24 de abril de 2008

ROYAL VIGARICE

O Departamento de Marketing & Merchandising da “Royal Canin (Portugal) SA”, numa iniciativa (programa "Gostar & Cuidar"), infelizmente não isenta de precedentes, sem aviso, nem compromisso prévio, resolve meter os Médico Veterinários Práticos (animais de companhia) na algibeira e nomeá-los seus agentes comerciais.

Com o beneplácito, por omissão, da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) e da Associação Portuguesa de Médicos Veterinários Especialistas em Animais de Companhia (APMVEAC), a Royal Canin, propõe trocar consultas (e outros pet services) por talões de compra de ração “Royal Canin”…

O esquema é simples… na compra de produtos da marca o cliente acumula pontos que poderão ser rebatidos no Centro de Atendimento Médico-Veterinário, entre outros, por serviços Médicos… pasme-se!

Os serviços incluem identificação electrónica, consulta, análises sanguíneas… como não basta-se o serviço nem sequer é contratado… os Médicos Veterinários estão simplesmente a ser informados que os clientes apresentar-se-ão com uma espécie de guia (mensagem por correio electrónico da Royal Canin) que após o serviço prestado deverá ser remetida pelo Médico-Veterinário à empresa com a respectiva factura… mas mais… a Royal Canin não reembolsa… emite uma “…nota de crédito no valor da comparticipação.”…

Em bom português: Os Médicos Veterinários vão começar a trabalhar de borla para a Royal Canin…

Além de serviços médico-veterinários a “Boutique”, para já disponível, incluí Banhos, tosquias, além de “hotel canino”, aulas de obediência e brindes Royal Canin.

Há bem pouco tempo, a OMV, preocupada com o exagero que os Médicos Veterinários pudessem cometer em termos de “publicidade”, face à proposta do “Guia Vet Nacional”, não foi esquerda a inserir no site um esclarecimento, tipo aviso à navegação: atenção que aos Médico Veterinários está vedada toda e qualquer forma de propaganda… por isso cuidado com as infracções ao Código Deontológico… não digam que não foram avisados…

Agora, com o assédio escandaloso da Royan Canin, quero ver qual vai ser a intervenção da OMV… é nestas alturas que se esperaria uma intervenção célere na “…defesa do exercício da profissão veterinária…” (art. 2º do Estatuto)…

Da APMVEAC pouco se espera… apenas que não tenha de alguma forma contribuído para a iniciativa… aliás uma posição clara e inequívoca contra a proposta da Royal Canin (eventualmente em consonância com a OMV), seria de todo surpreendente… a ver vamos.

O programa “Gostar & Cuidar” trata assim os Médicos Veterinários como uma oportunidade de negócio, não percebendo que a profissão, pelo seu estatuto de “Profissão Liberal”, se rege por outros valores que não os mesmos de uma entidade comercial.

23 de abril de 2008

CAÇA AOS POMBOS

O “Diário de Coimbra” refere que “O Serviço Médico Veterinário da Câmara Municipal de Coimbra, dirigido por Filomena Ramalho, está a avaliar quais os meios e métodos que melhor se adequam a um eficaz programa de controlo dos diversos bandos de pombos que abundam na cidade.

Interessante o tema, parece aliás muito relevante a existência de um “Serviço Médico Veterinário Municipal” para dar resposta ao que dele se espera… que nem sempre coincide com o que as Autarquias esperam fazer, ou sequer muitos Médicos Veterinários Municipais estão interessados em fazer.

Resta saber se a douta “Comissão para a Execução de Proposta” de alteração do Decreto-Lei nº 116/98, de 5 de Maio, promovida pela Associação Nacional dos Médicos Veterinários dos Municípios (ANVETEM), já tem projecto… para saber com que contamos afinal!

ACUPUNCTURA VETERINÁRIA


Meter uma agulha num animal é prática comum em medicina Veterinária, mas reconhecerá a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) a prática da acupunctura ou prepara-se para abrir processo disciplinar aos Médicos Veterinários que o tentarem?

RITA LEE

“Apesar de sonhar em ser veterinária ou actriz de cinema, Rita desde pequena tinha uma enorme paixão pela música e chegou a ter aulas de piano.”

Não digo que resolva, mas minorará o problema do excesso de oferta de Médicos Veterinários em Portugal: quem souber cantar ou tenha teclado o piano uma vez que seja… e esteja a pensar cursar Veterinária, ou mesmo já esteja a frequentar uma das Faculdades de Medicina Veterinária… ainda está a tempo de se virar para a vida artística!

Aliás… não era raro entre Veterinários o “abandono” da profissão por outras expressões profissionais “mais” artísticas… e vistos de lado pelos marialvas da Veterinária.

RUBI


Parabéns ao Alter Real “Rubi” e parabéns ao cavaleiro Gonçalo Carvalho… pela melhor classificação, entre montadas lusas, no Concurso de Dressage, da “Prova Grand Prix Special Test”, em Ponte de Lima, conforme destaque da revista “Equitação”.

Longa vida à Fundação Alter Real. Felicidades ao Eng. Vitor Barros

22 de abril de 2008

AMIGOS DOS ANIMAIS

A Associação dos Amigos dos Animais Abandonados da Moita (AAAAM) luta para terminar a construção de um novo canil/gatil, a tempo de cumprir a ordem de despejo do abrigo provisório onde actualmente acomodam cerca de 300 animais, entre cães e gatos, anunciou o Jornal de Notícias.

Tenho pouca fé, perdoem a “heresia”, nestas acções voluntárias, não porque duvide do espírito de dádiva dos voluntários ou na sua entrega sincera e generosa, muito pelo contrário… porque precisamente essa generosidade e sentido de dádiva, só poderá ser devidamente recompensada em objectivos alcançados se conseguir apoio institucional.

Vêem-se as Autarquias envolvidas em todo o tipo de iniciativas, muito para além das tradicionais obrigações de ordenamento do espaço, mas raramente comprometidas com o ordenamento deste “espaço”: o dos animais abandonados… o que muito se lamenta.

Só por curiosidade… gostava de saber se a Associação Nacional dos Médicos Veterinários dos Municípios (ANVETEM), tão preocupada com as competências dos seus associados, a ponto de criar uma “Comissão para a Execução de Proposta” (aqui reproduzida), tendo em vista a alteração do Decreto-Lei nº 116/98, de 5 de Maio, relativo à estrutura da carreira de médico veterinário municipal, dedica, dedicou ou pensa vir a dedicar algum tempo a esta questão?

Em caso afirmativo quais os resultados alcançados ou a alcançar? É que a público não veio qualquer notícia e mesmo nos círculos profissionais nada se constou.

21 de abril de 2008

O CÃO QUE AFINAL NÃO MORREU

Correu mundo a notícia de uma exposição na galeria Codice, na Nicarágua, onde o artista costa-riquenho, Guillermo Varga Jiménez (pseudónimo “Habacuc”) teria exposto um cachorro doente e à fome, até à sua morte...

O caso gerou uma enorme onda de contestação que culminou com uma petição online, solicitando a sua interdição na “Bienal Centroamericana Hondura 2008”, já com mais de 200.000 assinaturas…

Foram muitos os apanhados… confesso que por pouco também não fui (mas também pela limitada capacidade de intervenção do nosso corpo redactorial, sempre ocupado com coisas “menores”…)... todavia, surpreendeu-me que nenhum feérico grupos de defesa dos animais não tivesse intempestivamente invadido a exposição e interrompido o sofrimento do animal…

Afinal o animal foi devidamente alimentado durante os três dias em que esteve na galeria (onde nem sempre exposto) e onde não morreu à fome… ironicamente o “criador” teve a intenção de sublinhar “...the hypocrisy of people: an animal like that becomes the center of attention only when I put him in a white cube where people go to see art, but no one cared when it was a stray dog roaming the streets starving”. Teve ainda a intenção de homenagear Natividad Canda, um nicaraguense atacado mortalmente por dois rottweiller.

Impossível referir tudo o que na net se escreveu sobre o assunto contudo, a não perder: a informação de Carlos Almiron no “Zona Punk”, o “Habacuc: diz que disse ”, no “Apdeites V2”, a equilibrada resposta da Humane Society International e sobretudo o “Tu és o que lês” e “O cãozinho não morreu, está bem? Irra!” de Marco Santos, no “Bitaites”.

Não defendo a exposição pública de animais… o que nos levaria a uma outra discussão sobre outros eventos “culturais”… aliás nesta matéria animais e humanos (já sei que a distinção é também discutível) estão muitas vezes em pé de igualdade… mas o que não consigo respeitar é o ódio que frequentemente os ditos “amigos dos animais” destilam de quem não pensa exactamente como eles, a superioridade intelectual com que brindam esse outros e a irritante abordagem antropomórfica em que alicerçam as suas convicções…

Não sei se processo de antropomorfização resulta do consumo excessivo de produções Walt Disney, como refere o vizinho Marco Santos no “Bitaites”, mas gostava de saber o que é que esta gente sente quando vê um boi amarrado pelos cornos.

18 de abril de 2008

BOTA-ABAIXO

Compilação DEVP (Divisão de Estatísticas “Veterinário precisa-se…”) das votações em recentes Assembleias-Gerais da Ordem dos Médicos Veterinários…

[PA-Plano de actividades O-Orçamento R-Relatório C-Contas]

ABSTENHO-ME!

Raramente a razão está toda do mesmo lado… Assim acontece na contenda interna na Ordem dos Médicos Veterinários (OMV).

Começo pelo final… e por este comentário no post COQUILHA:
Anónimo disse...
RESULTADO DA ASSEMBLEIA GERAL
Após uma fastidiosa Assembleia (terminou às 22 h) os resultados da votação foram os seguintes :
_ Votos a favor _ 19
_ Votos contra _ 33
_ Abstenções _ 4
Perante estes resultados que comentários a fazer ?


1. Primeiro pensamento… 56 votos, estavam na sala 43 almas (13 procurações ostentadas, portanto…) … a OMV tem mais de 4.000 membros! Eis o cerne de tudo, na minha opinião: o divórcio da profissão (por cansaço, falta de motivação ou simples distanciamento).

2. Tudo espremido: um relatório medíocre (relevante a crítica sobre o nível da redacção), imprecisões importantes (como a referência ao carácter provisório dos créditos atribuídos a acções de formação), omissões graves (situação da sede da OMV, por exemplo) e muitos outros “pormenores”… contudo, contas certinhas, aprovado por Técnico Oficial de Contas e dentro do conceito de “gestão corrente” invocado pelo Conselho Fiscal (CF) isto é, duodécimos respeitando o orçamento de 2006… parecer favorável do CF (apesar de…). Mesmo assim a Assembleia votou contra… com o “beneplácito” de 3 (dos 4) membros da Mesa, por abstenção!

3. Já aqui tinha dito: se o relatório reproduzir razoavelmente o que foi feito, como posso votar contra ou mesmo abster-me? É razoável criticar o Conselho Directivo (CD) por aquilo que devia ter feito e não fez, não tendo Plano de Actividades aprovado? É sensato dar parecer favorável às contas e depois quase apelar ao voto contra? Quem votou contra que responda agora por toda a espécie de avaliação, auditoria ou fiscalização externa de que OMV venha a ser alvo, assim como pelo prolongar desta letargia…

4. Merece o CD outra coisa? Já respondo… sei que a OMV não merece, enquanto Instituição de TODOS os Médicos Veterinários, sendo por isso importante distinguir os “superiores interesses” da OMV do despeito, amuo ou frustração… aprendam a engolir sapos!

5. O CD, ou melhor, o Bastonário, como também já aqui disse, cavou um profundo fosso à sua volta e o resultado está à vista: azedumes, incompreensões, desentendimentos, etc., etc., vêm sempre ao de cima, sobretudo na hora de votar… não merece por isso outra coisa: o voto obstinado contra… deve daí retirar as devidas ilações e, por uma vez na vida, pôr a teimosia de lado, em nome precisamente dos superiores interesses da OMV!

6. …ainda que a verdade nua e crua seja outra, o Bastonário, goste-se ou não, respondeu cabalmente e foi mesmo mais longe: demonstrou a fragilidade das posições dos do Conselho Regional do Sul, militantemente do contra, esquecendo os anseios dos colegas que representam; evidenciou a falta de fundamento do parecer do CF relativo ao aumento de vencimentos dos funcionários; já para não falar doutras tolices sobre mails diários remetidos à OMV que não são imediatamente respondidos, viagens a Angola e quejandas questões sem interesse ou razões válidas, face aquilo que está em jogo.

7. O que resta? O pior! A total falta de responsabilidade do Presidente da Mesa da Assembleia-Geral em quem recaía a última esperança para que uma solução fosse encontrada, mas que ao invés, ainda teve o desplante de solicitar que os colegas lhe identifiquem os temas candentes para a profissão, de forma a puder sensibilizar os órgãos da OMV para a sua resolução!!!...

Que grande topete… onde vive o Senhor Presidente? Ainda não sabe o que é necessário fazer?

Resolva a crise profunda em que a OMV se encontra… ou não é óbvio ser essa a situação mais importante para resolver? Tudo o resto vem depois! Mas provavelmente já será tarde demais!

17 de abril de 2008

CARA… DE PAU

Propõe-se que em futuras Assembleias sejam atribuídos Globos de Ouro (Óscar é excessivo) …

Retroactivamente… o prémio Globo de Ouro… CARA DE PAU, vai para “Qual foi o aumento de vencimento do Bastonário em 2007?” ex equo (para o mesmo imbecil) com “Porque foi o Bastonário a Angola estando em gestão corrente?”…

ECLIPSE CPD

Outra imagem abusivamente manipulada… para a história da astronomia em Portugal.

Gostava de ver o presidente do Conselho Profissional e Deontológico numa destas Assembleias-Gerais, para ajudar a esclarecer algumas das questões aí colocadas…

Se o impedimento se deve a razões de saúde, que espero sejam transitórias, então era de bom tom dirigir uma breve nota escrita ao presidente da Assembleia-Geral.

16 de abril de 2008

CARTÃO VERMELHO

Imagem abusivamente manipulada…

Foi ou não o parecer do Conselho Fiscal (sobre a decisão de aumento dos vencimentos dos funcionários da Ordem) um cartão vermelho ao Conselho Directivo???

Pouco importa… nem sequer quem fala verdade! Gostaria sim de saber para onde caminha a Ordem dos Médicos Veterinários!

Vai o Presidente da Assembleia-Geral manter-se impávido e sereno?

Soluções existem se se quiser, como aqui deixei algumas!

GESTÃO CORRENTE II


A Ordem dos Médicos Veterinários continua em gestão corrente… a chave está à guarda do eunuco Presidente da Mesa Assembleia-Geral.

15 de abril de 2008

COQUILHA

Não foi no “perónio”… mas mais acima… como noticia o “Correio da Manhã”… Carlos Bragança ipse dixit: “Estava a dar uns toques numa bola com um amigo quando vi a cadela sair disparada do quintal e vir direito aos meus testículos. Mordeu-me e fiquei em pânico ao ver o sangue entre as pernas.”

A dar uns toques numa bola? Com um amigo? E vai daí a cadela quis jogar também… enganou-se nas bolas!
O rapaz ficou em pânico “…ao ver o sangue entre as pernas”… pois, pois…

Mais a mais, não é a primeira vez que a mesma cadela manifesta singular tendência pelos testículos alheios… há cerca de um ano foram o de Cláudio Lopes… ”… sorte foi que tinha uma bola nas mãos…”.

Já viram o denominador comum? O raio da cadela não pode ver homens de bola em riste!

Enfim, aconselha-se o colega Médico Veterinário Municipal do concelho de Sintra e de um modo geral outros colegas em contacto com animais deste calibre que, além de não tocarem em qualquer bola, passem a usar coquilha… há vários tamanhos à escolha… fiquem tranquilos.

14 de abril de 2008

INESPERADO?

Partilho desta opinião da almavet, mas daí a dizer que 2008 vai ser fértil em guerrilha institucional vai um passo de gigante…

A não ser assim e para evitar essa “potencial guerrilha” (mesmo sem certezas absolutas), teria que alinhar pela alteração estatutária tão desejada do actual Bastonário: eleição em bloco de todos os órgãos da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) isto é, como condição sine qua non, cada lista teria que apresentar candidatos a todos os órgãos, sendo o sufrágio uma espécie de “ou todos, ou nenhum”.

Considero muito salutar para a vida da OMV que, particularmente ao nível regional, sejam eleitos órgãos não obrigatoriamente alinhados com a candidatura vencedora para o Conselho Directivo, embora de outra coisa não estivesse à espera… que órgãos eleitos em clara divergência de ideias com as do Conselho Directivo, viessem a alimentar qualquer espírito de cooperação institucional.

Não se esperar outra coisa já é mau sintoma, mas não uma contradição com o que acima defendi… é que o “caldo já estava entornado” antes das eleições e por isso a esperada cooperação institucional toldada à partida.

Não têm razão os do Conselho Regional do Sul ou do Centro em amuar, por o Conselho Directivo estar ou não em “gestão corrente”, ter ou não ter uma constituição do seu (deles) agrado… façam aquilo que estatutariamente lhes compete, com o Orçamento elaborado de acordo com as regras instituídas e que for aprovado em Assembleia Regional.

É só o que se lhes pede, suficiente para marcar a diferença de um Conselho Directivo inoperante… essa é a essência da vida democrática numa Associação como a OMV, o contrário é que é inaceitável.

Guerrilha é que não chega a haver… pelo contrário, acho que não vamos é sair da paz podre até que o actual mandato se esgote:

1. A Mesa da Assembleia-Geral já demonstrou que não querer (ou não sabe) solver com eficácia a presente situação de “gestão corrente” em que a Ordem está mergulhada;

2. O Conselho Directivo parece já ter assumido, pela voz do Bastonário, as limitações, abstendo-se sequer de, em público, se referir à vida interna da OMV;

3. O Conselho Profissional e Deontológico vêm-se fechando sobre si próprio, evitando tomar posições ou adoptar procedimentos que afinal estatutariamente lhe cabem;

4. Os Conselhos Regionais (exceptuando, embora por razões diferentes, o do Norte e o das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira)… órfãos de uma liderança forte do Conselho Directivo, com o qual possam cooperar satisfatoriamente, perderam-se num pára/arranca típico de quem se meteu nisto sem sequer ter lido os Estatutos para saber quais as suas obrigações.

É de facto uma vergonha… para todos nós!... que eleitos e putativos candidatos não tenham tido a elevação para pôr os interesses da OMV acima de tudo, nem que para tanto fosse necessário engolir alguns sapos.

Amanhã se verá, uma vez mais, durante a aprovação do Relatório e Contas de um ano de actividades sem Plano, nem Orçamento, o nível a que chegámos!

9 de abril de 2008

DICK versus PUSSY

A notícia do “Correio de Azeméis”, “Um cão rafeiro foi violentamente atacado em casa dos seus donos… por dois animais de grande porte, supostamente vadios”, revela a insanidade de um certo jornalismo… (como compreendo os “nossos” Médicos da blogosfera).

1. Cabeçalho principal: Numa altura em que se fala tanto de cães perigosos… dá ideia ser essa a razão que justifica a notícia, até porque o texto não explica a relação entre o caso relatado e a natureza intrínseca dos factores associados à perigosidade canina… a não ser que o implícito “vadiagem nocturna” seja considerado factor jornalístico para cão perigoso!…

Mais… a balbúrdia na Comunicação Social é enorme com este conceito de “cães perigosos” versus raças “malditas”…
De facto, perigosos são todos os cães que tenham acometido (só ladrar não conta) contra a integridade física de pessoas ou outros animais; aqueles que os detentores “confessem” ter carácter e comportamento agressivo ou ainda aqueles que a autoridade declare como tal (em função do comportamento agressivo ou características fisiológicas… nestes casos só ladrar ou o tamanho podem ser suficientes).

Ora do que tanto se fala são de raças de cães consideradas “potencialmente perigosas”… que, no conceito, é muito diferente de “animais perigosos”.

2. “Cães vadios atacam rafeiro”… Não sendo poeticamente a favor, ou contra, estes ou aqueles, também no caso parece não existirem elementos que sustentem a afirmação… ninguém viu que vadio atacou ou deixou de atacar o rafeiro Dick. Muito menos poderão afirmar que o mesmo “…foi violentamente atacado… por dois animais de grande porte”… simplesmente especulativo, já que baseado apenas numa “suspeita” do Sr. Sérgio Santos.

Curiosamente o subtítulo já se refere aos cães “atacantes” como “…supostamente vadios.”, afinal em que ficamos? Eram vadios ou não?

3. Na essência: pouco normal que alguém, apenas por dá cá aquela palha, vá à janela às 2.30h e muito menos que, mesmo assim, ache normal andarem “…dois cães grandes, de cor clara, a vaguear pela casa…”. Dificilmente se compreende, particularmente àquela hora, que um ataque violento de dois cães a um outro, ocorra em total silêncio ou que, pelo menos, não se dê por isso.

A notícia é omissa mas fiquei curioso sobre se o detentor do animal apresentou queixa à polícia ou se se limitou a chamar o(a) jornalista… (admitindo que não tenha sido o Centro de Atendimento Médico-Veterinário a fazê-lo) e no rol das curiosidades gostaria também de saber se existe relatório médico-veterinário sobre o tipo, localização, número e gravidade das lesões…
A notícia é ilustrada com uma fotografia do suposto cachorro sentado na marquesa da clínica veterinária, não dando para perceber do trauma sofrido… mas, a não ser uma imagem de arquivo, porque razão se deixou fotografar o animal no interior do Centro de Atendimento?... Até podia ter sido na portaria ou na sala de espera… mas na sala de consulta, porquê?

Mesmo admitindo que o dono do Dick se tenha levantado bastante cedo, digamos 6.30h (afinal o dia convidava a sair da cama), parece pouco verosímil que aquela hora o cachorro ainda sangrasse “abundantemente” por trauma infligido às 2.30h.


(in http://cartoonbank.com/)

4. Afinal tudo acabou em bem… Foi, aparentemente, submetido a cirurgia por suspeita de perfuração pulmonar que afinal não se confirmou…
O seu dono não escondia o contentamento: “Felizmente o Dick está bem e vai voltar ainda hoje (domingo) para casa”…
Ai sim??? Expliquem-me então, como se eu fosse uma criança de dez anos, qual é a notícia?

O Dick (felizmente) está bem de saúde, mas por uma questão de coerência é melhor começar a chamar-lhe Pussy!... chalaças à parte!

7 de abril de 2008

e pluribus unum

A extinção das águias preocupa o Sport Lisboa e Benfica e não é caso para menos… a cinco jornadas do fim da época, em segundo lugar, a par com o Vitória de Guimarães e o Sporting a dois pontos… com uma ida ainda ao estádio do dragão…

Depois do envenenamento do Leão e a anunciada extinção das águias, é caso para dizer que o currículo das escolas de Veterinária, no domínio das espécies não domésticas, deve começar a olhar mais para os animais da mitologia!

REI DA SELVA

Este deixou de rugir sem honra, nem glória… Espera-se que o Programa antídoto não tenha ficado de braços cruzados…

E já agora, que a Direcção-Geral de Veterinária, enquanto entidade parceira daquele projecto, lhe dedique mais atenção, começando por locar algum dos seus peritos e um pouco dos seus serviços descentralizados ao acompanhamento das ocorrências.

4 de abril de 2008

ARMAS DE CASTRAÇÃO MASSIVA

À TSF, Cardoso de Resende, bastonário da Ordem dos Veterinários, disse concordar com as medidas do Ministério, mas disse prever «muitas dificuldades no objectivo de esterilizar todos os cães de raças perigosas». Achou além disso que, o país «não dispõe dos mecanismos necessários para impedir a importação de cães perigosos»…

Ou muito e engano ou duas coisas vão acontecer: uma corrida aos registos em livro de origem ou outros… que obviam a esterilização… e uma disponibilidade inusitada dos Centros e Atendimento Médico-Veterinário para a grande vocação da esterilização… tá claro que não acredito que venham a ser emitidos falsos atestados de esterilização…

CÃO QUE LADRA NÃO MORDE

Longe vão os tempos em que o comportamento animal se avaliava pelos provérbios populares… A metodologia de Tinbergen na abordagem etológica da questão dos cães perigosos, poderá estar na origem do teste de sociabilidade modificado de Paula Faria no vizinho “Nortadas”…

Eventualmente a requerer novo ajuste face ao Despacho do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Jaime Silva, que proíbe a reprodução ou criação de quaisquer cães de raças ou cruzamentos de raças “potencialmente perigosos”, a saber: Cão de fila brasileiro; Dogue argentino; Pit bull terrier; Staffordshire bull terrier; Rottweiller; Staffordshire terrier americano e Tosa inu

Isto claro, ainda de acordo com aquele Despacho, se os animais não estiverem inscritos em Livro de Origens oficialmente reconhecido (LOP e outros).


(fotos abusivamente retiradas de "Wikipédia. A enciclopédia livre")

2 de abril de 2008

O RURAL E O URBANO

Contributo para a discussão sobre o rural e o urbano: imagine-se apanhado por um “aperto” no meio do monte… a casa de banho mais próxima fica a 5 quilómetros… o que fazer?
Diferente naturalmente se estiver no jardim das Freiras em Chaves “à mão” da casa de banho, do snack-bar, do outro lado da rua…

Tempos houve em que alguma coisa de “rural” ficava nas traseiras dos prédios de habitação. Mesmo no coração da cidade, não havia Rés-do-chão que não tivesse um pequeno quintal/jardim, onde pontificavam umas árvores de fruto (recordo uma nespereira e principalmente o vizinho, seu proprietário…), umas cenouras ou umas alfaces e sempre flores, mas sempre verde, não era raro um galo, umas galinhas ou uns coelhos…

A pouco e pouco o urbano passou a ser sinónimo de aço (de preferência inoxidável), cimento e esterilidade biológica… as avenidas desapareceram, os espaços verdes, nas que ainda existiam, deram lugar a estacionamento, pior… as zonas rurais marginais foram sendo empurradas, belíssimos terrenos de cultivo ocupados por mais casas e arruamentos (quem no Ministério da Agricultura deu parecer favorável à inutilização desses solos?)…

Há já quem defenda a criação de “zonas rurais” à semelhança das “zonas industriais”, numa total perversão da gestão do espaço físico.

Não quer isto dizer que esteja contra o Código de Posturas Municipais de Chaves… muito pelo contrário, causa-me contudo muita impressão, enquanto Veterinário, que o espaço rural senso lato, incluindo por isso matas e bosques, baldios e monte, seja hoje visto como algo desagradável, mal cheiroso (deve ser do cheiro da bosta de vaca), infecto, rude (como os que lá vivem), ruidoso (há lavradores que até andam de tractor fora de horas), deselegante e até perigoso.

A própria classificação de ruralidade, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), baseada em factores demográficos e de natureza socio-económica, favorece esta delimitação total e absoluta entre rural/urbano, e a conquista do espaço rural por um urbanismo “desenfreado”.

O que esperar: maior abandono ou marginalização, a biodiversidade vista pelo canudo dos parques zoológicos e quintas pedagógicas, a paisagem pelos postais de viagem, os recursos aquíferos encanados, os solos mais lixiviados, o ar com cheiro a fumo em vez de bosta de vaca, o bem-estar-animal pelo trimming dos bois a concurso pecuário, a floresta pelo que nos disseram os nossos avós…

Enquanto e não, o Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), consagra uma abordagem LEADER (Ligação Entre Acções de Desenvolvimento da Economia Rural), nas mãos de Grupos de Acção Local (GAL), onde infelizmente pouco se sente o contributo que os Médicos Veterinários poderiam oferecer.

1 de abril de 2008

HELLO HORRAY!

Hello! Hooray!
Let the show begin, I've been ready
Hello! Hooray!
Let the lights grow dim, I've been ready

Ready as this audience
That's coming here to dream
Loving every second
Every moment, every scream

(…/…)

“A presente nomeação, fundamentada na reconhecida aptidão da visada, tem ainda como suporte o respectivo currículo, que e publica em anexo.”

Está lá todo… todinho o que vinha no Diário da República!

MINHOCAS E SEXO

Bem exclama a Sofia Bragança Buchholz do 31 da ArmadaGrande novidade!... por ter sido uma espécie de minhoca o primeiro animal a fazer sexo

O assunto não é exclusivamente veterinário nem requer carteira profissional…