O mal estar que o Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) inspira, a muitos dos membros da Instituição, é admirável e mereceria uma análise profunda.
Mas não é a isso que aqui venho. É que muitas das questões colocadas na Assembleia de ontem, 11 de Dezembro, ao Bastonário, poderiam e deveriam ter sido colocadas à Mesa da Assembleia.
Para muitos, os superiores interesses da OMV estão em causa. O Plano e Orçamento para 2007 foi chumbado em três Assembleias; o de 2008 foi agora também chumbado; as questões da aprendizagem ao longo da vida foram mal conduzidas e naturalmente incompreendidas; a questão das instalações envolvida num manto de incertezas; a alteração estatutária congelada; a relação com a Classe e Associações Profissionais Sectoriais toldada por desconfianças e mal estar; o mercado de trabalho saturado… etc. etc.
Quais são as respostas da Mesa para solver a situação. As iniciativas até agora pecaram por inconsequentes. O desassossego mantêm-se e nem por isso opções inadiáveis para o futuro da profissão são tomadas ou sequer ponderadas.
Não pode a Mesa da Assembleia demitir-se das suas responsabilidades e lavar as mãos como Pilatos.
Quando em Janeiro de 2007 o Plano e Orçamento foi reprovado, poderia e deveria a Mesa ter convocado nova Assembleia para daí a duas semanas e em caso de novo chumbo (o mais provável), estaria a Mesa em condições de convocar Assembleia para ponderar sobre os superiores interesses da OMV.
Mas não o fez, ao invés, convocou nova Assembleia para daí a três meses…(???), para continuar a discutir um Plano e um Orçamento que se sabia não passar.
É que estando os superiores interesses da OMV em causa, deveria ter sido aplicado o Estatuto: Artigo 40º “A assembleia-geral reúne extraordinariamente quando os interesses superiores da Ordem o aconselhem, por iniciativa da respectiva mesa, do conselho profissional e deontológico, do conselho directivo, do conselho fiscal de uma das assembleias regionais ou de 10% dos médicos veterinários com inscrição em vigor e no pleno exercício dos seus direitos.”
Podia pois a Mesa, por sua iniciativa, ter convocado uma Assembleia para o efeito, digamos lá para o pretérito mês de Abril (na mesma data em que ocorreu a terceira assembleia para aprovação do Plano e Orçamento) e em caso de censura grave e fundamentada à actuação do Conselho Directivo, convocarem-se então eleições.
Poderiam essas eleições ter tido lugar dois meses depois, digamos em Junho de 2007.
Se a Mesa da Assembleia não tomou a iniciativa foi porque entendeu não estarem em causa os superiores interesses da OMV.
O que fez então? Escudou-se na convocatória de uma Assembleia, para Junho de 2007, deixando para um abaixo assinado o ónus da sua convocação, até ver irregular, a fazer fé no deferimento de providência cautelar pelo tribunal competente e até deu todo o tempo para isso ao convocar as frustradas eleições para Outubro de 2007…
Sabe, possivelmente, o Presidente da Mesa que pior do que manter os actuais órgãos em gestão corrente seria entregar a Ordem a outros devaneios e daí manter o ritmo de 4 Assembleias por ano, dando o palco aos desencantados, frustrados e ofendidos, mas sem que nada de substantivo daí resulte.
A Assembleia-Geral de ontem, 11 de Dezembro, foi mais uma. O que vai fazer agora a Mesa da Assembleia? Repetir o que fez este ano? É que no entretanto quem vai perdendo é a profissão, estagnada e sem tratar de questões essenciais para o seu futuro.
12 de dezembro de 2007
VIRA O DISCO E TOCA O MESMO…
Pareceu a Clint às 17:00
3 comentários:
Parabéns mais uma vez.
É chegado o momento de procurar gente séria
E tudo isto afinal, porque quem perdeu o CD e o CPD, colocou em causa a legitimidade das eleições.
Colocaram-na em causa mas nunca conseguiram provar qualquer das aludidas irregularidades.
Para mim, o que está provado é que utilizaram pretextos (graves) para esconderem a realidade: "Foram incompetentes na apresentação das candidaturas às eleições"
Como receavam o veredicto negativo do tribunal sobre alegadas irregularidades, avançam com uma assembleia extraordinária com o propósito de destituir o CD e CPD.
Até ver, também este procedimento foi questionado pelo tribunal.
Daí o salto para a frente: os boicotes sucessivos ao plano e orçamento, cuidadosamente preparados nos bastidores por elementos da AG e arrebanhando activamente os "colegas" como se de uma campanha eleitoral se tratasse.
"Como não ganhámos as eleições, faremos tudo para que a Ordem não tenha condições de funcionar!!"
É este o lema dos que gritam e se colocam em bicos de pés tentando apagar da memória de todos a verdadeira causa: Incompetência das candidaturas às eleições
O Bastonário deve manter-se até que um processo legítimo conduza a novas eleições ou à sua destituição.
Até lá não deve ceder às manobras e pressões dos incompetentes que estão a envenenar o relacionamento entre colegas.
Os órgãos em gestão foram legitimamente eleitos até prova em contrário.
Respeitemos, gostando ou não das pessoas que ganharam.
Afinal, as críticas válidas (poucas) ao plano e orçamento não passaram de críticas inconsequentes.
Ninguém as quis transformar em propostas de alteração que certamente seriam aceites pelo CD e votadas favoravelmente pela assembleia.
Esta seria a postura de pessoas de boa fé e construtivas.
Os comportamentos a que assistimos são má fé, falta de seriedade e irresponsabilidade.
Mais do mesmo.
Oh Clint!
O Colega tem toda a razão!
Só não concordo numa coisa.
A mesa da AG (o seu presidente, mais o secretário e o vice presidente devem ser os grandes responsáveis) e de certo vão ter que pagar por isso, mais tarde ou mais cedo!
O Esteves não tem iniciativa e não sabe distinguir o caminho que mais interessa à Ordem, nem é isento é um BLUF!
O ASM(AutorSóManobras) "foi mensageiro" de uma AG " clandestina" antes daquela a que nós fomos e pelos vistos não foi a primeira vez!
O Valente também "combinou" não haver AG que tinha sido "marcada" pelo presidente em Junho e agora acha natural o que o secretário "fez". Exemplar!
Razão tinha aquele Colega que denunciou com todas as letras a vergonha só possível na cabeça de GOLPISTAS que estão dispostos a tudo.Revoltante!
Isto não é Democracia são derivas Oportunistas de quem se julga intocável!
O resto são só as consequências desta estratégia que foi montada para parar a Ordem.
Quanto mais tempo a Classe tem que aturar esta CORJA?
Vet@de_olhos_bem_abertos
Enviar um comentário