30 de novembro de 2008

PROCRASTINAÇÃO

Por inspiração nas reflexões de José Luís Amâncio sobre o tema… “Procrastinação é o ato de adiar alguma tarefa ou atividade e um dos complicadores da gestão de tempo.”, Já se percebe que as preocupações vêm do Atlântico Sul, mas nem por isso (ou talvez por isso) merecem ser menos consideradas na Lusitânia!

O velho “Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje”, ou o não menos sensato “Guarda que comer, não guardes que fazer”, são de facto virtudes de que este blog não se pode orgulhar, e por isso invejamos aqueles que não procrastinam

Tiramos pois o chapéu ao Grande Auditor DGViano, por ter tido a sabedoria de aprovar o Programa Anual de Auditorias e ao dirigente máximo pela douta homologação!

Plano aprovado e publicado na primeira página do site da Direcção-Geral da Veterinária, esperamos agora por idêntico destaque aos relatórios de auditoria.

EM TEMPO DE CRISE

Como é que as dificuldades financeiras que afligem a Europa e o Mundo se repercutem na vida dos Médicos Veterinários em Portugal?

Diz-se que em alturas de crise a imaginação vale mais que o conhecimento…

Uma coisa é igualmente certa: em tempos de crise as prioridades não são de certeza com o respeito pela ética ou um quadro referencial de valores.

Terá já o novel Conselho Directivo (CD) da Ordem dos Médicos Veterinários reflectido sobre o assunto? Haverá alguém, dos que por aqui passa, que possa deixar cair uma palavra aos do CD?

A GRANDES MALES, GRANDES REMÉDIOS [2]

Reproduzimos a mensagem e-mail recentemente recebida, não divulgando o(a) subscritor(a) por expressamente não termos sido autorizados a fazê-lo.

Caro Clint.
É-me extremamente grato informar toda a comunidade veterinária (não castrada, sem antolhos e sem aziar) que o bom senso democrático voltou a prevalecer na DGV.

Se se não tratar de uma transitória “amnistia de Natal” é sem dúvida uma atitude dos decisores que é justo saudar.

A CENSURA AOS BLOGS TERMINOU NA REDE A JUSANTE DO SERVIDOR INTERNO DA DGV.

ALELUIA!!!


Como se vê a mensagem é de um(a) crente… na sequência da qual nos cumpre divulgar o seguinte:

COMUNICADO

O Conselho de Administração do “Veterinário precisa-se…” reunido (como habitualmente) Sábado pela manhã, informa não ter desencadeado (ainda que vontade não lhe tenha faltado) qualquer acção judicial, policial, informal, banal ou outra, tendo em vista a acção desencadeada pelos gestores de sistemas da Direcção-Geral de Veterinária (DGV).

Nestas circunstâncias não pode (infelizmente) o “Veterinário precisa-se…” reivindicar qualquer mérito pela anunciada anulação da decisão antes tomada, manifestando aliás grande preocupação pelo presumido desinteresse que este sítio possa ter passado a ter na litúrgica catedral da Veterinária Oficial.

Não menos preocupação manifesta o Conselho de Administração (um dos administradores chorou baba e ranho), pela eventualidade da sua intervenção blogosferiana não ser levada a sério ou pela, não menos presumida, percepção de ter deixado de pisar (ou mesmo ultrapassar) o risco dos limites da ética.

O Conselho de Administração do “Veterinário precisa-se…” exorta a profissão Veterinária a participar na grandiosa manifestação que terá lugar no Largo da Academia Nacional das Belas Artes em data a anunciar.

28 de novembro de 2008

CONTESTO

... a filosofia expressa pela nossa vizinha Alma em Incompatibilidades!

1. A comparação, ainda que legítima, não foi devidamente enquadrada. Estamos a falar de coisas substancialmente diferentes.
No caso de Manuel Sebastião trata-se de saber da compatibilidade entre o exercício de vogal suplente da Direcção da Ordem dos Economistas (OE) e o de Presidente da Autoridade da Concorrência (AC).
No caso de Ramalho Ribeiro a questão parece ser mais profunda, trata-se de saber da compatibilidade entre o exercício da Medicina Veterinária e a de Director da Estação Zootécnica Nacional (EZN).

2. No caso de Manuel Sebastião a polémica resulta de saber se este pode exercer o cargo de presidente da AC, sendo vogal suplente da Direcção da OE. Foi a opinião pública que levantou a questão, em nome do serviço público que decorre da missão da AC.
No caso de Ramalho Ribeiro a controvérsia resulta de saber se este pode ser membro da Ordem (e no extremo ser eleito), sendo Director da EZN.
Foi o próprio e a Direcção da OMV a fazer menção do facto, em nome da defesa do exercício da Medicina Veterinária (MV).

3. Enquanto o Estatuto da OE refere apenas as questões de incompatibilidade que decorrem da Lei; o da OMV define com exactidão as funções e actividades incompatíveis, acrescentando, genericamente, “…quaisquer outros que por lei sejam considerados incompatíveis…”.
Pode parecer ténue a diferença, mas o espaço para discussão jurídica enorme. A AC considera mesmo não existir “…qualquer incompatibilidade ou conflito de interesses entre ser Presidente [da AC] e ser Vogal Suplente…” da OE.
O próprio Ramalho Ribeiro considerou ser incompatível o exercício de MV com o de membro da OMV, limitando-se o Conselho Directivo a reconhecer como não solvidas as razões que Ramalho Ribeiro apresentou, em primeira instância, para solicitar a suspensão como membro efectivo da OMV.

4. Atribuir um juízo de valor positivo à iniciativa de Manuel Sebastião (ou melhor da AC), contrapondo com um juízo negativo à postura de Ramalho Ribeiro não parece muito correcto.
Manuel Sebastião (ou melhor a AC) impôs-se deixar um órgão da OE; Ramalho Ribeiro quis (quer?) impor-se como candidato a um órgão da OMV.
Eventualmente a posição será eticamente mais delicada no caso da pretensão de Ramalho Ribeiro, mas a pergunta “Porque não seguiu o exemplo de dr. Manuel Sebastião?” não se aplica.
Ramalho Ribeiro não o tem que fazer… eventualmente teria que prescindir (isso sim) da posição de Director da EZN para “livremente” se candidatar a Bastonário.

5. Manuel Sebastião sai pelo seu pé, Ramalho Ribeiro bate o pé e sairá aos trambolhões… se não imperar o bom senso e uma grande dose de tolerância.
Um não se vitima, outro faz papel de vítima…
Um não mistura questões éticas com os contornos legais, outro investe nas questões estritamente legais e formais para arredar as questões morais…
Ainda que Manuel Sebastião não possa almejar, no plano legal, estar nos dois órgãos simultaneamente, as razões morais falam a seu favor.
Mesmo que, no plano estritamente moral ou ético, Ramalho Ribeiro não tenha razão em reingressar na OMV, terá contudo razões legais bastantes.

6. Outra questão que se coloca decorre da cronologia dos factos… desconheço o que aconteceu primeiro, mas num caso o exercício de cargo na Ordem parece ser pretérito ao da função pública, enquanto no outro sucede precisamente o contrário.

7. Para Manuel Sebastião a questão é simples: “Durante o seu mandato…”, como presidente da AC, não pode desempenhar quaisquer outras funções públicas ou privadas, ainda que não remuneradas,”; para Ramalho Ribeiro, enquanto presidente da EZN, só não poderá desempenhar funções na OMV porque não lhe fica bem, afinal foi ele que argumentou nesse sentido ao pedir escusa de membro da OMV por ser Director da EZN.

8. A AC é uma pessoa de direito público dotada de órgãos, serviços, pessoal e património próprios e de autonomia administrativa e financeira, com regime jurídico definido estatutariamente.
A EZN é uma Unidade Operativa do Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas (INIAP).
As responsabilidades éticas, se não legais, não são comparáveis. À AC aplica-se o quadro normativo relativo às entidades reguladoras sectoriais.
É que, na realidade, o exercício da MV não é incompatível com o de Director da EZN. Porque é que havia de ser? O estatuto é claro: titulares de órgãos de soberania… do governo regional… governador civil… presidente de câmara (ou vereador, se a tempo inteiro)… gestor público… outros considerados por lei… ora Director da EZN (sem desprimor) não encaixa em nenhum.

Só mesmo titulares de órgãos operativos da Administração Pública, que se acham muito cheios de si próprios (ou arranjaram um expediente para não pagar quotas) é que se consideram nesta situação de incompatibilidade, tolerada pela OMV à luz de parecer jurídico muito restritivo.

27 de novembro de 2008

HOSPITAL VETERINÁRIO



Este Hospital Veterinário NÃO está registado na Ordem dos Médicos Veterinários (OMV)…

"...What do you think is wrong with him, doctor Bob?

Well, for one thing he has been badly exposed to overacting… either that or overexposed to bad acting!..."

25 de novembro de 2008

CIÊNCIA VETERINÁRIA

Continuo a achar que o contributo dos cientistas lusos para o desenvolvimento das Ciências Veterinárias em Portugal deixa muito a desejar.

Os esforços, neste domínio, têm um carácter individualizado e pontual, fruto muito mais do esforço dos poucos cientistas (os que ainda merecem esse nome), regra geral a braços com muita resistência burocrática, e muito pouco por força de iniciativas, estratégias e apoios das Instituições que se dedicam às Ciências Veterinárias.

Recaem particulares responsabilidades na Sociedade Portuguesa de Ciências Veterinárias (SPCV), cujos esforços se “resumem” à organização de um Congresso de três em três anos e à edição errática de uma revista.

Acredito até que com os meios à disposição, seja enorme o resultado e por isso a crítica não incide naqueles que dirigem a SPCV, mas na atitude acrítica com que se aceita a situação.

Têm responsabilidades as Universidades que tutelam os cursos de Medicina Veterinária e os seus corpos directivos por não romperem com a situação, definindo uma estratégia conveniente.

É deprimente um certo egocentrismo instalado em muitos dos investigadores dessas Universidades, que parecem olhar mais para o espelho onde a sua imagem se reflecte, do que para os trabalhos que dirigem e cujos resultados se esperaria representassem um efectivo valor acrescentado ao investimento que todos fazemos através dos impostos.

Admito andar muito distraído, se for esse o caso contrariem-me com casos reais e concretos, mas não consigo descobrir investigação com aplicação prática à nossa realidade, sendo que a generalidade dos trabalhos tem uma conotação simplesmente académica ou ficam muito aquém das respostas que se esperam, mesmo que a prazo.

Não menos distante deste cenário o Laboratório Nacional de Investigação Veterinária (LNIV), agora incluído na super-estrutura do Instituto Nacional de Recursos Biológicos e desde Sexta-Feira passada dirigido pelo Médico Veterinário Nuno Canada… pelo menos já nos faz esquecer o inefável Doutor José Manuel Costa.

Asfixiado por orçamentos pelintras, estruturado por decisões no mínimo duvidosas, mergulhado na habitual formalidade da Administração Pública, em vez de transversal, comunicativo, aberto e de capacidade criativa, o LNIV dobra-se com o peso de anos de frustrada capacidade para acertar o passo e entrar nos trilhos.

Em plena Semana da Ciência e Tecnologia, um dia passado sobre a celebração do Dia Nacional da Cultura Científica, o “Veterinário precisa-se…” agradece informação sobre as iniciativas das instituições científicas, universidades, escolas, associações e museus, ligadas à Medicina Veterinária, que tenham aberto as suas portas ou tenham dado a conhecer as actividades que desenvolvem.

Até a "Google.pt" celebrou...

20 de novembro de 2008

A NÃO PERDER

O 1º Encontro Internacional de Arte Equestre organizado pela Academia de Dressage de Portugal… as provas vão “estrear” o complexo da Quinta da Pataca, na Arruda dos Vinhos, de 12 a 14 de Dezembro.

Parabéns a Daniel Pinto pelo projecto da Quinta da Pataca e por este primeiro Encontro Internacional; boa sorte ao Dr. Filipe Graciosa Veterinário Delegado da Federação Equestre Internacional e ao Dr. Bruno Miranda Veterinário do evento.

THE BRIDGES OF MADISON COUNTY



Logo à noite, na RTP 1 - 00.15h… a não perder!

18 de novembro de 2008

BLUETONGUE


Desconheço em pormenor os contornos do caso de Língua Azul, em Chaves, que esteve na origem das recentes medidas específicas de luta e erradicação da doença, o que sugere uma vez mais um comentário: a falta de informação…

A Direcção-Geral de Veterinária (DGV), em vez da macacada que “meteu” no seu site relacionada com a “Semana Europeia da Veterinária”, devia oferecer mais e melhor informação sobre o tema.

Faço por isso fé no “Jornal de Notícias”, que sugere uma reflexão cuidada… limito-me a um humilde contributo.

1. Foi o proprietário do rebanho que se apercebeu poder estar perante um caso de língua azul: "Ao abrir a boca vi que tinha a língua muito grossa e meia roxa, não esperei mais e fui logo aos serviços a Chaves"; “…o animal acabou por não sobreviver à chegada do veterinário, no dia seguinte.”… Ainda assim a realização dos exames laboratoriais e a confirmação do foco de língua azul ocorreu em tempo record, apesar de desconhecer a existência de qualquer plano de contingência.

2. Os Serviços Veterinários Oficiais não divulgaram as medidas de vigilância que foram estabelecidas, que animais foram recenseados, se houve outros animais mortos ou doentes, que locais foram identificados como susceptíveis de favorecer a sobrevivência dos culicoides, quais os resultados do Inquérito Epidemiológico, que visitas foram efectuadas à exploração ou explorações afectadas e quais os relatórios dessas visitas, que tratamentos foram feitos com e quais insecticidas, etc. etc… continua pois a existir uma cultura de silêncio, que nem os órgãos de comunicação social, pelo menos a especializada ou regional, são capazes de contrariar.

3. Refere o “JN” que “A suspensão da feira "por tempo indeterminado" é uma das medidas de prevenção tomadas na sequência da detecção do primeiro foco da doença da língua azul no concelho de Chaves.”… Pergunto eu: porquê? Não porque a medida eventualmente não se justifique, mas por desconhecer as condições de implantação, situação geográfica ou contactos com a exploração em que se confirmou a doença… convenhamos que a base científica se deve sobrepor à dos efeitos mediáticos… Como reporta a Rádio Renascença, “…de acordo com o veterinário municipal sabe-se apenas da morte de um dos animais da propriedade…”.

4. A divulgação pública e mediática do caso foi efectuada pela própria Direcção-Geral de Veterinária (DGV), sem que ninguém da estrutura dos Serviços Veterinários soubesse o que se estava a passar… de facto foi pelos noticiários que os Veterinários Oficiais ficaram a saber da ocorrência e “…o veterinário municipal, Sotero Palavras, só foi avisado da suspensão da feira pelos serviços de Chaves da DGV entre as "18.30 e as 19 horas".

5. Certo é que toda a região, anteriormente fora da área de restrições, passou a estar nela incluída relativamente ao serótipo 1, não sendo perceptível as razões que justificam tal situação ou porque razão não foi a medida tomada há mais tempo… funcionaram uma vez mais razões de epidemiologia política relacionadas com a necessidade de vacinar o efectivo (1ª inoculação) até ao final do ano? Então porque não decidiram em Setembro?

14 de novembro de 2008

BALEIA DE PENICHE

Deu à costa de Peniche, em avançado estado de decomposição, o que sobra de um cadáver de cetáceo, conforme anuncia o Jornal de Notícias.

Ana Elisa, que desde Outubro de 2003 desempenha funções como Médica Veterinária Municipal, “…explicou não ter memória de ter visto um animal a dar costa em tal estado de decomposição.”… e então? pergunto eu… isso quer dizer o quê? Até onde vai a memória de Ana Elisa? 2003?

Ainda segundo a mesma fonte, Ana Elisa terá adiantado que, “…o estado de putrefacção já nem sequer permite aos especialistas saber se "será mesmo uma baleia ou um cachalote"… desconheço qual a especialidade a que se refere, mas para quem esteve na conferência dedicada à Medicina Veterinária forense (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - UTAD, 11 de Outubro), sabe que não será bem assim…

Aliás, sempre segundo a mesma fonte, Ana Elisa “…considera que o animal estará morto há já muito tempo…” (até eu sei disso)… até porque a edilidade “…tem uma equipa especializada no acompanhamento de casos deste género.”… em que ficamos? nem os especialistas saberão que raio de cetáceo é este ou há realmente uma equipa capaz de o fazer?

Então não é “…feito regularmente um controlo rigoroso dos animais que dão à costa.”? Calculo que a regularidade seja quando dão à costa? Ou não?

A juventude pode ser traiçoeira, mas para quem, tão desempoeiradamente, assumiu a presidência da Associação Nacional dos Médicos Veterinários dos Municípios (ANVETEM) e cargo no Conselho Directivo da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), o mínimo que se exige são declarações mais cuidadas, mesmo que simplesmente proferidas na qualidade de Médico Veterinário Municipal.

THE EUROPEAN VETERINARY WEEK

Uma iniciativa conjunta da Federação dos Veterinários da Europa (FVE) e da Directorate-General for Health and Consumers (DG SANCO) da Comissão Europeia, que decorre precisamente neste momento (10 a 13 de Novembro).
O OBJECTIVO (as maiúsculas têm razão de ser) é o de promover a estratégia comunitária para a Saúde Animal ASSIM COMO (idem) o conceito da FVE de “Uma só saúde”…“This is a huge and unique opportunity to raise the profile of the veterinary profession, sublinhou Jan Vaarten, Director Executivo da FVE, conforme refere a newsletter de Outubro passado.

A FVE encorajou as organizações associadas a participarem e a sugerirem ideias para o evento…

Do Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários (SNMV) e da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) pouco ou nada se viu, mas em compensação a Direcção-Geral de Veterinária brinda-nos no seu site com algo TOTALMENTE IMPENSÁVEL… num outro local civilizado não se esperaria menos que a demissão do responsável e manipuladores do respectivo back office

O local dedicado à “Semana Veterinária Europeia” é uma miscelânea de coisas sem nexo, institucionalmente condenáveis, eticamente reprováveis, desconformes, desenquadradas, falsas quanto aos objectivos da iniciativa… numa palavra INQUALIFICÁVEL.

Filmes aleatoriamente seleccionados do you tube sobre realidades do Brasil (European Veterinary Week????)… como o “Ser Veterinário” realizado pelo alunos da Escola Estadual Inácio Montanha…

Propaganda descarada às consultas de Acunpunctura e Homeoterapia de uma certa clínica ambulatória de Lisboa… incluindo a referência a preços de consultas…

A luta contra a Brucelose no Yellowstone National Park e os trabalhos de investigação do “Idaho National Laboratory” – EUA (European Veterinary Week????)…

Um texto não assinado sobre a “A Alquimia dos sabores ancestrais” que remata com posições não oficiais da DGV???

Informação muito básica da “Organização Pan-Americana da Saúde” sobre Higiene e Segurança (European Veterinary Week????)…

Umas lamechices de Tiago Cabrita ao som de Louis Armstrong (“what a wonderful world”) ou de Renata Freitas ao som de Madona (“Hey You”), apresentados como MATERIAL DIDÁCTICO VETERINÁRIO???

O caso toca as raias do absurdo… era difícil fazer pior, perdoem-me os inocentes que possam estar por detrás disto, apesar do atrevimento, a culpa não é vossa!!!

Não seria suficiente linkar com o site oficial em língua portuguesa, mau grado a má tradução?

E a agora meu caro Director-Geral? O que pretende fazer?… de conta que nada se passou?

12 de novembro de 2008

OPORTUNIDADE PERDIDA

(Detalhe do mapa europeu das zonas de restrição por língua azul… as cores foram invertidas pelo departamento de tratamento de imagem do “Veterinário precisa-se…” indo ao encontro da inversão de valores ditados pelos Serviços Veterinários na implementação das medidas de profilaxia médica).

A recente ocorrência de Febre Catarral Ovina, no Norte de Portugal (Chaves), veio pôr a nu a frágil capacidade de intervenção e negociação dos Médicos Veterinários (MV), em matéria de execução das medidas de controlo da doença.

Em primeira instância o facto da operacionalização das medidas em causa ser negociada entre a Administração Veterinária e os produtores, através das suas organizações.

Por outras palavras, os MV práticos, que prestam serviço às Organizações de Produtores Pecuários (OPP), não têm sequer o estatuto de parceiros na discussão do assunto, apenas o de assalariados daquelas Organizações a quem é concedido um certo estatuto de consultor (não remunerado especificamente por isso) ou seja, um papel claramente secundário nas negociações.

Em segundo plano, o facto da discussão convergir num argumento demolidor para aqueles MV: a execução das medidas (essencialmente a vacinação) beneficiará do apoio financeiro do Estado se concretizada até ao final do ano; depois disso os custos ficarão por conta do criador.

Alguém… no seu perfeito juízo, acreditará que as OPP vão ser sensíveis a qualquer argumento baseado em dificuldades de natureza técnica na realização das acções antes do final do ano???

A resposta é tão óbvia quanto a chantagem da Administração.

Quer isto dizer que, por muito razoáveis que sejam as dificuldades (designadamente a formação e preparação de novas equipas de campo, o referencial de qualidade de execução e a eficácia e eficiência técnica das mesmas), tais aspectos jamais serão consideradas à “mesa das negociações”.

De um lado a Administração Veterinária quererá “ver as coisas” implementadas rapidamente, permitindo deitar foguetes lá para Janeiro com o “sucesso” da intervenção…

Do outro lado as OPP que, humildemente e de chapéu na mão, se contentarão com o pagamento que é oferecido (e do qual vão procurar amealhar uma fatia importante), sem qualquer negociação baseada em custos reais de acção concretizada ou em função de critérios de qualidade de execução…

Em terceiro lugar e não menos importante, precisamente a capacidade de organização, argumentação, união e postura dos MV práticos envolvidos.

Poderemos lamentar o facto de institucionalmente não sermos considerados parceiros, ou mesmo o facto de não existir uma liderança forte e coesa, mas convenhamos: com um mínimo de convergência estratégica. os MV sempre teriam uma palavra a dizer… afinal tudo vai estar nas suas mãos, literalmente… imunogénios, seringas, liderança e acção… a não ser que vão a correr buscar enfermeiros veterinários…

Das duas uma: ou os MV fincam pé e exigem níveis de qualidade de execução técnica dignos e aceitáveis e uma decente remuneração, ou vence um certo interesse instalado… o de certos MV, para quem o programa representa, mesmo com prejuízo da qualidade do serviço prestado, apenas mais uma oportunidade de facturação extra… com o beneplácito dos MV que dirigem os Serviços Veterinários.

A finalizar… a Direcção-Geral de Veterinária (DGV), não entende que a metodologia de trabalho no Sul e no Norte do país (por razões de estruturação fundiária e de organização do sistema de controlo e erradicação), terá que ser diferente, ainda que os objectivos sejam os mesmos.

Mesmo sabendo que existem “pedaços de Norte” no Sul e algumas “manchas de Sul” no Norte, o sistema instituído não deixa qualquer margem de manobra aos MV práticos “estatizados” das OPP do Norte do país para negociar um esquema adaptado às circunstâncias… continuaremos a vender o nosso serviço por 30 dinheiros, abandonando uma prestação de qualidade.

O que pensarão disto os novos inquilinos da Gomes Freire?
Quererão, ao menos, discutir a matéria?

10 de novembro de 2008

ESCÁRNIO DO VETVELHACO

Finalmente... não uma pitada, mas toneladas de bom humor na blogosfera Veterinária…

A não perder o “Escárnio do Vetvelhaco” na sua “tentativa imperfeita de gracejar”... o que não será certamente verdade… a não ser para os basbaques.

AH AH AH AH AH… Obrigado caro Vetvelhaco!

9 de novembro de 2008

O NOVO PREDADOR

Todas as circunstâncias na vida, das pessoas ou das instituições, reclamam resoluções ou decisões. Prefiro mesmo o anglo-saxónico “fazer uma decisão”, do que o latino “tomar uma decisão”. Realmente qualquer decisão tem sempre algo de composição, mesmo que num espaço de tempo muito curto e na ausência de alguns dos elementos necessários à decisão mais adequada (se é que isso existe).

Numa instituição, como o caso das Associações Profissionais, muitas das decisões tem um carácter especial pois vinculam a instituição (e os seus associados) relativamente a determinado tema ou assunto, resultando esse processo de alguma discussão interna, de ponderação de todos os argumentos, da auscultação de diferentes sectores, muitas vezes até fruto do estabelecimento de Grupos de Trabalho com esse fim específico.

Para Paul Watson. autor d’”Uma verdade muito inconveniente”, a indústria de gado é uma das mais destrutivas do planeta, muito mais responsável pelo efeito de estufa que a indústria automóvel, tendo a vaca doméstica se tornado no maior predador dos mares e oceanos.

Sobre o assunto pouco vem sendo dado à estampa e sempre em páginas secundárias… no plano das Ciência Veterinárias igualmente muito pouco… da Profissão Veterinária esperar-se-á muito mais do que a indiferença ou mesmo as reservas relativamente a dados inquestionáveis. Estão em causa práticas de produção animal, a utilização intensiva da terra arável e outros recursos, como a água, relativamente aos quais se esperaria uma posição dos Médicos Veterinários.

Pode não parecer a prioridade das prioridades da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), mas a breve prazo a sustentabilidade da produção agro-pecuária, prevista nos modelos de exploração apoiados por investimentos do Estado, a par com a gestão dos recursos agrícolas e a protecção do ambiente, vão exigir uma resolução muito clara dos Médicos Veterinários.

Muitos pensarão que não temos nada com o assunto… o grande problema é que as decisões que a esse nível forem tomadas vão ter reflexos indeléveis no futuro da profissão, a começar pela empregabilidade de um sector muito importante da profissão.

Por essa razão, melhor será estamos por dentro e assumirmos a decisão mais equilibrada, em vez de sorrir sobre argumentos que a priori parecem estapafúrdios e ficarmos de fora dessa discussão.

Um bom exemplo diz respeito à nova legislação de licenciamento das explorações pecuárias. Tentou, sequer, a profissão fazer ouvir a sua opinião sobre um assunto que vai ser decisivo na acção de Médicos Veterinários Oficiais e Médicos Veterinários Práticos (animais de exploração)? A resposta é óbvia…
Vamos ter uma nova legislação, em execução já no início do próximo ano, sem sequer sabermos como e de que argumento resultou, mas cuja execução nos vai cair nos braços… depois vamos lamentar os “erros” do legislador… o habitual, lambemos as feridas e ficamos a sentir pena de nós próprios.

7 de novembro de 2008

SOMA E SEGUE

Nem Baptismo, nem Funeral… os eleitos para o Conselho Directivo (CD) e Conselho Profissional e Deontológico (CPD) lá tomaram posse na linha das cerimónias a que a Ordem nos vai habituando… sem viso, nem entusiasmo, onde estão presentes sempre mais ou menos os mesmos.

Para tanta excitação com o diagnóstico de mudança que vem sendo feito desde há dois anos, esperava discursos mais empolgados, mais mobilizadores, mais comoventes sobre o futuro da profissão… nada, nem do Presidente da Assembleia-Geral, nem do recém-eleito Bastonário… antes pelo contrário, lá foram dobando verdades de la Palisse, sem certezas, nem projecto: a rotundidade do discurso deita por terra qualquer esperança que pudesse haver sobre os desígnios de uma nova Ordem.

Além dos que tomaram posse (o método seguido na manutenção da proporcionalidade de membros das duas listas no CPD é totalmente risível), dos familiares e amigos, dos convidados, dos que estavam por obrigação, dos dois primeiros subscritores da lista vencida ao CD, dos funcionários da Ordem e dos Veterinários não membros da Ordem (estavam pelo menos quatro), poucos mais estavam.

Curiosa foi a ausência dos presidentes de outros órgãos, a começar pelo desapossado CPD, do Conselho Fiscal e do Conselho Regional do Norte, aliás do Norte só mesmo os que tomaram posse.

Curioso também que nos discursos se tenham dirigido ao Presidente do Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários (SNMV)… além de não saber quem é, não houve margem para dúvidas: não estava lá nenhum dos eleitos da actual direcção do SNMV. Terá sido por deferência crónica ou desconhecimento, a alusão?

Ainda pensei que a presença do Inspector-Geral da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) fosse para controlar o Porto de honra (que mania esta de chamar de Porto um vinho que não tem nada que ver com aquela terra…), mas não… aos primeiros acordes (desafinados) do discurso do Presidente da Assembleia-Geral, saiu porta fora!

5 de novembro de 2008

PROFETAS DA DESGRAÇA

1. Em 22 de Janeiro de 2008 em Mudam-se os tempos… afirmava:
“…Embora “chegada à zona centro”, continua a maior parte desta área e da zona Norte fora daquelas restrições… com as alterações ecológicas e o respectivo impacto na vida dos Culicoides prevejo alterações a este cenário… surpreendentemente ainda antes da Primavera.”

Tal “especulação” esteve na origem na troca de impressões com a colega Vet@sanitarista que culminou em aposta a que se reportou o post Dia de Equinócio

Eram tudo conjecturas… de facto eram conjecturas baseadas em elementos colhidos aqui e ali conforme na altura argumentei…

Com a devida vénia reproduzo um dos comentários:

“Ter SENSO!
Qual a diferença entre o "senso" e a "especulação" que os profetas da desgraça apregoam?
Neste caso da LA nenhuma, conjecturas sobre a evolução climática, não justificam nesta altura( pelo contrário, com as temperaturas a limitarem a actividade do hospedeiro), qualquer prognóstico para a primavera.
Insisto não tem qualquer sentido e de epidemiologia só se for da especulação e cá estaremos para verificar.
Vet@Sanitarista
23 de Janeiro de 2008 13:04”

2. Em 3 de Novembro de 2008 no Edital nº 21 da Direcção-Geral de Veterinária dedicado à Febre Catarral Ovina: “…Foi detectada evidência de circulação do serótipo 1 do vírus da língua azul em zona livre, numa exploração do concelho de Chaves, tendo simultaneamente sido comunicada uma suspeita da presença deste vírus numa exploração do concelho de Celorico de Basto.”

Sem comentários!...

4 de novembro de 2008

FLOR DE FADO

Tirou o curso de veterinária e nunca chegou a exercer… não é contudo fenómeno isolado: quantos veterinários(as) ou estudantes de Veterinária decidiram (e bem) abraçar outras artes?

'Vivo de peito aberto e isso faz de mim uma sobrevivente'.

Aqui fica o meu tributo e respeito a Mafalda Arnauth:
…/…
Trago cravado no peito
Um resto de amor desfeito
Que quando eu canto me dói
Que me deixa a voz em ferida
Pelo pranto de outra vida
Que eu não sei que vida foi.
…/…

D’”Esta voz que me atravessa” ( Hélia Correia / Amélia Muge).