30 de junho de 2008

OMISSÃO VOLUNTÁRIA?

Pelos vistos cumpriu-se a litúrgica Assembleia-Geral para marcação da data das eleições, não sem que o “sacerdotal” presidente da mesma revelasse desconhecimento de algumas elementares regras do “missal”… da entrada em funções da comissão eleitoral a votos brancos e nulos… entretanto lá ficou estabelecido o sufrágio para 11 de Outubro e limite para apresentação de listas o 8 de Setembro.

Sempre se perdoaria a “homilia” sobre a bondade jurídica da eventual aprovação/reprovação do parecer do Conselho Fiscal às Contas de 2007, numa reprise de má qualidade e bem refutada pelo “catequista”… o que já não se desculpa é não ter qualquer ideia sobre em que situação se encontra a Ordem face ao chumbo das ditas Contas.

Foi entretanto transmitido ao Conselho de Administração do “Veterinário precisa-se…” que o excelso presidente da Mesa da Assembleia-Geral teria afirmado não ter recebido qualquer contributo ou sugestão na sequência do pedido expresso por si em anterior Assembleia-Geral…

Enganou-se o cavalheiro… voluntária ou involuntariamente, não faço ideia… mas como se pode provar pela reprodução (parcial) da mensagem em correio electrónico, o “Veterinário precisa-se…” expressou a sua opinião a 18 de Abril, remetendo para 25 artigos de opinião!

Lá que a não considere (ou despreze) por não estar autenticada por membro da Ordem dos Médicos Veterinários ainda vá que não vá… agora que diga que não recebeu nada é omissão grosseira.

27 de junho de 2008

PAGE VET

A Schering-Plough/Intervet e a Universidade Católica Portuguesa, numa interessante joint venture desenvolveram um programa avançado e uma série de seminários de gestão para clínicas veterinárias a que chamaram PAGE VET.

Decorre de 18 de Junho de 2008 a 18 de Novembro de 2009 e as temáticas vão de uma abordagem geral sobre as grandes transformações económicas, sociais, políticas, culturais e demográficas do mundo actual e respectivas consequências nos negócios, até ao marketing estratégico e merchandising, contabilidade e finanças, Recursos Humanos e Comportamento Organizacional.

De facto uma iniciativa fantástica! Com esperança acredito que pelo menos alguns dos 26 participantes neste programa se abalancem na criação (ou pelo menos no lançamento da primeira pedra) da Associação Nacional de Centros de Atendimento Médico Veterinário (CAMV).

Sobre este projecto já aqui expressara o meu apreço e o meu apoio… e parece que não estou só.

Foi no nº 7 da “Veterinária Actual” que Manuel Magalhães Sant’Ana adianta em “opinião”, que a “…exemplo da Associação Nacional de Farmácias, a Medicina Veterinária necessita de um organismo capaz de ‘introduzir no sector os conceitos de articulação e de cobertura nacional, reforçar a relação de proximidade com o cidadão e fortalecer a identidade’ dos Centros de Atendimento Médico Veterinário”

Sem querer misturar alhos com bugalhos uma coisa é certa, quer a PAGE VET, quer a Regulação dos CAMV revelam aspectos de indiscutível interesse para o futuro profissional do sector, que urge discutir e promover.

A não ser assim, os Médicos Veterinários serão actores passivos (e por isso menores) no meio envolvente da profissão o que, nesta infeliz circunstância, nos colocará como actores secundários num palco que afinal é nosso!

26 de junho de 2008

FINAL REPORT

Sem aprofundar o papel e competências do Food and Veterinary Office (FVO), que aliás, no âmbito Veterinário, contou, até há bem pouco tempo, com a honrosa contribuição lusa do colega António José Ròsinha (*), sempre adiantarei tratar-se da mais relevante estrutura da Comissão Europeia na garantia do cumprimento da legislação Comunitária relativa à segurança alimentar, saúde animal, sanidade vegetal e bem estar animal.

Eis alguns extractos do relatório relativo a uma missão do FVO a Portugal (12 a 22 de Junho de 2007), publicado neste mês de Junho de 2008, de “Avaliação das acções de acompanhamento adoptadas pelas Autoridades Competentes relativas aos controlos oficiais de alimentos de origem animal, particularmente carne, leite e seus produtos” (**). O destaque é nosso.

Autoridades competentes:
- As Autoridades portuguesas não tiveram qualquer iniciativa tendo em vista a definição de responsabilidades ou no estabelecimento de procedimentos de coordenação entre as duas autoridades competentes, a DGV e a ASAE.
- Em 2006 aquelas responsabilidades sobrepunham-se parcialmente, mas agora sobrepõem-se totalmente.
- Trata-se de um desperdício de recursos quando a DGV afirma ter recursos limitados e muitas das dificuldades na aplicação do “pacote de higiene”, constatadas na missão de 2006, não foram ultrapassadas.

Registo e licenciamento de estabelecimentos:
- As autoridades competentes não dispõem de uma lista de estabelecimentos registados.
- O sistema de licenciamento dos estabelecimentos não funciona satisfatoriamente.
- Alguns dos estabelecimentos visitados estavam licenciados apesar de existirem significativas deficiências estruturais ou operacionais.

Aplicação das regras de higiene nos estabelecimentos e controlos oficiais:
- O grau de aplicação das regras de higiene e dos controlos oficiais não é satisfatório.
- Nos estabelecimentos visitados foram detectadas muitas deficiências estruturais, de manutenção, operacionais e de controlo interno.
- Os operadores e as autoridades competentes não efectuaram controlos de acompanhamento eficientemente.
- Em certos estabelecimentos de processamento de carne e leite, não foram efectuados quaisquer controlos durante três anos.
- O plano de controlo, quando existe, não é cumprido.

Outras informações
- A equipa de inspecção ficou satisfeita com as iniciativas tomadas pelo operador e pelas autoridades competentes na correcção de uma situação num matadouro em que problemas particularmente sérios tinham sido observados na missão anterior.
- Contudo, deficiências semelhantes foram observadas num outro matadouro, onde as autoridades competentes não adoptaram nenhuma acção correctiva efectiva.

Uma última referência: As Autoridades Lusas ainda não responderam às recomendações daquela missão.

Palavras para quê?

(*) Que amanhã, pelas 14:30h, toma posse como Chefe de Divisão, em regime de substituição, do Gabinete de Auditorias, conforme Despacho nº 17.316, de 29 de Abril de 2008, publicado no Diário da República nº 122, II Série, de 26 de Junho.
(**) Tradução livre e mal revista da inteira responsabilidade de Clint (da linha Eastwood - Make my day), à qual o Conselho de Redacção do “Veterinário precisa-se…” é totalmente alheio e por isso declina qualquer responsabilidade por lapsos, erros ou omissões.

20 de junho de 2008

HALIBUT (*)

No âmbito do projecto “Acção escolas”, já aqui comentado, entrou em cena o “Halibut”…

Não… não foi o creme, loção, gel, emulsão, tão famoso, milagre para milhares de “assaduras”… este “Halibut” é o actor vivo do colega Ricardo Oliveira, que sem querer fez das suas em Coimbra…

A sessão educativa acabou com uma menina a dar um beijo na boca do cão “Halibut” que, sem querer, lhe “abriu o lábio”…

Quem diria que o Halibut podia ter efeitos secundários?

(*) Este é o outro halibut

ENFEITIÇADO


“Eu já montava. Antes da telenovela tive umas 10 lições. Agora tudo o que vou aprendendo em termos de postura, vou aperfeiçoando em cena”, diz Rita Pereira, no papel de Alice, uma estudante de veterinária apaixonada por cavalos… na próxima telenovela da TVI “Feitiço de amor”…

Mais uma catrefada de adolescentes a correr ao curso de Medicina Veterinária na próxima candidatura de acesso ao ensino superior.

18 de junho de 2008

BLOGS DESBLOQUEADOS

Ele há blogs e blogs… depois de ter bloqueado o acesso a alguns dos servidores de blogs, vem a Direcção-Geral de Veterinária (DGV) divulgar precisamente um blog… Não deve ser, só por ser de Évora…

Daqui tiro o chapéu aos futuros colegas da Universidade de Évora… e a língua de fora, agitando as mãos lateralmente à cabeça e sussurrando hnã nhã nhã nhã nhãããã… hnã nhã nhã nhã nhãããã… a todos os blogs de todas as outras Faculdades de Veterinária…

Já nem falo da ciumeira que reina aqui no Conselho de Redacção.

17 de junho de 2008

PORTUGAL - BULGÁRIA

(Women from Varna City are Among World's Most Beautiful Women)
A História consagrou o uso do adjectivo balcanizar sempre que se arma uma confusão de nacionalidades ou etnias, culturas e religiões, regra geral com beligerância fronteiriça... Esperemos que a visita do Director-Geral de Veterinária e do Bastonário, não sejam um contributo (mesmo que modesto) para a Lusitanização dos Balcãs...

SERVIÇOS VETERINÁRIOS LUSOS EM DESTAQUE

O site da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), em agenda, reporta o “Seminário Regional OIE - Veterinary Statutory Bodies, Private Veterinarians and Paraprofessionals in the Veterinary Services”, que decorre hoje e amanhã em Sofia, Bulgária.

A primeira conclusão que tiro é que o Sr. Bastonário não vai estar presente na Assembleia-Geral para marcação da data das eleições, e faz ele bem… o Conselho Redactorial deste blog poderá igualmente não estar presente.

Curiosamente, o seminário em causa não é anunciado nem no site do Office International des Épizooties (OIE) (apenas no site regional para a Europa), nem no da Federação dos Veterinários da Europa (FVE)… o que, de qualquer forma, não deslustra os Serviços Veterinários Lusos e a representação nacional: Director-Geral de Veterinária e Bastonário da OMV.

Se a representação da profissão é considerada a tão alto nível duas questões se colocam: foi a participação da OMV ponderada em parceria com o Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários (SNMV)? Teve o representante português na Associação Europeia dos Veterinários Oficiais (EASVO) algum papel na preparação desta intervenção da profissão Lusa?

Dirão uns que o SNMV nada tem a ver com o assunto… mas tem! É que existe um acordo de parceria entre as duas associações na definição das posições da profissão em Portugal. Aliás não somos os únicos na Europa com este modelo, por exemplo os franceses, seguem exactamente a mesma metodologia. Chama-se a isto sinergia de actuação.

Dirão outros que o representante português na EASVO também não é para aqui chamado… o que também não parece correcto! Os Médicos Veterinários Lusos (OMV/SNMV) assumiram, até há relativamente pouco tempo, a Vice-Presidência e posteriormente a Presidência daquela Associação. Existe trabalho feito, posições tomadas e até uma estratégia de alianças que importaria destacar. Chama-se a isto coerência na actuação e daí, credibilidade.

Ficamos a aguardar os ecos de Sofia… e que os “ветеринарен и санитарен контрол” sejam tão eficazes (e eficientes) como os de cá...

16 de junho de 2008

VALHA-NOS SANTO ONOFRE

Não sei qual o “nível” alcançado pela “área de projecto” da Escola de Santo Onofre, a que se refere o "Jornal da Caldas - on-line", mas a preocupação com os “…problemas que atormentam a sociedade…”, parece mal equacionada.

Sei que a opinião é a priori polémica, mas acredito, ainda assim, que algum colega, menos preconceituoso, possa reflectir sobre o assunto…

O sentimento de afecto que os animais, particularmente os cães, desencadeiam nas crianças é inquestionável, não sendo por isso difícil mobilizar a “garotada” para um projecto que meta animais, ainda por cima na perspectiva da sua protecção.

Educar esse impulso natural das crianças, parece ser uma boa ideia… mas educar é também burilar, lapidar, disciplinar e enquadrar, não apenas dar expressão daquilo que já é inato nas crianças: o tal afecto pelos cães (e outros bichos).

Ora, nem o canil municipal é uma instituição (a Câmara sim…), nem a sua exclusiva preocupação a do bem-estar dos animais abandonados… (então e a Saúde Pública?).

Ter um código de posturas municipais que diz no seu artigo 56º que “Os cães… errantes ou perdidos, serão levados para o canil da Câmara e, não sendo reclamados no prazo de três dias, serão abatidos pelo Veterinário Municipal.”, sem cuidar das condições que ab initio tal postura exige (no mínimo o bem estar dos animais capturados, já para não falar de mecanismos de adopção), é no mínimo… insuficiente.

Há questões básicas que devem ser garantidas pelo Município (para isso devem ser canalizadas as verbas específicas das taxas que lhe estão associadas e parte do orçamento municipal), o “altruísmo” resultante da “área de projecto” da Escola de Santo Onofre, não pode, nem deve, superar essas lacunas.

Nem a Farmoquil, nem a Merial estão de parabéns, pois parecem ter quebrado essa questão ética primordial: obviar por sua intervenção responsabilidades da Administração Local, mais a mais sem qualquer sustentabilidade.

Deve a Escola promover junto das crianças valores que contrariem (mesmo que apenas a longo prazo) o abandono dos cães ou a adopção dos cachorros capturados; deve, sobretudo, levar os miúdos a compreender as dificuldades no combate a esse abandono e na promoção da adopção…

Agora, que a Escola crie a falsa ideia (ainda por cima nas crianças) que algo foi resolvido apenas porque o “projecto” conseguiu angariar uns quantos medicamentos… isso já me parece, não apenas insuficiente, mas até deseducativo.

(Imagem: “ícone bizantino representando Santo Onofre, datado do século IV”, in Wikipédia)

12 de junho de 2008

A GRANDES MALES, GRANDES REMÉDIOS


O Conselho de Administração do “Veterinário precisa-se…” reuniu de emergência face à previsível quebra de audiência deste blog

De qualquer modo, no final da reunião, o porta-voz do Conselho declarou laconicamente: “Parece-me, em nome da eficácia e eficiência dos Serviços Veterinários Lusos, do mais elementar bom senso a decisão do Sr. Director-Geral…”.

VERSÕES


Esta não lembra ao diabo… então os editais têm versões???

Um edital é uma ordem de carácter oficial… só pode ter UMA versão. Quanto muito, se essa disposição mudou, o Edital REVOGA o anterior… mas o problema deste Edital é mais grave…

Sendo sobre os abates para auto-consumo (escreve-se assim e não autoconsumo… segundo a convenção ortográfica Luso-Brasileira de 1945), o diabo do Edital não tece uma palavra sobre isso… ao invés refere-se a matanças em que “…as carnes obtidas se destinem a ser consumidas no local.” e à “…matança tradicional…”.

Que se saiba, nem um, nem outro dos conceitos faz qualquer sentido, quando reportados ao auto-consumo.

O “consumo no local” pode (e em muitas circunstâncias é…) ser público e por isso lá se vai o conceito de auto-consumo. Por outro lado sendo a “matança tradicional” (prática que se transmite de geração em geração) a matança na exploração agrícola destinada a rechear a despensa para o Inverno, não cabe na cabeça de ninguém seja organizada por entidade pública ou privada, muito menos que a carne seja consumida no local, quando tradicionalmente se destinava à conservação.

Convenhamos… aquilo que por aí se faz não são matanças tradicionais, essas estão a acabar (feliz ou infelizmente)… mas antes, uma espécie de “festas medievais” (embora a matança tradicional tenha chegado até aos nossos dias), revivendo aquilo que se fazia nas aldeias.

Lá que o Director-Geral queira ir ao encontro da decisão política de autorizar essas “festas medievais”, nada a dizer, agora que disfarce a coisa com os abates para auto-consumo… isso é que não!

Se esta “versão” é afinal uma revogação do anterior Edital, pouco mudou: mantém-se actual o que então aqui foi dito em QUEM DÁ E TIRA PARA O INFERNO GIRA.

11 de junho de 2008

LEISHMANIOSE E OUTRAS HISTÓRIAS

Indiscutível que muitos dos perigos para a Saúde Pública se acautelam com a prevenção e que esta só resulta com informação e esclarecimento. Discussões à parte sobre os requisitos que qualquer boa campanha exige (por vezes é preferível não fazer a fazer mal), sempre se aplaude o Projecto Acção Escolas da Intervet/Schering-Plough, envolvendo Escolas do ensino básico e Centros de Atendimento Médico-Veterinário.

De acordo com Maria João Fonseca, médica-veterinária do Hospital Veterinário do Restelo “As crianças são, por natureza, os grandes amigos dos animais, contudo, muitas vezes têm pouca ou nenhuma formação sobre as necessidades específicas dos seus cães, nomeadamente no que diz respeito aos cuidados de saúde”.

Sérgio Cardeira, do Hospital de Medicina Veterinária de Setúbal, explicou aos alunos da Escola Básica do 1.º Ciclo n.º 2 de Setúbal os “cuidados a ter com o seu melhor amigo - o cão”.

Maria Aires, da Clínica Veterinária Muralha (Évora), visitou a Escola Básica do 1º Ciclo de S. Mamede, numa iniciativa de sensibilização que se prolongará por Junho, sobre os “ cuidados a ter com a saúde dos cães”.

Ivo Lima, por sua vez, visitou a escola EB1 nº1 de Faro, onde abordou “a prevenção de doenças nos cães e os riscos para a saúde”.

Além destas Escolas a acção decorreu ainda na António Rebelo de Andrade (Oeiras), no Carandá (Braga), na Augusto Lessa (Porto), em Almada, Viseu, no Bairro Norton de Matos (Coimbra) e em Parceiros (Torres Novas/Leiria).

A concretização deste projecto da Intervet/Schering-Plough, em escolas de 11 cidades do país e os Centros de Atendimento Médico Veterinário seleccionados/aderentes, com o intuito de “…divulgar a importância dos cuidados básicos e os ectoparasitas mais comuns nos cães, nomeadamente a Leishmaniose…”, revela a outra face de uma profissão que vive à margem das diatribes profissionais em que andamos mergulhados desde há vários meses… a isto sim deveríamos dar importância.

Ao colega Rodolfo Neves, em cujos ombros assentaram muitas da preocupações logísticas e todo o planeamento da Acção, para não dizer a “alma” do próprio projecto, o nosso sincero reconhecimento e encorajamento para outros voos.

4 de junho de 2008

POSITIVE LIST

1. A profissão veterinária tem, na Europa, uma história única no domínio da avaliação do ensino Universitário: um sistema de avaliação dos Estabelecimentos de Ensino de Medicina Veterinária, decorrente da aplicação das “velhinhas” Directivas 78/1026/EEC, de 18 de Dezembro (reconhecimento mútuo da formação veterinária) e 78/1027/EEC, de 18 de Dezembro (nível mínimo de qualificação e de requisitos de formação).

2. Esse sistema, ao tempo administrado pelo Comité Consultivo para a Formação Veterinária (ACVT - Advisory Committee on Veterinary Training), a funcionar na Comissão Europeia, foi transferido para duas instituições da Medicina Veterinária: A Federação dos Veterinários da Europa (FVE) e a Associação Europeia dos Estabelecimentos de Ensino de Medicina Veterinária (EAEVE).

O “Joint Education Committee” (JEC), que reúne membros das duas instituições é o responsável pela gestão do sistema de avaliação dos estabelecimentos de ensino da Medicina Veterinária e consequentemente está na origem da “Lista de Faculdades visitadas e aprovadas” (Positive List) que, como se depreende, resulta da intervenção dos dois sectores da Medicina Veterinária: Académico e Profissional.

Primeira grande questão: É o JEC e não a EAEVE que avalia os estabelecimentos ou seja, é no mínimo uma imprecisão dizer que a Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa foi avaliada pela EAEVE, para não dizer uma subtileza que pretende diminuir o papel do sector Profissional no sistema de avaliação, pois não acredito que seja por ignorância.

3. Sucede porém, que sendo a avaliação suportada financeiramente pelo Estabelecimento que a requereu, o mesmo se torna, automaticamente, “dono” dessa avaliação. Ora, com base neste princípio, a EAEVE recusa-se a tornar pública a lista de estabelecimentos visitados e avaliados positivamente (pelo menos esses), ao contrário do que tem sido a posição da FVE que defende a sua publicitação.

Se dúvidas houvesse, bastaria consultar o site da EAEVE, para perceber que o acesso à célebre positive list se encontra na área reservada (ver figura em anexo) e por isso longe dos olhares de “gente ignorante incapaz de interpretar cabalmente o alcance dessa lista”.

Se em matéria de transparência está tudo dito, ainda por cima vinda dos “Homens da Ciência”, acresce ainda que no caso da avaliação ser positiva, são essas Escolas que, na primeira ocasião, tornam pública a avaliação e a inclusão da respectiva Faculdade na positive list… simplesmente porque a referência lhes é favorável.

4. Levou-me a curiosidade a tentar ir mais longe, chegando à newsletter, da FVE, de Junho de 2007 de onde se extraiu a lista anexa: Lisboa (Universidade Técnica) na lista “em avaliação” e as restantes (a Lusófona ainda não era conhecida) na lista de “não avaliadas/avaliação negativa” (pelo menos Vila Real e Porto já tinham sido visitadas).
Desconhecendo qual o resultado final da avaliação de Lisboa (Universidade Técnica), sempre direi que, em nenhuma das newsletter da FVE subsequentes à publicação daquela lista, foi publicitada a sua entrada na positive list.

Sucede ainda que no site da Federação, aqui mesmo, para ser preciso, se verifica que os Estabelecimentos de Ensino de Medicina Veterinária por essa Europa se encontram referenciados a cores diferentes, ainda que imperceptível para daltónicos: verde para os aprovados e laranja para os outros… isto fazendo fé no código-fonte daquela página em que a insuspeita designação class=”approved” é atribuída exactamente aos estabelecimentos a verde.

Segunda grande questão: Todos os elementos disponíveis são consistentes com o facto de três Faculdades, em Portugal, terem já sido visitadas e nenhuma ter sido incluída na positive list.

E acreditem que não fico nem contente, nem realizado, por chegar a essa conclusão, apenas triste e desanimado, mais com a postura dos responsáveis dos cursos (desviante e enganadora), do que propriamente com o resultado final que, não sendo bom, só poderia ser estímulo para melhorar.