31 de março de 2008

BEXIGAS DE VACA

Agradeço a diligente informação que um colega me fez chegar sobre Lady Mary Wortley Montagu, aristocrata inglesa, cujo marido, embaixador em Istambul, acompanhou e de onde, em 1718, levou para Inglaterra a prática otomana de vacinação contra a varíola (“variolação”).



Tal prática veio a ser “aperfeiçoada” por Edward Jenner (ver “Vaccination: our golden egg”) que, usando de observação e senso comum (características dos grandes epidemiologistas), concluiu, usando cobaias humanas (hoje seguramente inaceitável sob o ponto e vista ético), que a “vacinação” desenvolvia imunidade à varíola, sem os riscos da “variolação”.

Jenner baseou-se no conhecimento popular que atribuía às ordenhadoras infectadas com “bexigas de vaca”, imunidade à varíola, tendo por isso sido o primeiro a utilizar a palavra “vacinação”, exactamente por derivar da raiz latina vacca, que significa isso mesmo… Vaca… que, aliás, deu origem também à designação do poxvírus vaccinia.

James Gillray, publicou em 1802 o cartoon acima reproduzido: "The Cow-Pock or the wonderful effects of the new inoculation", onde representa o controverso Edward Jenner a vacinar uma robusta raparigaça, imperturbável aos fenomenais efeitos secundários de desenvolvimento de apêndices bovinos.

Certo é que os seus trabalhos foram traduzidos em várias línguas, incluído o português.

Aqui fica o mote para a próxima edição especial da revista da Ordem dos Médicos Veterinários(OMV), depois da BSE, Segurança Alimentar e Gripe Aviária, parece um bom tema…

VACCINATION: OUR GOLDEN EGG

Com a devida vénia, reproduzo o editorial do Director Executivo da Federação dos Veterinários da Europa (FVE), Jan Vaarten, na newsletter de Março de 2008.

As many people know, the positive effects of vaccination have been known for over 200 years. In “An inquiry into the Causes and Effects of the Variolae Vaccinae or Cow-Pox”, British physician Edward Jenner (1749–1823) described how milkmaids, once infected with cowpox, were no longer susceptible to the often fatal small pox disease. In his own words, “what renders the cow-pox virus so extremely singular is that the person who has been thus affected is forever after secure from the infection of the small-pox.” This discovery, at the basis of all modern immunology, was honoured by Louis Pasteur in 1881 by introducing the name "vaccination", (from vaccinia virus of cowpox) for all immunisations.

What few people know, however, is that it was also Edward Jenner who described how cuckoos behave in other birds’ nests. He observed that it was not the parent cuckoo that ejected the foster parents' eggs and chicks from the nest, as was previously believed, but the newly hatched cuckoo itself. In its first few days of life, the fledgling bird works its way backwards, up the side of the nest, throwing the other eggs and young birds over the edge. This is repeated until it remains the only one left.

Vaccination has been known as one of the most effective, safe and cost-effective measures to prevent and control outbreaks of infectious diseases. Thanks to vaccination, small pox – which, in 1950 still claimed 50 million cases – was eradicated by 1980. Other diseases, like rabies, foot and mouth disease or classical swine fever are now under control in large parts of the world. In other diseases, such as influenza or bluetongue, vaccination plays a major role in the prevention of clinical disease.

Nevertheless, some people seem unable to stop behaving like little cuckoos when it comes to vaccination: they do not rest until they have pushed vaccination over the edge to a certain death. Recently, at a hearing organised by the European Parliament on the “EU Community Animal Health Strategy and Vaccination Technology”, and after many presentations about the need for vaccines, the discussion was diverted, once again, to “what consumers might think of meat from vaccinated animals”. Let’s be clear: almost every food-producing animal kept in Europe today is vaccinated, and almost all meat imported from third countries is produced by vaccinated animals. Cattle, pigs, sheep, goats, poultry, horses: they all are vaccinated to protect their health and welfare and without any risk towards food safety.

Vaccination of animals is safe for consumers. It would seem irresponsible to suggest otherwise, especially if the suggestion comes from those who should know better. In case of trade-related concerns regarding vaccination, it would seem more honest to step forward and put them on the table – rather than hide behind so-called “consumer interest”. But whatever you do: stop pushing the golden egg over the edge!


Haja quem ponha à discussão nos forums profissionais nacionais a Estratégia da Comissão Europeia para a Saúde Animal: Mais vale prevenir que remediar e o papel das profilaxias médicas… Não vai haver Congresso de Medicina Veterinária este ano? Porque não submetê-lo a este tema? Um excelente desafio para todas as Sociedades Científicas satélites da Sociedade Portuguesa de Ciências Veterinárias (SPCV).

25 de março de 2008

A CARNE É FRACA II

Não é fácil reportar factos, apenas, sem manifestar opinião… A começar na forma como os mesmos são relatados e acabando no uso deste ou daquele adjectivo, sempre se acaba por manifestar alguma tendência.

Apesar de tudo, tentarei não o fazer nesta descrição das reacções do Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários (SNMV) e da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) às “notícias” de corrupção no sistema de Inspecção Sanitária Veterinária no Norte do país.

Num primeiro momento o Bastonário da OMV ter-se-á inteirado da situação e remetido ao silêncio. A terem existido quaisquer iniciativas, que admitimos possam ter ocorrido, as mesmas não foram divulgadas.

Pouco tempo depois o Presidente do SNMV ter-se-á também inteirado da situação e não se remeteu a qualquer silêncio: numa entrevista publicada a 18 de Fevereiro no “Diário do Minho” manifestou apoio aos profissionais acrescentando que a rotatividade entretanto instituída não ia resolver na essência qualquer problema de eventual corrupção.

Foi mais longe o SNMV e, em missiva remetida ao Ministro Jaime Silva, datada de 19 de Fevereiro, solicitou que o assunto fosse averiguado. Sugeriu mesmo que essa avaliação fosse levada a cabo por peritos representantes da profissão, da administração e das ciências Médico Veterinárias.



Reagiu entretanto a Associação de Matadouros e Empresas de Carnes de Portugal (AMECAP) em publicidade paga na edição do “Diário do Minho” de 07 de Março. Preto no branco: as medidas preconizadas pelos Serviços Veterinários, nomeadamente a rotatividade periódica dos Médicos Veterinários Inspectores Sanitários foram a resposta às notícias de promiscuidade entre alguns (poucos) Inspectores e alguns (poucos também) operadores.

A OMV, a 11 de Março, em telefax remetido àquela Associação, solicita sejam identificadas as situações envolvendo Médicos Veterinários, tendo em vista desencadear eventuais processos disciplinares.

Esperam-se as respostas ao SNMV e à OMV…

FOGE CÃO, QUE TE FAZEM BARÃO. PARA ONDE SE ME FAZEM VISCONDE?

Do site do Ministério da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural (MADRP) se extraí a informação decorrente da tomada de posse da Subdirectora-Geral de Veterinária, que aqui se reproduz:

Direcção-Geral de Veterinária - DGV
Director-Geral: Dr. Carlos Manuel de Agrela Pinheiro
Subdirector-Geral: Professor Doutor Fernando Manuel D'Almeida Bernardo
Subdirectora-Geral: Dr.ª Maria Julieta Santos

Largo da Academia Nacional das Belas Artes, 2
1249-105 LISBOA
Telefone: 213 239 500 Linha Azul: 808 202 633
Linha Verde: Emergência Gripe Aviária - 800 207 275
Fax: 213 463 518
Sítio: http://www.dgv.min-agricultura.pt
Correio Electrónico: dirgeral@dgv.min-agricultura.pt


Esperemos que os responsáveis da DGV actualizem rapidamente, também, o seu “sítio”… e se não fosse pedir muito, com indicação das competências atribuídas… afinal não é todos os dias que o Conselho de Ministros cria um lugar de Dirigente de primeiro grau durante o primeiro ano de vida de uma nova lei orgânica.

20 de março de 2008

DIA DE EQUINÓCIO

Como anunciou o Sol vão ser 72,5 os milhões de euros que a Comissão Europeia disponibilizará para o combate à Febre Catarral Ovina (FCO), destinados a suportar na totalidade a aquisição de vacinas e em 50% os custos operacionais, até ao máximo de 0.60€ por dose de vacina e 2€/0.75€ (bovinos/ovinos) por animal vacinado.

(http://ec.europa.eu/food/animal/diseases/controlmeasures/bluetongue_restrictedzones_2008.jpg)

Enquanto isso a Lusitânia (já meia “azul”) ameaça pintalgar-se de vermelho, ou mesmo tornar-se mais azul como aqui vaticinei… e disse antes de chegar a Primavera, que hoje começa lá para o fim da tarde…

Dará para ganhar a aposta vet@sanitarista? Em boa verdade sei que não, mas apelo à sua paciência… é qu’isto de análises laboratoriais tem os seus timings

DEMIURGO DA VERDADE

A um comentário “anónimo” de epires, um outro não menos anónimo de Vet@EstouFartoDeles em, “NÃO LHE PASSEM CARTÃO”.

Para epires uma organização dos Centros de Atendimento Médico-Veterinário (CAMV) é bem-vinda, comparando-a mesmo à patronal veterinária CODIVET, de inspiração francesa e holandesa… vai mais longe e põe a tónica na questão ética e deontológica defendendo a …assumpção, clara, da sua [deles CAMV] componente comercial., por considerar que Uma tal organização não é antagónica dos valores DEONTOLÓGICOS e ÉTICOS FUNDAMENTAIS do nosso CÓDIGO de conduta.

E concluí:
Não desejo alongar-me em argumentos, gostaria apenas de opinar sobre um assunto que, pelo menos aos meus olhos, parece ser tido como um "dogma teológico" por alguns colegas, não se infira daqui que me assuma como "demiurgo da verdade".
Será ou não importante discutir uma tal matéria?


Não se assume epires, mas assume-se Vet@EstouFartoDeles:
E que tal se discutisses o sindicato e o que lhe fizeste.
Andaste a financiar a codivet, que pelos visto está aflita e agora até te convinha que um freguês (a tal associação de CAMVs) garantisse que compravam à dita.
… também no domínio ético assume peremptoriamente a suspeita: Grande organização ÉTICA que tu arranjaste para uns amigalhaços.
Quando é que pagam o que devem ou por outra, como é que vais explicar aos futuros sindicalistas o buraco que arranjaste?


Não duvido das vantagens de uma organização cooperativa de veterinários na comercialização dos medicamentos, como não duvido da nossa lusitana dificuldade em cooperar.

As farmácias assumiram uma organização sofisticada, profissional, com uma gestão cuidada e de grande qualidade. São para o bem o para o mal (até no plano ético) um “caso de estudo” pela qualidade ímpar que conseguiram atingir. Não vejo qual o mal dos CAMV se organizarem de forma semelhante…

A não ser que a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) veja nisso um crime de lesa Pátria… em qualquer dos casos o tema não será tabu e por isso concordo com epires: Será ou não importante discutir uma tal matéria?

19 de março de 2008

NÃO LHE PASSEM CARTÃO

O que diz sobre isto a Ordem dos Farmacêuticos???

Se não estou enganado o esquema parece-me em tudo semelhante (eu disse semelhante, não disse igual) ao “famoso” cartão Pet Center, sobre o qual o Conselho Profissional e Deontológico emitiu, ao tempo, o seu parecer… (assim se acede à área reservada da página da Ordem dos Médicos Veterinários)…

Somente, para os Centros de Atendimento Médico Veterinário, não havia (e ainda não há) Associação Nacional, como no caso das farmácias, que servisse de interlocutor.

O que até é estranho… não existir uma Associação Nacional de Centros de Atendimento Médico Veterinário (ANCA MV), agora que se discute (outra vez) a legislação que os irá regular, em substituição do “velho” regulamento da Ordem…

14 de março de 2008

QUE VERGONHA!

Este vídeo, que levou o assunto do mau trato de animais em matadouro ao congresso americano, suscita-me uma curiosidade: qual a situação em Portugal?

Alguém conhece algum relatório oficial sobre o assunto? Alguma referência sobre o nível de cumprimento das regras de Bem Estar Animal nos matadouros lusos? Ou devemos assumir, por ausência de contraditório, que tudo corre bem? E qual é a avaliação do próprio sistema de inspecção e controlo?

Ah pois… já agora… a rotatividade (dasss) dos Inspectores a Norte como é que contribuí para este controlo?

13 de março de 2008

O CATEQUISTA

Com a devida vénia reproduzo os títulos e penúltimos parágrafos dos editoriais das três últimas revista da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), nº 45, 46 e 47.
Os destaques a negrito são nossos.

A ESTABILIDADE E O PREÇO DA SUA AUSÊNCIA
“Levaremos até às últimas consequências o mister de representar a Profissão e defender os seus interesses, bem como prestar provas perante a Sociedade, responsabilizamo-nos pelo que fazemos, mas também naturalmente vamos exigir responsabilidades.”

AS SOLUÇÕES ESTÃO AO NOSSO ALCANCE
“Esperamos que os restantes protagonistas [restantes órgãos da OMV] compreendam o papel que lhes cabe igualmente e que assumam obviamente as responsabilidades que lhes são próprias.”

APRENDER COM O PASSADO E COM OS OUTROS
"As Ordens são um espaço associativo no tecido social, onde a legalidade, democracia e responsabilidade andam de braço dado, não podendo pretender-se apenas usufruir do seu prestígio, sem o concomitante fardo de contrapartidas.”

O Bastonário, no espaço de nove meses, põe a tónica nas responsabilidades que têm que ser assumidas por outros.
De facto não se compreende, sobretudo da Mesa da Assembleia-Geral, o trajecto, a postura, o interesse e as responsabilidades.

Num ano (2007) convocou três Assembleias para aprovação do Plano e Orçamento, amuadamente chumbados, uma outra, extraordinária, para destituir dois dos órgãos da OMV, cujas decisões foram suspensas por deferimento de providência cautelar e já este ano nova Assembleia, ordinária, para aprovar o Plano e Orçamento, de novo chumbado “com toda a tranquilidade”.

O marasmo em que nos meteram está a prejudicar grandemente a Profissão Médico Veterinária, mas não pode o Bastonário tirar o cavalinho da chuva e remeter-se a “catequista do reino” responsabilizando tudo e todos sem pensar nas suas obrigações.

Uma coisa é certa: a tónica dos editoriais revela que “…os interesses superiores da Ordem…” estão em causa, o que justificaria uma postura diferente do Conselho Directivo fase ao futuro e fase ao “congelamento” em que se encontram todos os projectos/iniciativas que a Profissão exige.

PS - A edição das revistas da OMV redundou em tão grande anacronismo que a última edição de Jul/Ago/Set 2007, reporta, quase exclusivamente, acontecimentos que ocorreram depois desse período, alguns já em 2008... sem comentários!

9 de março de 2008

A CARNE É FRACA

Convém relacionar a notícia do “Correio da Manhã” (domingo, 09.Março) sob o título de “Suspeitas de corrupção colocam carne em dúvida”, com a publicidade paga pela Associação de Matadouros e Empresas de Carnes de Portugal (AMECAP) no “Diário do Minho” (sexta-feira, 07.Março)





A questão põe-se em termos muito simples: recaem ou não sobre os Médicos Veterinários Inspectores Sanitários suspeitas de corrupção?
Se há averigúe-se… não lembra ao diabo simplesmente adoptar medidas de gestão (rotatividade) sem esclarecer a situação.

A haver corrupção quem são os corruptos e os corruptores? E que interesses estão em causa?
Adoptar um mecanismo de rotatividade dos Inspectores, que além de merecer a contestação dos mesmos (pois está na origem de problemas acrescidos em termos de adopção de boas práticas nas Unidades de Abate), não resolve a essência dos problemas de corrupção que possam existir.

Não deixa de ser estranho o aplauso da AMECAP às medidas preconizadas, precisamente por a rotatividade dos Inspectores Sanitários “…impedir a constituição de relações…” “… de promiscuidade entre alguns (poucos) inspectores sanitários e alguns (poucos) operadores…”.
Então a AMECAP sabia dessa situação e não a denunciou? A AMECAP até vai ao pouco de dizer que são poucos os casos, expressando por isso, implicitamente, que sabe quais!

Curiosa também a expressão de fé da AMECAP no sistema e nos Serviços Veterinários verticalizados, em carta dirigida ao Ministro Jaime Silva, precisamente por vir de uma associação que ao longo dos anos nunca abriu o bico àquele propósito… ou estarei enganado?

Melhor esteve o Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários (SNMV) ao escrever ao Ministro pedindo e sugerindo a averiguação dos factos.

O “Veterinário Precisa-se…” fica sinceramente à espera que as responsabilidades sejam apuradas e que, como é frequente na Lusitânia, não fique tudo nas meias tintas e cada um com o que lhe parece, admitindo (porque esperança não nos falta) que o silêncio da Direcção-Geral de Veterinária seja simplesmente sinónimo de contenção e não de que nada está a fazer para clarificar a situação.

8 de março de 2008

SERVIÇOS JURÍDICO-MÉDICO-VETERINÁRIOS

Em grande estilo a implementação dos Serviços Veterinários Lusitanos… a última novidade é a da contratação de um jurista para Subdirector-Geral, vai lá vai... nem a Ordem abana… ou mesmo o sindicato, apesar de mais este passo para a descaracterização técnica dos Serviços Veterinários… depois de ter juristas à frente até de Núcleos de Intervenção Veterinária, como nas Caldas da Rainha, também não admira muito…

Não que nos cause qualquer melindre a necessária assessoria jurídica, ainda para mais no oceano de legislação veterinária e zootécnica que existe, mas não mais do que isso… ASSESSORIA.

Bolas… sabem que mais? Viremo-nos para o Bastonário Marinho Pinto e ponhamos os advogados a fazer Inspecção Sanitária nos matadouros… em vez da bata branca passávamos a ter togas… nem a AMECAP contestaria!

6 de março de 2008

ASAE PARA BRUXELAS… JÁ!


(Petite Rue des Bouchers - Bruxelles/Brussel)

A Confederação Nacional de Agricultura (CNA) acha que a ASAE em Bruxelas fechava tudo… é bom saber que os dirigentes da CNA conhecem Bruxelas como as suas mãos!

Mais… que a ASAE está a acabar com os pequenos produtores… exemplo?
- Entreposto em Santa Comba Dão (3 toneladas de carne e outros);
- Docapesta de Matosinhos (mercadoria oriunda da França, Alemanha e Nova Zelândia);
- Câmara Frigorífica em Peniche (40 toneladas de peixe);
- Fábrica de refrigerantes SEPOL (actividade suspensa por degradação das instalações);
- Centro Comercial Babilónia (condições de trabalho)…
Ah, pois… a fábrica de amêndoas tradicionais de Portalegre, que o Sr. Vintém, filho da proprietária Joaquina Vintém, reconhece implicitamente requerer mudança de instalações.

A CNA que se ponha fina e defenda os pequenos produtores como deve: promovendo as condições exigíveis à sua dimensão e os mercados a que podem aspirar, contra os quais de facto a ASAE nada poderá fazer, nem que quisesse.

5 de março de 2008

QUEM DÁ E TIRA PARA O INFERNO GIRA


(in “Preservação dos hábitos comunitários nas aldeias do concelho de Boticas”)

O edital da Direcção-Geral de Veterinária relativo à “Matança de animais das espécies suína, ovina, caprina, de aves de capoeira e de coelhos de criação, fora dos estabelecimentos aprovados” parece deixar descansados, entre outros, a Confraria dos Gastrónomos do Distrito de Beja, o Centro Cultural de Liceia, a Junta de Freguesia do Romeu, a Associação dos Amigos do Rio Balsemão, para gaúdio dos lusitanos do Centro Cultural Português de Mississauga, destes outros lusitanos de idioma único: Miranda Yê la mie tiêrra e dos “Olhares de Raul Coelho”.

Não me parece…

...é que o Director-Geral autoriza “…a matança tradicional de suínos, organizada por entidades públicas ou privadas, desde que as carnes se destinem a ser consumidas em eventos ocasionais, mostras gastronómicas ou de carácter cultural” (nº. 3 do dito Edital), e se forem… “…cumpridas as regras estabelecidas no Regulamento (CE) n.º 1774/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho de 3 de Outubro, e no Decreto-Lei n.º 122/2006, de 27 de Junho, no que se refere à eliminação de subprodutos de origem animal não destinados ao consumo humano” (nº. 3.2).

Ora a dita legislação nacional determina que “O exercício das actividades previstas no Regulamento carece de aprovação pelo director-geral de Veterinária.”, sendo atribuído “…um número oficial de identificação, em conformidade com o disposto no n.º 4 do artigo 26.º do Regulamento.”, que refere, literalmente: “Cada Estado-Membro deve elaborar uma lista das unidades aprovadas no seu território nos termos do presente regulamento.
Atribuirá a cada unidade um número oficial que a identifique no que diz respeito à natureza das suas actividades.
Os Estados-Membros enviarão cópias da lista e versões actualizadas à Comissão e aos outros Estados-Membros.”

Para resumir: O Director-Geral autoriza a matança, mas obriga ao cumprimento de legislação (no que se refere à eliminação de subprodutos) só exequível em estabelecimentos autorizados.

Fico à espera que o Presidente da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), António Nunes, apareça um dia destes numa “Matança do Porco”… como é ao ar livre até pode fumar!

4 de março de 2008

OFENSAS À INTEGRIDADE FÍSICA DE UMA PESSOA

Por força do artº 11º, do decreto-lei nº. 312/2003, de 17 de Dezembro, foi abatido o rottweiler de que aqui falámos… segue-se o pit bull também aqui referido

Ás dúvidas de Sovet
(Tinham cadastro?
E estes "bichos" estavam registado nalguma base de dados?
Tenho as minhas dúvidas!
)…
ficou o esclarecimento anónimo…
[Foi microchipado em campanha e está na base de dados do(fiável)SICAFE.]…

a constatar dentro de dias…

PATOLOGIA COMPORTAMENTAL

A Fundação Eng. António de Almeida acolhe o IV Congresso de Medicina Veterinária dedicado à Patologia Comportamental e promovido pelos estudantes do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS)… de 11 a 13 de Abril… cavalos, cães e gatos... pena que não haja, ainda, programa disponível.

Muito para além dos velhos saberes:
Cão que ladra não morde…
A cavalo dado não se olha o dente…
Antes burro que me leve do que cavalo que me derrube…
Gato escaldado de água fria tem medo…