17 de julho de 2008

VALÈRE BIENFET

A profissão Veterinária está de luto!

A amizade que o colega Bienfet votava aos colegas portugueses jamais será esquecida.

16 de julho de 2008

MÚMIA

Na sentença ao Processo Cautelar requerido pelo Bastonário Cardoso de Resende e outros, sobre o “…fundado receio de constituição de uma situação de facto consumado ou de produção de prejuízos de difícil reparação.”, e esclarecido, na mesma, que “só têm - ou devem ter - relevância os prejuízos que coloquem em risco a efectividade da sentença proferida no processo principal”, conclui-se que:

“É verdade que a execução das deliberações tomadas na assembleia geral extraordinária de 2.06.2007 permitirá afastar dos órgãos sociais da OMV os seus representantes democraticamente eleitos, pois, tal destituição resulta inequivocamente do teor de tais deliberações.

Porém, tal afastamento ou destituição dos órgãos sociais está previsto no artº 37º, al. a) do estatuto da OMV e, tendo a destituição em causa sido acompanhada de deliberação a designar data para nova eleição desses órgãos sociais, verifica-se que os actuais elementos dos órgãos sociais ou representantes democraticamente eleitos sempre poderão candidatar-se novamente, situação que permitirá repor a situação anterior às deliberações suspendendas.”

Não acredito que Cardoso de Resende não pondere esta possibilidade, admito mesmo que estará muito dividido entre ser ou não, de novo, candidato a Bastonário. Aliás, é mais do que certo, que terá já sopesado esse possibilidade com os outros membros do Conselho Directivo.

Não tanto pela eventualidade de vir ganhar, mas por questões de princípio, Cardoso de Resende deveria ser candidato… e não se pense à partida que seria um candidato derrotado, muito embora partisse em condições muito desvantajosos fruto de ódios e antipatias “capitalizados” ao longo do tempo, como aqui já me referi.

Teríamos pois um candidato exangue, mas sumptuoso; vindo de um passado reputado em que granjeou fama, mas cujo proveito advirá apenas de um certo interesse histórico; a quem, só com o tempo, será reconhecido o devido valor e importância; numa palavra uma verdadeira múmia…

Eis pois os candidatos a Bastonário no próximo Outono:
uma Marioneta,
um Fantasma,
um Espantalho e
uma Múmia!!!

14 de julho de 2008

ESPANTALHO

(fotos de obra do “veterinário-escultor”, disponível em Madeira Viva, ao qual deixamos os nossos parabéns pelos extraordinários dotes e o pedido de desculpa pela reprodução não autorizada)

Ao contrário d’“O espantalho que queria ser Grou”… ele há candidatos, a candidato, ao desempenho do cargo de Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) que não chegam a concretizar o sonho.

No caso de António Morais nem sequer se trata de falta de meios, determinação ou vontade, mas simples impossibilidade estratégica de, na actual situação, se posicionar com coerência e sustentabilidade.

Suponho (sim, mera suposição) que na actual conjuntura eleitoral, António Morais, não tenha capacidade de se afirmar com um projecto próprio.

A candidatura que apresentou no pretérito acto eleitoral (pessimamente preparada, incluindo candidato suspenso por razões disciplinares…) surgiu, concatenando interesses específicos dos Médicos Veterinários dos Municípios e sobretudo destilando angústias e antipatias contra o, ainda Bastonário, Cardoso de Resende.

No momento presente criou-se um vazio… os MVM estão menos dependentes de um candidato “próprio” e o alvo das angústias e antipatias desapareceu.

Este vazio dará origem a uma estratégia auto-justificativa e apaziguadora, do tipo: …importará, sobretudo agora, unir esforços, até ao final do mandato, normalizando a vida interna da OMV, para então nas próximas eleições surgir (eventualmente) com um projecto próprio.

O problema é que no fundo, no fundo, António Morais sempre desejou avançar, por enérgica vaidade e exagerada empáfia… hesitou em vários momentos, deu voltas à cabeça, ponderou sobre os seus mais directos apoios… mas acabará por avançar (se é que não avançou já, depois do feed back de mais uma reunião de MVM na Batalha).

O que falta neste contexto é a auto-consciência do candidato para perceber que os seus argumentos, equipa e postura são mais de afugentar do que congregar… e este dom de afugentar é apanágio dos espantalhos…

Não faltava mais nada na corrida ás eleições da OMV, que a uma marioneta e um fantasma, se juntasse um espantalho...

10 de julho de 2008

VAGAS VETERINÁRIAS

Diminuíram em 25 o número de vagas de acesso aos cursos de Medicina Veterinária, segundo anunciou o Expresso

Não sei bem que contas foram feitas, já que o mapa Excel da Direcção-Geral do Ensino Superior, anexo à notícia não reporta os estabelecimentos de ensino privado…

Aqui fica o detalhe para quem se interessar sobre a oferta no domínio da Veterinária… 255 vagas para Medicina Veterinária (a que acrescem 12 em Angra do Heroísmo que hão-de transitar, mais ano menos ano, para outra Universidade) e 179 vagas para tecnólogos e enfermeiros Veterinários.

FANTASMA DO NORTE

Nem tão mal… Segundo fontes geralmente bem informadas, o Conselho Regional do Norte (CRN), da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), decidiu promover uma candidatura às próximas eleições.

O problema é que os potenciais cabeça de lista parecem hesitar, apesar de terem iniciado contactos para formação das mesmas. Entre outros são comentados os nomes de Eduardo Tavares, Miguel Ângelo e Carlos Coelho…

Tudo bons rapazes… tortuosos e provincianos, não parece sequer, venham a conseguir libertar-se dos limites regionais e ganhar balanço a uma candidatura nacional… aliás não parece que alguém venha a dar muito crédito a uma candidatura de província, tímida e humilde… enfim ficam as intenções e a visão, ou aparição, ou fantasma, do Norte…

Melhor seria que lançassem uma OPA sobre o Colégio dos Veterinários de Pontevedra, de quem parecem ser tão amigos…

A OMV precisa de candidatos que representem o todo nacional e não apenas a visão de uns quantos regionalistas a qual será sempre, por essa mesma razão, uma distorção da realidade.

A OMV exige uma estratégia clara e objectiva para este ano de transição e não de uma nortada pindérica e inconsequente… marionetas não fazem falta, mas fantasmas também não, a OMV precisa de muito mais que isso.

8 de julho de 2008

MARIONETA

Assim não… As eleições para a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) merecem mais, mesmo tratando-se de eleições intercales para conclusão do mandato que terminará em Dezembro de 2009, ou particularmente por esse motivo, face à urgência que a resolução de certas matérias exige.

O putativo candidato Ramalho Ribeiro decide promover uma candidatura de transição, liderada por Sameiro de Sousa, e estabelecer contactos tendo em vista a constituição dessa lista… expressando o compromisso deste último se retirar no próximo ano para dar lugar a si próprio.

Estando Ramalho Ribeiro suspenso, tal iniciativa funda-se na certeza de um cenário em que deixará de estar, revelando, no mínimo, a certeza numa hipotética decisão do Conselho Profissional e Deontológico (CPD) contrária à do actual Conselho ou na sua decisão de vir a renunciar ao cargo de director da Estação Zootécnica Nacional (EZN) antes das eleições do próximo ano…

A OMV precisa de mais empenho e de alguém que tenha uma agenda adequada ao que a profissão necessita e não de uma agenda imposta por razões estritamente condicionadas por motivos pessoais.

A OMV exige mais que hipotéticas situações, exige certezas, e quem não está em condições de as dar que fique quieto e calado.

A OMV não é um teatro de marionetas… os Médicos Veterinários aspiram, seguramente, a uma objectividade diferente… assim não recuperamos nem a credibilidade, nem a dignidade, que a nossa intervenção na Sociedade ordena.

GAZES FATAIS

Apesar do pouco interesse da comunidade científica veterinária lusa, o “Veterinário precisa-se…” (também na ciência) aqui vos trás as mais recentes consternações com o efeito de estufa (e outros piores) de origem bovina.

A “Veterinária Actual”, na sua edição online, fez eco do estudo divulgado por cientistas americanos na revista “Proccedings of the National Academy of Sciences” (PNAS), sobre a utilização, no gado bovino, de hormona de crescimento reconstituída, segundo o qual será possível aumentar, em 84%, a produção de leite, minorar a utilização de recursos naturais e diminuir drasticamente a emissão de gases com efeito de estufa…

Tal notícia foi amplamente divulgada pelos media, até o DN-sapo… dando expressão a estatísticas impressionantes.

O recurso a injecções da hormona bovina somatotropina reconstituída (STH) permite reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) e de metano (por redução de adubos e fertilizantes)… um milhão de vacas injectadas impede a emissão das seguintes quantidades dos principais gases que contribuem para o efeito de estufa:
- 824 mil toneladas de CO2,
- 41 mil toneladas de metano e
- 96 toneladas de monóxido de azoto.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o gado bovino produz mais gases com efeito de estufa do que a circulação automóvel. Embora o armentio bovino seja responsável apenas pela produção de 9% do CO2, produz outros gases bem mais nocivos para o aquecimento global:
- 65% do hemióxido de azoto (imputável ao estrume) um gás 296 vezes mais nocivo que o CO2,
- 37% do metano, que incide nas alterações climáticas 23 vezes mais que o CO2.
- 64% do amoníaco, responsável pelo fenómeno das chuvas ácidas.

Entretanto, conforme outra online da “Veterinária Actual”, o “Department for Environment, Food and Rural Affairs” (DEFRA), do Reino Unido, anunciou um plano para ajudar a indústria pecuária a reduzir aquele impacto ambiental, em consonância com os objectivos de redução da emissão de gases com efeito de estufa, baseado na utilização de uma espécie de erva que permite diminuir a quantidade de metano que os bovinos expelem.

A erva, designada Gramina, utiliza uma tecnologia de supressão que previne a expressão da enzima O-metil transferase, aumentando a digestibilidade da erva, sem comprometer as suas propriedades estruturais, mas diminuindo a produção de metano.

Parece indiscutível que a agenda científica está marcada pelo “efeito de estufa” e factores associados e a profissão (veterinária) lusa outra vez distraída… quando chegar a hora irá carpir sobre a exclusividade na inoculação de hormonas e então já será tarde…

7 de julho de 2008

TOUCINHO DO CÉU

Não tenho eu a sorte de ver o jardim invadido por uma porca e dez leitões

Para usar linguagem agronómica: “chamava-lhe um figo”… punha imediatamente em prática uma matança tradicional autorizada pela “versão 2” do edital da Direcção-Geral da Veterinária… uma espécie de toucinho que caí do céu.

Em vez disso… fizeram queixa à Guarda Nacional Republicana (GNR) e pasme-se… aos Serviços Veterinários… (“A chefe da Divisão, Susana Costa, explicou… que… Caso o dono dos animais não possua marca de exploração [uma exploração registada?], os animais poderão ser apreendidos e pode ser aplicada uma multa. “As nossas competências têm a ver [ou têm que ver?] com o bem-estar dos animais e se o local cumpre ou não a legislação em vigor”…”).

Haja quem zele pela perspectiva do porco, já que ninguém lhe pediu a opinião!

4 de julho de 2008

SUICÍDIO ENTRE VETERINÁRIOS

A taxa de suicídio entre os Médicos Veterinários no Reino Unido, é quase quatro vezes maior que a média nacional e duas vezes maior que a de Médicos e Dentistas.

Ninguém diria e dá que pensar na conclusão do estudo apresentado pelo “DVM Newsmagazine” há relativamente pouco tempo.

O tema vem sendo, contudo, abordado desde há muitos anos pela profissão no Reino Unido e ao tempo reportada pelo colega Richard Halliwell à Federação dos Veterinários da Europa (FVE), sem que tenha sido, infelizmente, alguma vez abordado, com seriedade, em Portugal.

Uma actividade profissional de elevado stress, o acesso a drogas letais e a convivência com a eutanásia, foram os factores avançados no “Veterinary Surgeons and Suicide: Influences, Opportunities and Research Directions", publicado pela “Veterinary Record”, para tentar explicar a elevada taxa de suicídio entre Médicos Veterinários.

Sobre o tema vale a pena ler os comentários da colega Patty Khuly, Médica Veterinária Prática (pequenos animais), Miami, Florida, em Dolitter.

No Reino Unido, a resposta da profissão materializou-se num conjunto de iniciativas decorrentes das recomendações do grupo de trabalho formado por representantes de diferentes organizações veterinárias e presidido pela colega Wendy Harrison.

Entre outras o lançamento do site Vetlife, em Outubro de 2007 com o propósito de providenciar informação sobre os apoios disponíveis a estudantes de Medicina Veterinária, Enfermeiros Veterinários e Médicos Veterinários, em diferentes matérias.

Gostava de ouvir os candidatos a Bastonários (serão três outra vez?) a pronunciarem-se sobre o tema…

2 de julho de 2008

RECIBOS VERDES

Em Abril passado o Correio da Manhã noticiava “Meio milhão vive do trabalho precário”… os ditos “falsos recibos verdes”.

Entre os diferentes casos, o da Médica Veterinária Ana Rita Martins Pinto, há nove anos a recibos verdes… nos serviços de inspecção higio-sanitária de pescado na Lota de Portimão.

"Quando entrei no serviço, contratada pela Direcção-Geral de Veterinária [DGV], havia a perspectiva de ser agrupada nos quadros. Mas a situação foi-se arrastando e até agora continuo na mesma. Todas as tentativas que fiz para obter um vínculo laboral efectivo saíram goradas".

De facto o caso não é único a que acrescem as discricionárias colocações, da responsabilidade dos Directores dos Serviços Veterinários Regionais, nesta ou naquela unidade, sem direito a ajudas de custo ou pagamento das respectivas deslocações em veículo privado.

O Subdirector-Geral da DGV, Prof. Doutor Fernando Bernardo, manifestou, para quem o quis ouvir, no átrio do auditório de Ciências Agrárias, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), por ocasião da realização das II Jornadas de Inspecção Sanitária (7 de Junho de 2008), estar empenhadíssimo na resolução do problema como medida da mais elementar justiça… disse mesmo que os serviços estavam a estudar a solução jurídica mais adequada!

Com a revisão do Código do Trabalho, negociado com tanto “sucesso” pelo governo em sede de Concertação Social, entre cujos objectivos se destaca o ”… combate à precariedade e à segmentação dos mercados de trabalho, com a alteração da presunção de contrato de trabalho e a criação de uma nova contra-ordenação muito grave para a dissimulação de contrato de trabalho para permitir uma fiscalização eficaz ao uso dos «falsos recibos verdes»”, não parece faltar mais nada para a resolução do problema…

A ver vamos… é que gato escaldado de água fria tem medo.

Entretanto, e antes que alguns oportunistas se aproveitem da situação, como em tempo aconteceu na Ribatejo e Oeste (até honorários adiantados foram pagos à advogada indicada pelo angélico “colega” que se propunha resolver a situação), espera-se que a nova direcção do Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários (SNMV) interceda rapidamente junto da tutela para saber quais as soluções que estão a ser estudadas e qual o timing para a sua adopção.

1 de julho de 2008

JÁ NAS BANCAS

PRESIDENTE DE QUÊ?

“Qualquer dia pouca gente nos leva a sério”…

Afirmação do Presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Ordem dos Médicos Veterinários, em plena Assembleia.