27 de abril de 2009

GRIPE SUÍNA... PUDERA!

A Direcção-Geral de Saúde recomenda:
- Lavagem frequente das mãos, com água e sabão...
- Cobrir a boca e nariz quando espirrar ou tossir, usando lenço de papel...
- Utilizar lenços de papel, que devem ser de uso único...
- Limpar superfícies sujeitas a contacto manual (como maçanetas das portas)...

Não admira que lhe chamem gripe suína.

Tinha que vir a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) logo propor que lhe chamem antes “gripe da América do Norte”...

MVM NAS DIV

Ora aí está uma iniciativa de se tirar o chapéu... para que todas as Divisões de Intervenção Veterinária (DIV) aqui ponham os olhos!

Não é possível levar por diante as tarefas que se esperam da Autoridade Sanitária Veterinária Nacional, nem concretizar os seus objectivos, nem tão pouco levar por diante a sua missão, se os Médicos Veterinários Oficiais que estão na primeira linha, não estiverem perfeitamente enquadrados e em sintonia com aqueles desígnios.

Seria muito bom assistir à multiplicação desta iniciativa por outras DIV, já que me parece indiscutível serem os Médicos Veterinários Municipais (MVM) elementos fundamentais daquela primeira linha.

Para o(a)s chefes de DIV que possam ter alguma relutância e hesitação, seja lá por que razão for, aqui deixo o meu conselho: avancem!... é fundamental o diálogo e a troca de ideias.

O melhor recurso que temos são os colegas, por isso é indiscutível que a convergência de ideias, métodos, procedimentos e calendários de actuação, são fundamentais, e esta via do debate e reflexão, a melhor.

Mesmo que no princípio as coisas não corram totalmente bem, não há que esmorecer... daí em diante só podem melhorar... na primeira destas reunião a que assisti, a primeira questão que os MVM colocaram foi: quem paga as ajudas de custo?!... Daí em diante o assunto foi-se esbatendo.

Aqui deixo o público destaque e elogio sincero a todas as DIV que desenvolvem iniciativas deste tipo (sim, há mais que o fazem) na pessoa da colega Raquel Luizello.

Não deixem de ler a próxima newsletter da Direcção de Serviços de Higiene Pública Veterinária.

26 de abril de 2009

NUNO ÁLVARES PEREIRA

D. Nuno Álvares Pereira é hoje canonizado.

Acreditou em Portugal, recusou a rendição e a desonra, como sublinhou Rui Crull Tabosa no 31 da Armada... exemplo de Patriotismo e Solidariedade que propõe “...contra a demora do desenvolvimento, a iniquidade das injustiças, a vergonha da pobreza, a doença da ganância e a impunidade da corrupção, males do nosso tempo que adiam Portugal.”

“Veterinário precisa-se...” para levar este combate por diante.

25 de abril de 2009

DIA MUNDIAL DA VETERINÁRIA

Celebra-se hoje o Dia Mundial de Veterinária... o que aconteceu em Portugal?

Alguma iniciativa de alguma das Associações Veterinárias?

Dois parágrafos na newsletter da Ordem, uma notícia na "Veterinária actual"... parece pouco, muito pouco!

O OUTRO LADO DOS CENTROS DE RECOLHA II

Os comentários expressos em anterior post, sob o título acima, motivam este outro que tem o intuito de clarificar alguns aspectos da opinião expressa.

O Conselho de Administração (demissionário) do “Veterinário precisa-se...” expressa, antes de mais, o seu profundo respeito por aqueles que se dedicam à causa de salvar cães e gatos capturados, referenciados para eutanásia ou não, tentando pela adopção encontrar solução para a sua sobrevivência.

Inclusivamente, aqui foi questionado o parecer da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) sobre as questões éticas que vinculavam, obrigatoriamente, o Médico Veterinário à eutanásia de animais capturados (parecer misteriosamente “rasgado” do site da OMV). (*)

Tal circunstância não invalida que, em muitos casos, seja precisamente nos centros de recolha de cães e gatos que estes contraiam uma série de doenças infecciosas e parasitárias, facto que leva a “pensar duas vezes” antes de adoptar um animal proveniente de um desses centros.

Como em tudo na vida há centros de recolha melhores que outros... e tal como também foi referido, nem sequer se pode dizer que os privados sejam melhores que os municipais ou intermunicipais (ou vice-versa).

A questão é simples: como recomendar em consciência a adopção de um animal, sem que sejam conhecidas, muito bem, as condições de funcionamento e gestão do próprio Centro de Recolha?

Refiro-me, entre outros, a factores estruturais, mas em especial aos cuidados de saúde prestados aos animais recolhidos, designadamente a protecção face às condições de stress motivadas pelo próprio ambiente do Centro e a resolução de problemas de comportamento decorrentes do seu anterior abandono ou pior, que originaram o seu abandono.

Estes factores deveriam ser o barómetro de avaliação dos centros e não o grau de adopção ou o número de animais adoptados, como a ANVETEM aqui destaca.

Julgo que a atitude dos Médicos Veterinários deverá ser mais responsável do que limitar-se à promoção da adopção, evitando alinhar numa “troca de galhardetes” com base em argumentos que não tenham que ver, exclusivamente, com as bases científicas da protecção e do bem estar animal.

(*) Que um parecer da OMV seja modificado, nada a dizer... agora que a sua revogação não seja discutida, fundamentada e então aprovada e apresentada é que parece ser de uma irresponsabilidade a toda a prova.
Retirar do site um parecer, como neste caso, revela uma certa forma de fazer as coisas, imprópria de uma instituição como a OMV. Lamentável.

24 de abril de 2009

AQUI & AGORA

O programa da SIC não pretendeu esclarecer ou debater o tema dos “Direitos dos Animais”.

Foi apenas um “Lusitânia - 2009”, retratado por convidados do jornalista Rodrigo Guedes de Carvalho, que ficou muito aquém de uma discussão/reflexão profunda sobre o tema.

Interesses ou vivências de quem vive das touradas ou do circo, de um lado, a enervante manifestação de superioridade intelectual de um certo estilo de vida, do outro, mas pouco, muito pouco, que traduzisse realmente o interface homem-animal à luz de uma abordagem científica equilibrada.

Esgrimiram-se sobretudo convicções e nem o Médico Veterinário Nuno Paixão foi capaz de redireccionar o tema para as bases científicas da protecção e bem-estar dos animais.

Curiosa, contudo, a pressa com que afirmou não ser “especialista”, não vá a Ordem dos Médicos Veterinários mover-lhe novo processo. Fique descansado Nuno, não ia ser este Conselho Profissional e Deontológico a fazer isso.

Lá continuámos pela rama de um tema em que os Médicos Veterinários foram, uma vez mais, mantidos institucionalmente à margem.

22 de abril de 2009

O OUTRO LADO DOS CENTROS DE RECOLHA

Hoje em dia o número de canis, centros de recolha e outros projectos mais informais, que se dedicam á protecção de cães e gatos floresce a olhos vistos.

Já nem me refiro à abordagem antropomorfizada dos seus promotores, nem ao perfil ou razões de natureza emocional que estão subjacentes a muitos desses projectos, mas apenas aos riscos para a Saúde dos próprios animais.

O argumento de que, apesar de tudo, pior será que esses animais vagueiem por aí não se reveste que grande substância.

De que vale então o apuro tecnológico e a evolução científica, se na prática a recolha e abrigo dos animais funciona em moldes medíocres, mau grado a boa vontade, o “humanismo” dos seus promotores ou a dedicação a uma causa?

Desconheço as estatísticas (maldita...), mas talvez as razões para as dificuldades na adopção resultem em grande medida dos riscos e incerteza sobre as condições de saúde dos animais.

Não está portanto em causa a oportunidade de promover e desenvolver um projecto deste tipo (recolha e adopção), seja por entidade pública ou privada, mas das condições, gestão e logística associada ao projecto.

Julgo que o problema está no facto de, na generalidade dos casos, os projectos estarem focalizados no lado “humano” dos esquemas de adopção e na adopção em si... só que existe o outro lado: como e onde são os animais mantidos e que riscos podem advir para a saúde da “comunidade” canina/felina que aí se abrigou?

Seria bom que os Médicos Veterinários directa ou indirectamente envolvidos promovessem os aspectos relacionados com as condições de instalação dos animais pois, também a este nível, seria bom que os diferentes centros competissem por um melhor estatuto sanitário.

E as diferenças não estão entre canis/gatis municipais e centros de recolha privados; de um e de outro lado existem bons e maus exemplos... no entanto ambos desenvolvem projectos de adopção, o que prova que os objectivos só por si não são determinantes, mas antes a forma como se concretizam na prática.

Infelizmente esta diferença subtil, não perceptível para muitos colegas, pode ter efeitos negativos para a profissão.

Sem querer “lançar achas para a fogueira”, muito menos da vaidade de muitos dos promotores, parceiros ou entusiásticos defensores da recolha e adopção a qualquer preço, acho preocupante que os esquemas de recolha e adopção de animais não beneficiem mais dos aspectos técnicos e científicos adequados e de uma estratégia que assente nesses princípios.

18 de abril de 2009

MAIS UM... HOSPITAL

Anuncia o jornaldocentro.pt a abertura do “primeiro hospital veterinário da região centro”... tal como há dias o labor.pt anunciava o primeiro hospital da região de entre Douro e Vouga...

De acordo com aquela notícia, o projecto, localizado em Viseu (Vildemoinhos), terá custado 600 mil euros e espantosamente (sempre de acordo com a notícia) o administrador Francisco Cunhal terá afirmado que o mesmo foi concretizado "para ajudar os animais e não para dar lucro”.

"Não foi com a intenção de ter a retoma do investimento que avançamos para o projecto. Queremos ajudar as pessoas e os seus animais. Além disso a cidade precisava deste projecto", terá afirmado Francisco Cunhal

O “Veterinário precisa-se...” ficou curioso com tanta generosidade (“feitios”)... mesmo admitindo tenha sido concebido e construído por entidade benemérita, não faz sentido que não venha a ser gerido de forma a ser rentável, pois de outro modo encerrará, mais tarde ou mais cedo...

A não ser que o seu Administrador conte com uma fonte financeira inesgotável que permita todo e qualquer devaneio contabilístico... nos dias que correm não deixa de ser, no mínimo, estranho.
Os Centros de Atendimento das redondezas que se ponham "a pau".

O Diário as beiras online refere que o Hospital integrará um corpo clínico com 5 Médicos Veterinários e 5 enfermeiros... funcionando com várias interessantes inovações: triagem de casos; três ambulâncias que acodem também a casos clínicos em grandes animais; uma loja saúde (sem fins lucrativos... calculo) e uma escola-hospital... com visitas de criancinhas para acções de formação (objectivos implícitos)...

Quem pensa que o projecto fica por aqui, enganou-se... o hospital presta apoio psicológico aos donos dos animais... Ora toma!

SANGUE NOVO

Se o Bastonário não consegue sequer ser recebido pelo Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, está o Presidente da mesa da Assembleia Geral, e estamos todos nós, à espera de quê?!...

Demitam-no!

Será necessária pior declaração de incapacidade que a confissão, ainda por cima em plena Assembleia Geral, de estar a dar o benefício da dúvida ao Ministro, mas que se prepara para “partir a loiça” na praça pública?!...

Demitam-no!

Admitamos que haja razões, que a própria razão desconhece, para a omissão do Ministro, que não o total desinteresse pelo Bastonário e pela nossa Ordem (o que se considera obviamente inqualificável)... não detém o Bastonário “mecanismos diplomáticos” suficientemente persuasivos para, de imediato, fazer reverter essa atitude?!...

Demitam-no, então!

O tempo que falta até Dezembro começa a ser demasiado para tanta incompetência.
Em qualquer outro sítio do “mundo civilizado” nada mais restaria que a demissão perante tanta declaração de incapacidade.

Demitam-no!... em menos de 60 segundos.

A Ordem dos Médicos Veterinários precisa de sangue novo... quanto antes!
São os colegas licenciados na última década e meia que têm que tomar conta disto... quanto antes!

Foto reproduzida com a devida vénia de "A lot can happen in sixty seconds"

11 de abril de 2009

UM DIA A CASA VEM ABAIXO

Impossível não assinalar o nascimento de um blog FANTÁSTICO...

uM dIA a cAsa VeM aBaiXo!

A impossibilidade de manter o edifício que foi da profissão Veterinária e que por 30 dinheiros (9 milhões) foi vendido pelos docentes da Faculdade de Lisboa instalados nos órgãos de decisão da Ordem dos Médicos Veterinários, nunca poderá ser suplantado...

...mas haver alguém disposto a manter a sua memória, mesmo que em “filme” da sua destruição, emocionou-me... MUITO!

10 de abril de 2009

HOSPITAIS VETERINÁRIOS



A comunicação regional, em particular, talvez pelo impacto que um empreendimento veterinário têm a esse nível ou talvez apenas pelo afã na procura de alguma visibilidade “comercial”, tem trazido a público a instalação de Hospitais Veterinários.

Por razões de susceptibilidade ética (ao que o “Veterinário precisa-se...” chegou...) não vou referir nenhum caso, mas tenho em mente 2 situações recentes, basta contudo navegar pela net para constatar algumas mais.

E a susceptibilidade ética resulta do facto de não ver nesses projectos de “Hospital” a estrutura humana capaz de lhe dar corpo, contudo como não sou da arte, talvez me escapem pormenores relevantes... deixo isso para comentários.

As contas que faço são muito singelas (perdoem a avaliação rudimentar), e mesmo assim desconhecendo alguma transcendência dos códigos de trabalho: manter “...durante todo o horário de funcionamento a presença de, pelo menos, um Médico Veterinário do seu corpo clínico.”, não é possível com apenas 2 Médicos Veterinários.

Mesmo dando de barato, por força da omissão do Regulamento (Centros de Atendimento Médico-Veterinário), que a garantia da presença de valências profissionais específicas não joga um papel decisivo no funcionamento equilibrado de um hospital veterinário, já o mesmo não se poderá dizer do funcionamento sem um corpo clínico de, pelo menos, 5 Médicos Veterinários e concomitante staff auxiliar.

Note-se que não defendo que a classificação do Centro de Atendimento se faça pelo número de elementos que compõe o corpo clínico, mas tão somente, que no caso de um Hospital, existirá um mínimo indispensável.

Claro que parto do princípio que “Manter um serviço permanente de urgências.” requer a presença in situ de um Médico Veterinário e já nem sequer refiro outro tipo de recursos humanos (auxiliares/enfermeiros e recepcionistas).

Nestas circunstâncias como é possível “abrir ao público” com corpos técnicos constituídos por 2 Médicos Veterinários e 1 Auxiliar/Enfermeiro?

Preocupa que um sector em crescimento e desenvolvimento, e cuja importância estratégica para a profissão é decisiva, não se alicerce em moldes mais rigorosos e que os Hospitais não surjam de projectos de redimensionamento de Centros (clínicas) pré-existentes, da re-conceptualização dos serviços prestados e da fusão de diferente know how instalado.

Há, aliás, bons exemplos de empreendimentos nesta linha de que aqui deixo o caso do Hospital Veterinário Muralha de Évora

A não ser assim serão geradas situações de concorrência desleal que sob o ponto de vista profissional são de evitar a todo o custo, mas que, sobretudo em termos de performance, se afiguram bastante lesivas do papel mais adequado de uma profissão em qualquer Sociedade moderna.

9 de abril de 2009

DIVIDIR PARA REINAR

Foi ontem convocada uma ASSEMBLEIA-GERAL EXTRAORDINÁRIA da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), que terá lugar às 14.30h, do dia 9 de Maio de 2009, no local habitual... embora se desconheça de quem foi a iniciativa.

Ponto Único da dita: “Análise e discussão da situação actual das instalações da Sede da Ordem dos Médicos Veterinários. Proposta para aquisição/locação de novas instalações.”

Quando aqui há dias dizia que era impossível esperar pior deste Conselho Directivo (CD) e por extensão da Mesa da Assembleia-Geral, enganei-me... consegue superar-se a si próprio.

Não acredito que os dados disponíveis que motivaram a convocação desta Assembleia-Geral (AG), não existissem à data da convocatória da AG ordinária de dia 15 de Abril de 2009. Quer isto dizer que ambas AG poderiam ter lugar no mesmo dia, “rentabilizando-se” a presença dos membros da OMV.

Se esse não era o caso, o Presidente da Mesa vai ter que explicar o que aconteceu num intervalo de tempo tão curto e que justifica uma AG extraordinária.

Se houve tanta proficiência em denunciar o contrato de comodato, estabelecido pelo anterior Bastonário com a casa real (Fundação D. Manuel II), porque razão é necessária agora uma AG extraordinária?

É que se realmente é necessária, então a convocatória deveria ser mais explícita sobre o que aí se vai discutir e decidir.

Dirão alguns (inocentes, mal informados ou alinhados):
- Bom!... haverá várias hipóteses a discutir e ponderar, e por isso a Mesa não poderia ser explícita na convocação...
Respondo eu:
- De acordo! Mas nesse caso porque não há informação d-e-t-a-l-h-a-d-a no site da OMV? Para que serve a área reservada? Não houve recomendações de anteriores AG sobre este assunto?... que as informações e documentos a discutir deveriam estar previamente publicados no site, tornando assim a participação de cada membro mais informada, consciente e profícua.

É que apesar de ter sido surpreendido com tal convocatória, ao ler o Jornal de Notícias de ontem, mais surpreso fiquei ao abrir a página da OMV na net e não ver uma única referência à dita AG, quanto mais informação complementar sobre o assunto.

A seriedade tem formas e procedimentos, pela omissão tenho que concluir que não é o caso desta convocatória, sendo óbvia a conclusão que se pretende dividir para (continuar) a reinar... escondendo-se o CD atrás da legitimidade de uma AG, convocada claramente para desmobilizar, ainda mais, os Médicos Veterinários, e assim prosseguir na senda do mais puro oportunismo.

Para quem tem a consciência menos leve no seio do CD, que não pense safar-se.
É que as decisões do colectivo vinculam todos os seus membros. Que ninguém julgue livrar-se, assobiando para o lado, com a discrição de não ter eventualmente estado de acordo com o sistema instituído.

7 de abril de 2009

WE LOVE TO WALK... OUR DOG

Celebrou-se hoje o dia Mundial da Saúde.

O “Veterinário precisa-se...” associou-se á campanha “We love to walk”, promovida pela Câmara Municipal da Mealhada e o Centro de Saúde local... com a introdução de um pequeno pormenor... “we love to walk... our dog”.

Destaca a “nossa” campanha que se uma boa caminhada é um magnífico tónico para uma vida saudável, melhor mesmo é caminhar lado a lado com o nosso melhor amigo (sem esquecer a trela ou a açamo funcional)...

O Conselho de Gestão do “Veterinário precisa-se...” lamenta que a data tenha passado despercebida à Direcção-Geral de Veterinária (DGV) e outras instituições Veterinárias... Para uma profissão que passa a vida a reivindicar o seu importante estatuto no domínio da Saúde Pública, a omissão é grave.

Nem da dinâmica Associação Nacional dos Médicos Veterinários dos Municípios (ANVETEM), sempre tão empenhada na Saúde Pública Veterinária, se ouviu qualquer eco.

Assim, o “Veterinário precisa-se...”, assume-se como a única iniciativa Veterinária lusitana no DIA MUNDIAL DA SAÚDE, e porque não acreditamos em iniciativas que morrem no próprio dia, daqui desafiamos todas as associações veterinárias, paraveterinárias, de protecção dos animais, ou outras, a aderir a esta campanha que se prolongará durante um ano.

Para aderir à campanha “we love to walk... our dog” (o inglês faz parte da estratégia de internacionalização deste blog), envie a sua proposta de adesão para o endereço de um dos semiólogos de serviço: eutanasia@sapo.pt; necropsia@sapo.pt ou venoclise@sapo.pt.

Na foto, os “condimentos” da campanha

6 de abril de 2009

ALV

Difícil era pior! A prestação do Conselho Directivo (CD) da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV). Sabia-se um Conselho de transição até às eleições em Dezembro, mas dedicar-se apenas a revogar umas quantas decisões do anterior CD, sem contrapor outras (fosse qual fosse o critério), já era confrangedor...

Quando, de repente, se admitiu que algo fosse acontecer, com a convocação de uma reunião inter-conselhos... a OMV voltava-se para os seus eleitos (em vez de gabinetes criados sem critério de eleição), eventualmente para definir estratégias e tomar rumo.

Não! Apenas para discutir o mal amado “Regulamento [agora dito] de Acreditação e Creditação de Acções de Formação”, que se deduz ser, por esse destaque, a prioridade das prioridades do CD.

Poderia até ser um princípio, só que o projecto é mau, tão mau, ou pior, que o apresentado pelo anterior CD. Explico porquê!

1. O conceito subjacente neste processo, que interessa realmente destacar, é o da Aprendizagem ao Longo da Vida (ALV). Sobre o tema toda a Europa vêm discutido, senão antes, desde o Conselho Europeu de Lisboa em 2000. Foram até estabelecidos diferentes programas de investimento.

Parecia pois lógico que a OMV investisse num Regulamento incidindo na ALV e não estritamente na Acreditação de Acções de Formação.

Tratam-se de abordagens estratégicas totalmente diferentes. A que agora é proposta pela OMV limita-a a entidade Acreditadora de acções de formação (conceito deveras restritivo), em vez de promotora do processo de ALV.

Basta pensar na multiplicidade de áreas de intervenção profissional e na diversidade de actividades de formação, para compreender que, um sistema de Acreditação pela OMV das acções de formação destinadas a Médicos Veterinários, seria extremamente limitativo.

Assim, a primeira grande alteração a introduzir é de natureza estratégica e plasma-se numa profunda revisão do projecto de Regulamento, que contemple a ALV e não apenas acções de Formação, senso lato, e a sua Acreditação pela OMV.

2. Por outro lado, o projecto apresentado coloca a OMV numa posição passiva de entidade Acreditadora e não de promotora das iniciativas que possam enquadrar esquemas de ALV, o que representa uma abordagem erradíssima.

São múltiplos os exemplos do papel da Ordem neste plano: identificação de actividades de aprendizagem não formal e informal, comuns na actividade dos Médicos Veterinários; promoção e estabelecimento de plataforma de e-learning; promoção e financiamento de acções de formação que constituam resposta a procura específica em áreas de menor oferta; etc. etc.

Ou seja, para além de regular, a OMV deve promover o sistema de Aprendizagem ao Longo da Vida e procurar as formas de financiar as acções de carácter formal.

3. A Formação e Qualificação Profissional na OMV revelou-se, num passado recente, no estabelecimento de um Conselho que, segundo recordo, foi institucionalizado na última revisão estatutária, agrupando membros do CD do Conselho Profissional e Deontológico, dos Conselhos Regionais e das Comissões Instaladoras dos Colégios de Especialidade. Porque razão não se prossegue de acordo com essa orientação e se cria agora um “Gabinete de Qualificação e Formação Profissional”?

Alguém sabe quem faz parte desse Gabinete e quais os critérios seguidos na sua constituição? Não deixa de ser curioso, para não dizer preocupante, o silêncio sobre este tema, pois não augura nada de bom sobre os processos internos da OMV.

Para quem tanto perorou sobre a opacidade de que se revestiu o projecto do anterior CD, chegaram a se insinuados interesses obscuros com entidades privadas organizadoras de cursos de formação, esperava-se um exemplo diferente.

4. Os créditos são agora de valorização profissional (CVP), sem que a inovação seja explicada em relação à anterior designação de Créditos de ALV. Também a renovação da carteira profissional fica no tinteiro. Mesmo que concordasse, ficam por explicar as razões da alteração e por quanto tempo se mantém o diferimento.

Como espera o CD que possamos compreender as alterações introduzidas se as mesmas não são explicadas cabalmente? Onde está a profunda reflexão sobre o assunto e a ampla discussão no seio da Classe, prometida no plano de actividades? Onde está a participação de “todos” os membros?

5. Realmente o processo de auscultação da profissão não deixa de ser sui generis... o que foi anunciado por correio electrónico em “alertas da OMV”, na sequência de uma reunião inter-conselhos, é esclarecedor pelas omissões e contradições.

Refere-se um projecto de regulamento, para adiante se referir que o CD vai solicitar ao Gabinete de Qualificação e Formação Profissional “...uma proposta sobre estas acções de formação e sua quantificação (CVP...)”...

Refere-se o papel de “motor” daquele Gabinete na promoção do processo, sem se explicar qual o combustível, o número de cilindros ou o regime a que vai funcionar... bom mesmo era que fosse um motor híbrido.

Para rematar, o CD promete levar a proposta do Gabinete a uma futura Assembleia-Geral (extraordinária? quando?)... isto para um CD sem grande calendário e em ano de Congresso.

Como se a balbúrdia não fosse já muita, o CD mantém no seu site um inquérito anacrónico, mal elaborado, cujo preenchimento dirige o incauto à concordância de que a Formação se esgota em acções de carácter formal. É esta a participação que se pretende da profissão?

Gostaria de constatar estar apenas em desacordo com a estratégia e projectos deste CD, mas o problema é bem mais grave: o CD avança aos zigue-zagues, sem liderança e ideias concretas, muda de ideias conforme a ressonância das opiniões. Quanto à matéria aqui em discussão meteu-se numa confusão de que vai tentar sair fazendo aprovar seja o que for para mostrar serviço.

Começa a ser tarde para todos, vamos andar anos a pagar por tanta trapalhada!

4 de abril de 2009

MERCÚRIO PROIBIDO


Mercúrio nos termómetros clínicos ou meteorológicos, manómetros ou esfigmomanómetros... só no museu.

Depois de 1 de Abril de 2009, a produção e venda daqueles aparelhos, com mercúrio, estão proibidos no espaço da União Europeia.

Em causa os efeitos nocivos do mercúrio na saúde, cujos efeitos nefrotóxicos e neurotóxicos são conhecidos.

Da Universidade do Porto, Faculdade de Farmácia, aqui destaco “três dilemas de Saúde Pública”... entre estes os benefícios do consumo de peixe no desenvolvimento cerebral e na prevenção de doenças cardiovasculares, mas também a toxicidade causada pela exposição ao monometilmercúrio decorrente do consumo de peixe... à atenção dos Médicos Veterinários.

3 de abril de 2009

O SEU CÃO MORDE O VETERINÁRIO?



Ainda a propósito das mordeduras de cães o interessante artigo dos colegas Phil Zeltzman e Patty Khuly (nossa vizinha no Dolittler): “Top ten pet owner excuses for aggression in dogs

BLUE DOG PROJECT

Num comentário de Kadete, que aqui reproduzo, aparentemente se contesta a abordagem que antes propus para a problemática decorrente das agressões por cães.

E não querias mais nada?

Só quem anda distraído precisa de estatísticas e ainda acabava por chegar à conclusão que a origem dos ataques tinha justificação no comportamento dos atingidos.

Também me parece asneira relacionar as razões da conduta oficial com qualquer base de dados, porque nunca serviu, nem serve para isso. Têm obrigação de criar medidas legais para disciplinar a posse e detenção de cães com essas características e fazer aplicá-las!

Certamente que há mesmo pessoas que não têm condições psicológicas, sociais e estabilidade afectiva para se responsabilizarem por animais potencialmente perigosos ou agressivos.

Os veterinários têm que fazer o seu papel que é informar os proprietários dos comportamentos e das formas para lidar com esses animais, ensinar a testar a sua sociabilização para não pôr em risco quer quer que seja, sobretudo os mais indefesos (crianças e idosos).

Quem sabe se não era de comparar o que é feito nalguns países para se poder fazer adaptações!

A Ordem deve ter alguma coisa a dizer ou não?

Ah, O bastonário nomeou um GT para estudar o assunto!

Kadete


1. “Só quem anda distraído precisa de estatísticas...”.

Problema atávico na Lusitânia. Melhor mesmo é tomar decisões com base numa avaliação pela rama, naquilo que se diz, e com a intensidade que se diz, no café ou nos jornais ou seguindo apenas a nossa intuição.
Pior ainda: quando num determinado momento, ou determinado local, for politicamente conveniente... (o presidente da câmara cá do sítio rapidamente desmantelou a equipa de captura de cães vadios quando descobriu que iria perder as eleições com a má língua e o ziriguidum que se instalou).

2. “...criar medidas legais para disciplinar a posse e detenção de cães...”

Então não se sabe que a aprovação de leis só por si não chega? Se assim fosse a harmonização legislativa com a Comunidade Europeia não teria sido necessária, bastava que todos os países adoptassem todas as leis, sem restrições.

Não foi dito naquele 1º Encontro de Saúde Pública Veterinária pelas colegas da Direcção-Geral de Veterinária que houve precisamente aspectos da lei que foram deixados cair por inexequibilidade prática na sua aplicação?

3. “... há mesmo pessoas que não têm condições psicológicas, sociais e estabilidade afectiva...” para deterem cães.

A afirmação será verdadeira, mas o colega não ouviu dizer (sempre naquele Encontro) que esse foi exactamente um dos aspectos que, estando previsto na Lei, foi necessário abandonar porque não podia ser aplicado na prática?

A razão é simples... quem, como e em que circunstâncias, seria atestada tal condição psicológica, social ou afectiva?

A menina Mariazinha dos cães que, por desgosto de não ter filhos (segundo se diz) acarta cães vadios para casa, tem mais ou menos condições psicológicas para deter cães que a esbelta Maria Rosa do 1º esquerdo, que as más línguas dizem dedicar-se a práticas indecorosas à porta fechada?

Os Pereira Nunes, família numerosa onde todos os dias se discute quem vai passear o “farrusco” (obrigação que normalmente recaí sobre a pequena Matilde), tem mais ou menos condições sociais que um sem abrigo?

O Manel magala, matulão entrado na idade, solteiro inveterado, que dizem treinar o seu pastor alemão para morder quem dele se aproximar com ar suspeito, tem mais ou menos condições afectivas que o Dr. Belmiro Soares, detentor de um pequeno pincher que o segue para todo o lado?

4. O papel dos Veterinários...

Estamos de acordo! Por isso sugeri no post anterior, uma estratégia sustentada em três pilares, sendo um deles o da prevenção “...dirigida sobretudo a pais e crianças, através dos Médicos Veterinários (práticos, oficiais ou outros).”.

Tal circunstância, exige contudo, que três outras condições se concretizem: vontade e acordo dos Serviços Oficiais, motivação e iniciativa por parte da Ordem dos Médicos Veterinários (naturalmente em consonância com outras associações representativas da profissão) e um esquema de informação/formação dos próprios Médicos Veterinários (para além do conhecimento, o entendimento e o consenso sobre a forma de abordar o assunto).

Para concluir e pegando na sua sugestão sobre o que noutros países se faz, aqui deixo a referência ao projecto “Blue Dog”, desenvolvido para educar/ensinar crianças e os seus pais na prevenção de mordeduras, tendo para tanto sido desenvolvido um CD interactivo e um guia para os pais.

O projecto é, tão somente, apoiado pela “Sociedade Europeia de Etologia Clínica Veterinária” (ESVCE), a “Federação Europeia das Associações Veterinárias de Animais de Companhia” (FECAVA), a “DogsTrust” (instituição inglesa sem fins lucrativos de protecção de cães), o “Grupo de Estudo de Terapia do Comportamento de Animais de Companhia (CABTSG - ligada à “Associação Britânica de Veterinários de Pequenos Animais” BSAVA) e o Centro de Atendimento Médico Veterinário Wylie

O principal doador do projecto é “apenas” a Real Associação Veterinária dos Países Baixos (KNMvD).
O suporte financeiro é ainda garantido pelos, não menos “simples”, Centro de Atendimento Médico Veterinário Holandês ADR, a “Associação Dinamarquesa de Etologia Clínica Veterinária” (DSKVE), a já referida “Associação Britânica de Veterinários de Pequenos Animais” (BSAVA) e o Grupo Norueguês de Comportamento (NAS).

Denominador comum: os Médicos Veterinários.

Sempre terminarei dizendo que se a Ordem não for capaz de catalisar o tema, tenho esperança que uma joint venture da Associação dos Médicos Veterinários Práticos de Animais de Companhia e uns quantos Centros de Atendimento Médico-Veterinário, consigam coligir os fundos necessários e desenvolver um projecto que teria certamente um impacto extraordinário pela avidez mediática de que o tema se reveste na Lusitânia.

2 de abril de 2009

O SEU CÃO MORDE?

Em Portugal, não existem quaisquer estatísticas de ataques de cães... apenas as notícias na comunicação social, nem sempre muito sérias, por distorção e viés, vão dando uma pálida ideia da realidade.

Se dúvidas houvesse, as apresentações a cargo da Direcção-Geral de Veterinária (DGV) no 1º Encontro de Saúde Pública Veterinária do Porto, que ontem teve lugar no auditório da biblioteca municipal Almeida Garrett.

As medidas legislativas olham sempre, e só, de soslaio, as raças de cães ditas perigosas, o que parece não ser suficiente em matéria de relação segura com o “melhor amigo do Homem”.

A detenção responsável é vista pela rama do abandono e a identificação electrónica como um mecanismo de potencialmente permitir penalizar os “maus detentores”, como aliás os fins da base de dados oficial.

Qual a incidência de mordidelas em Portugal? Que cães atacam? Qual o padrão desses ataques? Quem são os mordidos? Crianças, jovens, adultos, idosos? Todos? e em que proporção? E com que gravidade? Quais as consequências físicas e emocionais? Quem e/ou o quê desencadeia o ataque?

As perguntas são muitas, mas não existem respostas, o que nem sequer seria grave se houvesse um plano, uma estratégia, dos Médicos Veterinários, para “atacar” esta falta de informação.

O assunto merece a urgente atenção da Profissão, das autoridades (DGV à cabeça), das Escolas, dos Médicos e da Sociedade Civil.

Três princípios importaria desde já introduzir: promover iniciativas com base numa interacção segura (em vez da detenção responsável), sejam de carácter legislativo ou outra; estabelecer uma rede de colheita de dados envolvendo diferentes entidades e, com base na experiência colhida, estabelecer a prazo um sistema uniforme de recolha de dados; desencadear uma estratégia de prevenção dirigida sobretudo a pais e crianças, através dos Médicos Veterinários (práticos, oficiais ou outros).

PORTUGAL, VETERINÁRIA E GAMMAHERPESVIRUS

Pedro Simas liderou a equipa de investigadores que identificou um dos mecanismos moleculares de persistência dos vírus herpes e proliferação desordenada de linfócitos B, associada ao desenvolvimento de linfomas malignos.

O estudo publicado no “The EMBO Journal”, resulta do trabalho desenvolvido na Unidade de Patogénese Viral do Instituto de Medicina Molecular (Lisboa), em colaboração com investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência (Oeiras) e da Cornell University (Cornell - EUA).

Segundo Pedro Simas, “O que é importante realçar no nosso estudo é que encontrámos uma nova ligação molecular entre o vírus e a proliferação de linfócitos B, condição essencial para o desenvolvimento de linfomas associados a infecções virais”.

As notícias, aqui e aqui.

João Pedro Simas é investigador no Instituto Gulbenkian da Ciência e lecciona na Universidade do Porto. Nasceu e cresceu nos Açores e após terminar o 12º ano entrou para o Instituto Superior Técnico, onde frequentou Engenharia Mecânica. Foi talvez o seu apego aos animais que o levaram a concluir o curso de Medicina Veterinária... seguiu-se um mestrado em Biotecnologia, que o prendeu a essa área científica, e o doutoramento em Inglaterra, como bolseiro da Junta Nacional de Investigação Cientifica e Tecnológica.

Depois de quatro anos regressou a Portugal... o regresso um choque... pelo contraste na Ciência que se pratica cá e lá...

Ao Pedro Simas os votos de maior sucesso do “Veterinário precisa-se...”... também na Investigação, mesmo que precise emigrar para Inglaterra. Se for esse o caso não hesite Pedro.