva de Spencer. Até aqui tudo bem... Nas diversas TV foi entrevistado o porta-voz da PSP de Aveiro que lá explicou não estar em causa nenhum atentado ao pudor. Até aqui, tudo melhor ainda... Nome do solicito agente: António Bagina!

O universo luso-veterinário consta ser rico em nomes adequados às situações... venham de lá ideias.

PENSAMENTO DO DIA

(oportunamente remetido por "qualquer coisa")

Quem semeia Faculdades, colhe alveitares.

13 de setembro de 2003

O EFEITO BORBOLETA

"Por um prego, perdeu-se a ferradura;
Por uma ferradura, perdeu-se o cavalo;
Por um cavalo, perdeu-se o cavaleiro;
Por um cavaleiro, perdeu-se a batalha;
Por uma batalha, perdeu-se o reino!" in "Caos"; James Gleick

Vem a "...dependência sensí­vel das condições iniciais..." a propósito da queda de uma ponte pedonal sobre o IC 24 e também pela indignação que causou o relatório do inquérito entretanto realizado.

Felizmente que o mesmo efeito, sobre os Serviços Veterinários Oficiais, nomeadamente alguns programas de Saúde Animal, não resulta na queda de ovelhas e cabras sobre um qualquer IC, caso contrário era um dilúvio de animais.

Também me irrito (a formiga de langton) com as incertezas dos relatórios e o abate precoce da responsabilidade, mas pior que isso, a ausência sequer de uma recomendação num "discurso" tão científico: ou o despacho a instaurar o inquérito ou o relatório pecam por omissão grosseira.

Mais irritante ainda são os "acidentes" que nem inquéritos merecem e um dos casos mais promissores, será o do Programa de Vacinação de Pequenos Ruminantes contra a Brucelose em Trás-os-Montes.

As taxas de animais seropositivos baixaram, simplesmente porque se deixaram de efectuar rastreios e quando estes forem retomados, tudo indica que a falta de organização, controlo e acompanhamento da campanha de vacinação irá evidenciar um enorme "caos"... Não? Faço minhas, as recomendações do Abrupto (Posted 11.9.03 16:41), ao artigo de Brian Hayes.

Garanto ainda que a designação "borboleta" e os dirigentes responsáveis pelo programa, não têm nada em comum!

12 de setembro de 2003

PENSAMENTO DO DIA

Ninguém está bem com o Veterinário que tem!

REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Num post anterior ficou bem patente a minha descrença na dita reforma e cada dia que passa mais me convenço de que ela será um fracasso.
O governo parece estar centrado na modificação do estatuto do pessoal dirigente. Desta vez, no Público de hoje, diz-se que o mandato do dito pessoal dirigente não ultrapassará a duração de 12 anos consecutivos. Como se isso fosse fundamental. Então para que servirá a avaliação do desempenho? Porque não mais de X anos se o dirigente for competente?
Esta é uma medida avulsa que em nada contribuirá para a mudança de mentalidade que acabe de vez – como refere Correia de Campos, no Público de hoje – com uma Administração “centralista, pesada, desresponsabilizante, afastada do cidadão, confundindo a regulação com a prestação de serviços, regida por regras financeiras arcaicas.....” Ou estarei enganado?
Que mais será preciso dizer-se para que cada um de nós evidencie as suas dúvidas? Reclame; demonstre não estar apenas obcecado pelo imediato. Faça uso do seu espírito crítico! Então, ninguém se sente moderno, avançado?
Ou será que mais uma vez os veterinários vão deixar correr as coisas para só depois de consumadas as asneiras balbuciarem algumas “reclamações”...... ou encostarem a cabeça ao muro das lamentações.

11 de setembro de 2003

A BIOÉTICA E O EXCESSO DE VELOCIDADE

O Primeiro-Ministro empossou, no passado dia 6 de Setembro, o novo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, o qual é composto por 21 membros, ("Público" de 06-09-2003).

Embora designado por várias entidades, incluindo as Ordens dos Advogados, Médicos e Biólogos(lista dos novos membros), não conta, na sua composição, com nenhuma nomeação da Ordem dos Médicos Veterinários (enfim, os Dentistas também não estão lá): parece ser este o reconhecimento do Presidente da República e do Governo, do papel dos Médicos Veterinários em matéria de Ética para as Ciências da Vida.
Para a nova presidente do CNECV, Dr.ª Paula Martinho da Silva, “…é necessário ouvir cada vez mais os representantes das áreas responsáveis por cada matéria”.
A OMV vai de certeza reagir! Vai uma aposta?

As questões da Bioética nasceram das preocupações, naturalmente de natureza moral, decorrentes da adopção de tecnologias cada vez mais sofisticadas, no campo da medicina, sensu lato.
De igual forma, também a engenharia nos deu melhores vias de comunicação e sobretudo, melhores meios de transporte.
Somente, em Portugal, não basta identificar, estabelecer e legislar sobre os limites (que reflectem valores e princípios de ordem social), que supostamente todos cumpriríamos.

No caso da circulação rodoviária, por exemplo, não basta colocar um sinal de limitação de velocidade, digamos 50Km/h; vai daí, as “autoridades” mandam colocar lombas, em material resistente, geralmente de cor amarela e preta e vulgarmente designados por quebra-molas, para “impor” o cumprimento da Lei.
Por outras palavras: as regras que implicitamente aceitámos cumprir, por vivermos em comunidade, são impostas, penalizando (em despesas de manutenção de amortecedores) aqueles que, mesmo sem os malditos quebra-molas, cumpririam aquele limite de velocidade.

No caso da reprodução medicamente assistida, do uso de embriões ou no caso da clonagem e depois de identificar, estabelecer e legislar sobre os limites a impor, admitindo sempre, que os mesmos sejam um retrato fiel do “sentimento” de toda a sociedade, pergunto: qual vai ser o “quebra-molas” que vão colocar aos “bio-transgressores?

Que raio de país é este que reconhece, implicitamente, as instituições e depois se borrifa nas regras e leis que as mesmas parem e supostamente são ditadas por uma exigência da própria sociedade?

PENSAMENTO DO DIA

O Veterinário e o vento são do maior atrevimento!

GENÉTICA PORTUGUESA

Creio que - sob determinadas circunstâncias, principalmente de “duração” e grau de intensidade - o meio ambiente em que se vive é susceptível de exercer condicionamentos importantes sobre a expressão do material genético próprio deste ou daquele genótipo, mamífero ou não......
Assim e prosseguindo nesta mesma linha simplista de discurso, acredito que - relativamente ao Homo sapiens sapiens moderno - existem hoje algumas distinções a ser feitas entre os muitos grupos étnicos, umas mais nítidas que outras no que respeita ao caracter geral dos seus componentes, mas de qualquer maneira passíveis de marcar algumas diferenças (?)....
Gostaria de ser capaz de catalogá-las, mas, como é óbvio, falta-me o conhecimento apropriado em matéria tão especializada e delicada.....
Seja como for, qualquer de nós pode socorrer-se de trabalhos publicados por outros. Pessoalmente, foi esse o recurso a que lancei mão, deixando agora ao entendimento de quem ler este post “adivinhar” em que grupo se encaixam os componentes modernos que reúnem, na generalidade, as características seguintes:
- falta de sentido crítico
- ausência de autonomia mental
- querer tirar partido de tudo, se possível de duas coisas ao mesmo tempo mesmo que sejam antagónicas
- obsessão pelo imediato
- facilmente impressionável e influenciável
- recusa a fazer sacrifícios
- crédulo q. b. mas com a convicção de ser moderno
É certo de que não se pode ser radical num juízo valorativo desta natureza! Assumir esta verdade é um acto de coragem, mas também de humildade........ “No creo en las brujas, mas que las hay hay” !
E não me sinto alegre nem orgulhoso!

10 de setembro de 2003

OUTRO PENSAMENTO DO DIA

Veterinário enrabado é dinheiro amealhado.

PENSAMENTO DO DIA

Veterinário és corno serás...

BIGVET

Eu não sei se o defeito é meu, mas na verdade obrigo-me a pensar qual o motivo que assiste, à passividade do cidadão face aos critérios e ao numerus clausus que restringem a admissão dos jovens a antros de formação como o são, as escolas vulgarmente citadas por “bigbrother, ídolos,...” e afins.
Por muito menos assistimos a cenas caricatas de revolta popular (por encerramento de creches ou centros de saúde) ou prantos adolescentes (por verem negado o acesso a uma qualquer faculdade)!
E na realidade, entendo na alma a solidariedade de um pai com as alarvices publicas de um filho! Mais, sou solidário com a dor de uma mãe ao ver a sua cria expulsa pela maioria de uma população de energúmenos de um foro de opinião, por certo mais útil ao país que qualquer assembleia de deputados.
Por isso, assiste-me o direito de colocar um desafio à profissão. Deixem-se de tretas de congressos, de perspectivas e de desafios. Bigvet is waiting for you!!!

9 de setembro de 2003

RIR OU TROÇAR ?

A soma total de todas as experiências pelas quais já passei absolutamente nada valeu para fazer de mim um crente nas boas intenções do Estado no que diz respeito à nova Reforma da Administração Pública e muito menos no que ela acabará por representar na eficácia do funcionamento do todo poderoso MADRP......
Quebrar a rotina burocrática, não se trata dum exercício literário ou dum problema a resolver com um simples diploma e muito menos ela se conseguirá sem uma boa dose de coragem política para afastar da Função Pública pelo menos quem a ela se oponha (mesmo em surdina). O que está em jogo na reforma que se pretende é, fundamentalmente, uma mudança de mentalidade. Na prevista reforma, precisamente no que respeita às chefias, que importância é dada à capacidade de liderança? Não é líder quem quer e se não bastasse saber-se isto, bastaria atentar no que se vem passando no próprio MADRP.......
Quantos funcionários em exercício têm orgulho em desempenhar satisfatoriamente as suas funções, mesmo sabendo que nunca receberão um simples louvor?
Por outro lado, para gerir por objectivos, é fundamental que no patamar de decisão em que essa gestão tiver de ser feita não exista a mínima possibilidade do patamar hierarquicamente superior utilizar o seu “orçamento”, quer para colmatar erros ou insuficiências do próprio orçamento mal elaborado, quer por questões de inqualificável moral. Como todos sabemos, no MADRP há “chefes” que no seu anel límbico parece terem apenas duas amígdalas atrofiadas......
No rol das “boas intenções”, até onde se pretende ir quanto a estes aspectos de liderança e de autonomia financeira? Embora aqui somente aludidos, todavia, estes aspectos são de extrema importância para se obterem bons resultados e se na próxima Reforma não forem devidamente tratados, mais uma vez ela não passará dum fracasso por terem sido deitadas por terra uma série de medidas mesmo que bem equacionadas e legisladas, entre elas a questão da “responsabilização” individual. Não bastará, portanto, que quem esteja debruçado sobre a elaboração da Reforma tenha boas intenções, um currículo fora do comum, mas sim que veja os problemas pelo lado de dentro...... Eles são muito complexos, mas as dificuldades não podem servir para mais tarde serem invocadas para justificar as insuficiências....
Para já dá vontade de rir!

CAÇA AO PIRILAMPO

Segundo o Parque Biológico de Gaia (PBG) e ao contrário do que se esperava, a população lusitana de caga-lumes não é má de todo ("Público" de 07-09-2003).
O relatório do levantamento efectuado (o primeiro a ser feito no país) é claro: a simples percepção da sua distribuição espacial, porque o bicho é um bom indicador do estado do ambiente, permite concluir que a situação portuguesa não é preocupante… luze-luze.

Foi possível saber que no levantamento em causa e segundo o seu promotor:
- A metodologia seguida não permite atribuir validade científica aos resultados;
- As observações efectuadas incidiram apenas em 77 dos 307 concelhos do país;
- Apenas em 4 concelhos foi possível identificar populações de arincus superiores a cem espécimes;
- Em 12 concelhos nem um pirilampo foi caçado;
- Os dados são inconsistentes, já que não é possível confirmar as observações;
mas… e em conclusão, os dados “…vieram mostrar que há uma presença generalizada de pirilampos no território nacional: no Norte, no Sul, no litoral e no interior.” (??????).

Sempre pensei que a escalpelização d’ o bisturi não fosse tão superficial (nem sempre está na mão de um cirurgião ou de um anatomopatologista…), mas o certo é que estas “verdades” estatísticas estão na moda.
Partilho apenas a saudade d’ o bisturi, de caçar vaga-lumes ao entardecer ou, simplesmente, da verdade não ser tão mal tratada.
Serão estas "mentiras estatísticas" apenas um sinal dos tempos, o esforço a sobrepor-se ao sentido crítico ou simplesmente, uma vez mais, a expressão do homem lusitano de excessiva credulidade?

jus et norma loquendi

"o colega já procurou no dicionário o significado de inspecção sanitária, de rastreio, de autocontrolo, de qualidade, de segurança, de erradicação de vigilância, etc, etc, O significado das palavras que se usam para designar acções, estratégias, realizações, no âmbito da Medicina Veterinária e noutros âmbitos cinge-se ao significado expresso no dicionário de Português ou é um produto multifactorial que vai sendo definido, afinado de acordo com as experiências dos vários sectores e de acordo com a legislação que vai sendo produzida ? É preciso que se chamem os bois pelos nomes, ou corremos o risco de não ser entendidos pelos nossos pares."

De facto, o uso é que estabelece as regras da linguagem… Volto a agradecer a observação, destacando que por aqui se vai usando o Dicionário Universal da Língua Portuguesa (texto editora), não nos cingindo à estrita definição do mesmo, designadamente quanto a termos envolvendo um conteúdo técnico relevante.
Por essa razão se teceu um comentário (2) sobre essa questão em anterior post, de que sublinho: “Tão diferentes quanto o reactivo e o proactivo; a correcção e a sanção; a prevenção ou eliminação e a penalização.”

Gostava muito que os bois fossem chamados pelos nomes mas, no caso concreto, não estou investido dessa competência, razão pela qual "fui saber" junto de duas instituições de peso: MADRP e OMV (e até outras…), resultando frustrada tal iniciativa, para os objectivos a que se propunha (encontrar definições de cariz técnico para as designações Fiscalização e Controlo).

Entre os pares há sempre uns "ímpares" que se farão sempre desentendidos, por melhor definidos que os conceitos estejam (até no código de ética profissional) e outros que não perderiam pitada para meter a colherada de sabedores… A uns e outros e a outros mais, aqui fica o apelo novamente: venha de lá o nome dos bois, para jungirmos a Fiscalização e o Controlo.

8 de setembro de 2003

PENSAMENTO DO DIA

Em casa de Veterinário, todos ralham ao bastonário!

7 de setembro de 2003

contrôle

"Parece-me que houve uma ligeira confusão entre controlo e fiscalização. Talvez fosse necessário rever estes conceitos (já estão definidos) para bem da humanidade.”

Fiscalização; verificação; regulação… Agradeço a observação, mas deste lado não há qualquer confusão, contudo, a oportuna chamada de atenção motiva três comentários… até ver:
1 – Estão bem definidos? Onde? Não é com certeza na mente do legislador que gerou (criou?) a última orgânica do MADRP… Estará assente no MADRP? Não se vislumbra! Nalgum outro sítio? Talvez na OMV… Acho que não! Uma viagem por essas paragens, no espaço virtual, é infrutífera e frustrante! Concluo, pois, que o assunto não seja importante, pelo menos para o MADRP e para a OMV.
2 – Realmente há diferenças… e importantes. A sua aplicação, sob o ponto de vista técnico, acarreta consequências na organização e administração dos Serviços, no planeamento e na gestão das acções. Tão diferentes quanto o reactivo e o proactivo; a correcção e a sanção; a prevenção ou eliminação e a penalização.
3 – Somente, sob o ponto de vista semântico, são exactamente a mesma coisa… sem tirar nem pôr!

PENSAMENTO DO DIA

Veterinários nos quadros, trabalhos dobrados!

ex bona fide

"…’tomar o pulso’ às dificuldades que os vets tem com a actual situação do País em chamas?
Será que nenhuma iniciativa pode ser tomada para colaborar?
Tanta solidariedade com os pássaros da Galiza e com os nossos bichos e gentes nada?” CALLAS

De boa fé… será, com toda certeza, a proposta apresentada… aqui fica o eco… com tanta Associação profissional alguma iniciativa virá a ter lugar.

5 de setembro de 2003

JÁ PARA O IRAQUE

Ele há coincidências danadas. A libertação de al-Aqsa Haram Sharuf, a mesquita sagrada de Jerusalém, tem sido uma inspiração para palestinianos.
Das várias organizações destaco as “Brigadas Mártires al-Aqsa”, filiadas na al-Fatah (do mais que conhecido Yasir Arafat) e promotoras da intifada palestiniana e desde o ano transacto perpetrado ataques terroristas contra cidadãos israelitas.

Não têm, portanto, nada que ver com a Agência para a Segurança e Qualidade Alimentar (AQSA) e qualquer semelhança é pura coincidência: uma tem presença constante nos noticiários, da outra ninguém sabe; uma faz estragos quando entra num restaurante, a outra quando entra já os estragos estão feitos; uma é organização terrorista, a outra é um terror de organização; a al-Aqsa é uma mesquita, a AQSA uma desdita; uns são mártires, os outros martírios;

Já agora aqui fica o nosso apoio a Pacheco Pereira: “…no esforço de estabilização do Iraque, e é positivo que Portugal participe.” Sugere-se o envio da AQSA, em substituição da GNR.

Não me fodam II

De facto, muito mais importantes do que o problema das chefias são outros também susceptíveis de comprometer o êxito da Reforma da AP, sobretudo se os seus autores não procurarem entender o que está na base de cada um deles capaz de transformar o êxito na tal “cagada orgânica”......
É evidente que não será necessário “reformar” primeiro o caracter do homem lusitano para só depois se incidir na reforma da AP, mas também não se atingirá o êxito recorrendo apenas à despolitização dos Serviços por meio da responsabilização e duma justa valorização das competências profissional e administrativa.
É igualmente evidente que existem outros valores que também necessitam duma atenção muito especial da Nação, mas cujo tratamento já não cabe no âmbito duma reforma da AP, mas sim duma estratégia a perseguir durante centenas de anos........ Quero referir-me a características muito próprias do “homem lusitano” como, por exemplo, a falta de capacidade de produzir juízos valorativos; a falta de autonomia e independência de julgamento; o desejo permanente de tirar partido de tudo; etc. etc.
Se atentarmos no referido acima não deixaremos de filiar estas últimas características, e algumas outras que propositadamente omitimos, naquilo que no post se designa e com muita razão, por falência da “Escola” (desde o Jardim Escola até à Universidade), um outro aspecto que deveria merecer a maior atenção (exigência) de cada um de nós pois não deixa de ser de extrema importância para o futuro do País.

PENSAMENTO DO DIA

A Veterinária da minha vizinha é melhor que a minha!

excepcio probat regulam

“E os exemplos positivos, não existem? Se calhar só para confirmar a regra, não?!!! Mas que existem, existem. Mesmo nos ditos oficiais...” Rasputine

A excepção confirma a regra… será este um blog dirigido à maioria? Não é assunto que preocupe o escriba de serviço! Nem essa é a questão e sobre o tema aí virá uma reflexão mais séria, mas, para já, em resposta a Rasputine, aqui fica uma citação. “A arte de maximizar o capital intelectual reside na orquestração das interacções das pessoas cuja mente possuí esse conhecimento e especialização” (Daniel Goleman) … e um desabafo: revê a “…actividade dos médicos veterinários (em particular os ditos oficiais)...” enquadrada naquele contexto? Em caso negativo… qual a estratégia que será necessário gizar para o alcançar?

4 de setembro de 2003

QUADRO DE HONRA

Deixe a crítica para nós… durante 15 dias, por gestos, palavras, actos e omissões, não caia na tentação de maldizer um colega, ao invés, e por uma vez que seja, pratique algo a favor do colectivo: dispa-se desse espírito tão lusitano e pense, primeiro, no que pode fazer pela profissão…
Aos que não conseguirem, mesmo assim, evitar a tentação, sugere-se um mecanismo compensador: contribua com 1 Euro para a AACEWMS (Associação dos Admiradores de Clint, East, Wood, Meryl e Streep) … em 15 dias dará para criar um fundo de pensões… prometemos pô-lo à disposição e gestão de todos os Médicos Veterinários!
Se a proposta lhe motiva apenas um sorriso evasivo ou pensamentos do tipo "o que estes querem é enriquecer à minha custa"… já está em dívida... venha de lá esse Euro...
Pense sobre isso!

3 de setembro de 2003

VET LUSITANO

No âmbito da organização do MADRP, por detrás das “contrariedades” inerentes ao desempenho das funções do Vet surge frequentemente arvorado em “chefe”, ou mesmo nos lugares cimeiros da hierarquia, um outro aborígene que - embora possa estar menos tecnicamente preparado, contudo, está sempre mais em concordância com os disparates que resultam da proverbial falta de estratégias (fortuna favet fatuis).........
É por esta razão que por vezes dá-me vontade de agarrar num alfinete e dar umas boas alfinetadas num político bem conhecido que - com PAC ou não; com Barragem do Alqueva ou não - foi responsável por muitos de grandes disparates e que, volta não volta vem a público apresentar opiniões algo discutíveis ainda por cima ignorando, tristemente, que há maneiras de abordar os mesmos problemas com maior utilidade para todos nós..................................................................................

No Chade, foram há pouco tempo desenterrados uns fosseis, restos dum hominídeo, a que os paleontólogos baptizaram com o nome Tomai. Será que na sua época ele era um “parolo” (como um que é bem conhecido por cá)? A investigação efectuada concluiu que este hominídeo tinha vivido há sete milhões de anos, pelo que passou a ser o nosso ancestral conhecido mais antigo. Até então o mais antigo era a Lucy, encontrada no Quénia, cuja existência fora reportada a cinco milhões de anos. A Lucy, aquela que ficou conhecida por Eva Africana !
Se pensarmos que a agricultura passou a ser uma pratica corrente somente a partir de 15-10 mil anos atrás (não havia PAC, nem Barragem do Alqueva, nem políticos), não podemos deixar de concluir que cinco ou sete milhões de anos é um tempo imenso que até é difícil de conceber-se.... Por isso, tudo quanto possa por ora ser dito sobre o que ocorreu durante tão grande período de tempo, necessariamente, até novas descobertas, não passará de pura especulação, embora por cá eu conheça quem se pareça mais com um Tomai do que com um primata evoluído.
Entretanto, sabemos que a principal evolução não incidiu sobre as características morfológicas porque, no essencial, o nosso esqueleto continua a ser praticamente o mesmo que o dos homens que gravaram as pedras do Côa, ou pintaram nas Grutas de Altamira, excepto, justamente, em relação ao tal que agora vem a público dizer mal por estar convencido de que ser da oposição a melhor atitude é mesmo essa! A minha alfinetada baseia-se, justamente no facto do Tomai de cá não saber que na evolução da nossa espécie, o que é mais espantoso é o que respeita à capacidade de transmitir o saber acumulado e não a força bruta. É que o nosso Tomai em vez de transmitir algum saber fica satisfeito dizendo mal por estar na oposição.......(Provavelmente não chegou a assimilar algum saber útil).
Sabemos que o conceito generalizado sobre Evolução está muitas vezes agarrado ao conceito de Selecção Natural, ou seja à ideia da sobrevivência dos mais “fortes”. Talvez seja esta a razão do seu habitual comportamento. Provavelmente centrou a sua atenção mais para os aspectos físicos...... da força bruta muitas vezes necessária no amanho “das lavras”..... Seja como for, esqueceu-se de que na sobrevivência da nossa espécie deve ter contado muito mais que a aptidão física a aptidão intelectual, ou melhor dizendo, a aptidão para transmitir aos descendentes o saber acumulado, fruto da “rede de informações” que possuímos (cérebro). Sabe-se que esta “rede” pode ser desenvolvida por meio de “estímulos” (mensagens), pelo que sou levado a admitir que o Tomai de cá tem um cérebro, em termos evolutivos, mais próximo do cérebro dum analfabeto do que do cérebro dum político.
Sinceramente, preferia estar enganado. De bom grado substituiria esta diatribe pelo reconhecimento de que o dizer mal só por si não tem, seja para quem for, algum significado em termos evolutivos......
( Só utilizei a pontinha do alfinete........).

2 de setembro de 2003

Não me fodam!

A mãe de todos os vícios na administração publica não é por certo só a chefia. O drama é a moral instituída! È a cultura da desresponsabilização, do improviso e do desenrasca. È fundamentalmente a ausência de exigência do cidadão. Ou a sua conivência, porque é mais fácil ter o problemazinho pessoal desenrascado que assumir cidadania até às ultimas instancias!
È um drama de falência de escola porque os medíocres não a podem fazer! E qualquer reforma que não pugne pela competência, pela responsabilização e pelo saber instituir futuro é mais uma periódica cagada orgânica.
E por isso a anunciada reforma da administração não passa disso!
Haja coragem para definir escolas e carreiras de chefias, de se definirem orgânicas em função de estratégias de desenvolvimento, de exigir que o cidadão exija o que lhe compete exigir por direito.

1 de setembro de 2003

MAIS MARCIANOS...

Veterinário precisa-se... em PTbLOGGERS e 100 visitantes em 15 dias! É caso para dizer que a falta de trabalho continua... Nós continuamos!