14 de dezembro de 2008

CONDOMÍNIO FECHADO

A "convite" da "blogs.sapo", o "Veterinário precisa-se..." mudou-se de armas e bagagens para aquelas paragens. Aos que gentilmente anotarem a nova morada e passarem a visitar-nos por ali, a nossa deferência...

Deixamos pois de estar aqui, para passarmos a residir em VETBLOCK.BLOGS.SAPO.PT...

Até já!

10 de dezembro de 2008

BOLA DE CRISTAL

O Departamento de Projecções Integradas Nico-Anacrónicas (DPINA) do “Veterinário precisa-se…”, em conjugação com os serviços da DGSANCO divulga em primeira mão as projecções da evolução da Língua Azul na Europa, nos próximos 12 meses.

Depois de longas horas de cálculos estatísticos e aturada análise de dados, o DPINA, tendo em vista garantir a precisão e exactidão das conclusões alcançadas e recorrendo ao sofisticado sistema informático “Bola de Cristal” MacSoft®, apresenta em primeira mão a projecção espacial dos diversos serotipos de Língua Azul reportados a Novembro de 2009.

O QUE SE SEGUE?

Já se sabia que a candidatura de Sameiro de Sousa não era, nem mais, nem menos, que a concretização da candidatura de Ramalho Ribeiro, impossibilitado de assumir a liderança da lista por se encontrar suspenso de membro da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV).

A questão é iniludível… os candidatos (ajustes estatutários à parte) são os mesmos que apresentou em anterior candidatura, o manifesto inscrito no site da candidatura é indisfarçavelmente da lavra de Ramalho Ribeiro…

Diria mesmo que a recente decisão de retirar do site da OMV, a lista de membros suspensos por incumprimento do dever de pagamento de quotas, vem na linha da filosofia da candidatura de Ramalho Ribeiro: mais preocupada com a aparência do que com os princípios ou coerência dos fundamentos.

Nesta ordem de ideias, tal como facilmente se antevê, a próxima decisão do Conselho Directivo (CD) vai ser a de revogar a suspensão do colega Ramalho Ribeiro.

Só que tal decisão encerra em si um problema bicudo.

A questão é simples: ou as circunstâncias que Ramalho Ribeiro apresentou para solicitar a suspensão se alteraram, ou, não sendo esse o caso, a revogação da suspensão é irregular.

Se esta dedução não é lógica, então os argumentos apresentados por Ramalho Ribeiro para pedir a suspensão de membro da OMV não tinham fundamento.

Assim sendo, aqui fica o apelo: quando o CD decidir revogar aquela suspensão, que explique muito bem os fundamentos da decisão… a bem da transparência de processos, exactamente por a já ter começado a maltratar.

8 de dezembro de 2008

PROFUNDA TRISTEZA

A profissão perdeu a sua maior referência profissional.

Para quem conheceu e privou com o Dr. Matos Águas sabe ao que nos referimos: a personalidade forte, a sabedoria, a devoção que oferecia à profissão e a humildade com que sempre a serviu.

Foi com profunda tristeza que recebemos a notícia do seu falecimento.

6 de dezembro de 2008

ASSIM NÃO!

A nossa vizinha Alma divulga hoje uma mensagem do Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) sobre a remoção do site da OMV da lista de membros suspensos por falta de pagamento de quotas...

Curiosa que uma das primeiras decisões do recém eleito Conselho Directivo (CD) seja a de obviar a visibilidade e transparência que o assunto estava a ter...

Sabem o que vai acontecer de imediato? A lista vai triplicar, já no início de ano que vem (altura de pagamento de quotas), com aqueles outros que pagavam apenas por pudor...

Quem terá o CD ouvido para decidir?

3 de dezembro de 2008

A GERONTOLOGIA, OS CÃES E OS GATOS

Foto de: Sónia Cristina Carvalho in Olhares.com


A missão da profissão Médico-Veterinária na Sociedade é desempenhada, não só tendo o ser humano como o cerne da sua intervenção, mas também desenvolvida numa relação de grande proximidade do propósito centrado no bem-estar da humanidade.

A notícia no Portugal Diário ilustra bem o que acabo de dizer…

Vertentes de uma profissão que merece ser revisitada over anda over: “As clínicas veterinárias são muitas vezes um local de encontro e de partilha de experiências, especialmente para os que têm mais tempo disponível.”

…porque o objectivo central da Ordem dos Médicos Veterinários, a defesa do exercício da profissão veterinária, se deve plasmar num sentido de missão… aqui fica o meu contributo!

FRANGO DEPENADO

Tudo está bem quando vai bem… de acordo com o Diário dos Açores, os lusitanos vestiram a camisola amarela do consumo de frango na União Europeia.

Parabéns ao sector avícola pela recuperação das crises provocadas pelos nitrofuranos e gripe das aves, à Direcção-Geral de Veterinária por tão bem garantir a nossa segurança e ao bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários pelas politicamente correctas declarações, “…para quem a preferência dos portugueses pelo frango demonstra que os consumidores têm "confiança na carne de aves" e nos ovos…”

"Nem tudo poderá ser controlado a 100%, porque não há risco zero, mas no consumo de carne de aves eu creio que a população pode estar perfeitamente segura", disse à Lusa o bastonário da Ordem dos Veterinários, Sameiro Sousa…

Infelizmente não percebi a omissão, mas o papel dos Médicos Veterinários não é referido na notícia… nem superficialmente.

OMAIAA

Reproduzo a parte final de um comentário recente a “EM TEMPO DE CRISE””:

Um pequeno exemplo:
O OMAIAA – Observatório de Mercados Agrícolas e Importações Agro-Alimentares, criado pela Assembleia da República, tem como membros, entre outros, a Ordem dos Médicos e a Ordem dos Engenheiros. A Ordem dos Médicos Veterinários não está presente. Alguém explica porquê?

@bona


Já em 11.09.2003 o “Veterinário precisa-se…” protestou em A BIOÉTICA E O EXCESSO DE VELOCIDADE, pelo facto da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) não ter sido convidada a integrar o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida… Na altura predisse “A OMV vai de certeza reagir! Vai uma aposta?”… acho que perdi a aposta.

A participação da profissão, através da OMV ou não, em matérias de relevante interesse social deixa de facto muito a desejar… como aqui inúmeras vezes foi mote de conversa… Sublinho apenas mais uma: a participação da profissão na concepção, promoção e participação em políticas de Desenvolvimento Rural, na componente Pecuária obviamente, e em particular no que se refere à promoção dos produtos ditos de qualidade.

O OMAIAA é apenas mais um infeliz exemplo da menoridade com que somos vistos no plano societário e no domínio da intervenção política.
Estou mortinho para ver qual a abordagem reservada ao tema no Plano de Actividades que será apresentado (e seguramente aprovado por maioria) na próxima Assembleia-Geral da OMV.

2 de dezembro de 2008

ALERTA AVIÁRIO

Já se sabia que seguir na pista de algo ou de alguém pode ter efeitos colaterais indesejáveis e por razões várias… o que estava até agora por equacionar, era o efeito do transporte de galinhas, em veículo aberto, para quem viaja na retaguarda dos mesmos… de artigo a publicar na Revista de Saúde Pública, de que é co-autora Ana Rule, investigadora da Universidade Johns Hopkins.

1 de dezembro de 2008

SOL NA EIRA E CHUVA NO NABAL…




…só se for Veterinário Municipal (VM)!

Este blog quase se estreou com o tema… o segundo post aqui colocado a 30 de Julho de 2003, era precisamente dedicado à Autoridade Sanitária Veterinária Concelhia.

Passados mais de cinco anos, afigura-se-me que o conteúdo daquele texto se mantém actual: desafortunadamente, a intervenção do VM continua desregulada, resultando mais da capacidade de iniciativa do próprio VM e/ou da Câmara Municipal em causa e/ou da relação entre ambos, que da lógica de estruturação dos Serviços.

Poderia a intervenção/estratégia da Associação Nacional dos Médicos Veterinários dos Municípios (ANVETEM) ter desencadeado, pelo menos, uma discussão sobre o assunto, mas não… seria no entanto muito injusto não acreditar na capacidade e vontade da direcção recém-eleita para modificar este panorama e relançar a discussão sobre o papel do VM.

A começar pela duplicidade do seu estatuto.
Por muito conveniente que seja depender de duas entidades distintas (Câmara Municipal e Direcção-Geral de Veterinária –DGV-), é óbvio que a prazo tal estatuto será indefensável na quadro da Administração Pública, mesmo que outras razões não justificassem a revisão desse enquadramento.
Aliás, enquanto correia de transmissão da Autoridade Sanitária Veterinária Nacional a nível municipal, nada justifica que o VM não seja enquadrado na verticalização dos Serviços Veterinários.
Ou seja, o VM continuava a exercer as suas funções e com o atributo geográfico que hoje já tem, só que passaria a estar enquadrado (100%) no serviço das Direcções de Serviços de Veterinária da DGV… simples!

A passar pela vacinação anti-rábica.
O que é que justifica os moldes desta campanha? Perdoem-me os poucos VM que planeiam e organizam uma campanha decentemente e anualmente introduzem as alterações decorrentes da experiência de anos anteriores, mas a grande maioria dos VM nomeados para esta campanha executam-na em moldes muito pouco aceitáveis e em clara concorrência desleal, como aqui já referi.
Para além da polémica que resulta do ciclo anual de vacinação com recurso a vacinas que oferecem uma cobertura imunitária de dois e mais anos, subjaz a questão: se a vacinação faz parte das atribuições do VM porque razão ainda se mantém o pagamento de uma compensação?
Se a Administração quer, de qualquer modo, garantir a vacinação anual, por razões epidemiológicas transcendentes, porque razão não adjudica o serviço aos privados? Vislumbro mil entidades dispostas a concorrer a esse serviço.

E a terminar com a delicada questão dos conflitos de interesse.
O quadro de competências do VM está definido pelo Decreto-Lei nº 116/98, de 5 de Maio, sendo ainda de considerar a proposta de alteração da ANVETEM.

Apontando a Administração Pública para o “Reforço da deontologia do serviço público e para o exercício de funções públicas com carácter de exclusividade”, o dever de isenção e a existência de conflitos de interesses, resultantes da actividade do VM, assim como a potencial confluência de interesses financeiros, estão colocados na ordem do dia.

As actividades privadas desenvolvidas pelos VM, concorrentes com as funções que exercem na Administração Pública, desenvolvidas de forma permanente e habitual, dirigidas ao mesmo círculo de destinatários, são conhecidas e notórias.

Basta ter em conta o quadro legal referido para enunciar exemplos gritantes:

Como garante o VM a prevenção da saúde e do bem-estar animal, a protecção da saúde pública, e a higiene, salubridade e segurança dos géneros alimentícios de origem animal, quando na generalidade dos casos, o mesmo VM mantém uma relação de trabalho privada com os mesmos destinatários daquelas medidas?

Como pode o VM dirigir o centro de recolha de cães e gatos, quando o proprietário do animal é seu cliente no centro de atendimento que dirige nas ditas horas fora de serviço?

Como assegura o VM, numa perspectiva de intervenção oficial, a avaliação das situações que visam a salvaguarda e protecção da Saúde Pública Veterinária, quando os visados são membros da Organização de Produtores Pecuários (OPP), de que também é coordenador?

Expliquem-me, como se eu fosse uma criança de 10 anos, como é possível ao VM assegurar tarefas de inspecção higio-sanitária, quando os inspeccionados são simultaneamente seus clientes, enquanto Médico Veterinário que exerce por conta própria ou coordena e executa as actividades da OPP?

As perguntas continuam… fico-me por aqui, só para não alongar.

Admito que os três pontos referidos não sejam para resolver “já amanhã”, compreendo até a imediata antipatia que muitos VM atribuem a estas reflexões, mas estou certo que a prazo esta discussão será inevitável. O que é que a direcção da ANVETEM antecipa?

O pior será mesmo não querer mudar nada, ou pior ainda, não querer sequer discutir o assunto e ouvir opiniões.
Se os três pontos referidos não fazem qualquer sentido, então é bom que a ANVETEM se prepare com pareceres “sumarentos” que sustentem o contrário, pois o Estado prepara-se para levantar aquelas questões e não é de certeza por o “Veterinário precisa-se…” ter falado disso.

30 de novembro de 2008

PROCRASTINAÇÃO

Por inspiração nas reflexões de José Luís Amâncio sobre o tema… “Procrastinação é o ato de adiar alguma tarefa ou atividade e um dos complicadores da gestão de tempo.”, Já se percebe que as preocupações vêm do Atlântico Sul, mas nem por isso (ou talvez por isso) merecem ser menos consideradas na Lusitânia!

O velho “Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje”, ou o não menos sensato “Guarda que comer, não guardes que fazer”, são de facto virtudes de que este blog não se pode orgulhar, e por isso invejamos aqueles que não procrastinam

Tiramos pois o chapéu ao Grande Auditor DGViano, por ter tido a sabedoria de aprovar o Programa Anual de Auditorias e ao dirigente máximo pela douta homologação!

Plano aprovado e publicado na primeira página do site da Direcção-Geral da Veterinária, esperamos agora por idêntico destaque aos relatórios de auditoria.

EM TEMPO DE CRISE

Como é que as dificuldades financeiras que afligem a Europa e o Mundo se repercutem na vida dos Médicos Veterinários em Portugal?

Diz-se que em alturas de crise a imaginação vale mais que o conhecimento…

Uma coisa é igualmente certa: em tempos de crise as prioridades não são de certeza com o respeito pela ética ou um quadro referencial de valores.

Terá já o novel Conselho Directivo (CD) da Ordem dos Médicos Veterinários reflectido sobre o assunto? Haverá alguém, dos que por aqui passa, que possa deixar cair uma palavra aos do CD?

A GRANDES MALES, GRANDES REMÉDIOS [2]

Reproduzimos a mensagem e-mail recentemente recebida, não divulgando o(a) subscritor(a) por expressamente não termos sido autorizados a fazê-lo.

Caro Clint.
É-me extremamente grato informar toda a comunidade veterinária (não castrada, sem antolhos e sem aziar) que o bom senso democrático voltou a prevalecer na DGV.

Se se não tratar de uma transitória “amnistia de Natal” é sem dúvida uma atitude dos decisores que é justo saudar.

A CENSURA AOS BLOGS TERMINOU NA REDE A JUSANTE DO SERVIDOR INTERNO DA DGV.

ALELUIA!!!


Como se vê a mensagem é de um(a) crente… na sequência da qual nos cumpre divulgar o seguinte:

COMUNICADO

O Conselho de Administração do “Veterinário precisa-se…” reunido (como habitualmente) Sábado pela manhã, informa não ter desencadeado (ainda que vontade não lhe tenha faltado) qualquer acção judicial, policial, informal, banal ou outra, tendo em vista a acção desencadeada pelos gestores de sistemas da Direcção-Geral de Veterinária (DGV).

Nestas circunstâncias não pode (infelizmente) o “Veterinário precisa-se…” reivindicar qualquer mérito pela anunciada anulação da decisão antes tomada, manifestando aliás grande preocupação pelo presumido desinteresse que este sítio possa ter passado a ter na litúrgica catedral da Veterinária Oficial.

Não menos preocupação manifesta o Conselho de Administração (um dos administradores chorou baba e ranho), pela eventualidade da sua intervenção blogosferiana não ser levada a sério ou pela, não menos presumida, percepção de ter deixado de pisar (ou mesmo ultrapassar) o risco dos limites da ética.

O Conselho de Administração do “Veterinário precisa-se…” exorta a profissão Veterinária a participar na grandiosa manifestação que terá lugar no Largo da Academia Nacional das Belas Artes em data a anunciar.

28 de novembro de 2008

CONTESTO

... a filosofia expressa pela nossa vizinha Alma em Incompatibilidades!

1. A comparação, ainda que legítima, não foi devidamente enquadrada. Estamos a falar de coisas substancialmente diferentes.
No caso de Manuel Sebastião trata-se de saber da compatibilidade entre o exercício de vogal suplente da Direcção da Ordem dos Economistas (OE) e o de Presidente da Autoridade da Concorrência (AC).
No caso de Ramalho Ribeiro a questão parece ser mais profunda, trata-se de saber da compatibilidade entre o exercício da Medicina Veterinária e a de Director da Estação Zootécnica Nacional (EZN).

2. No caso de Manuel Sebastião a polémica resulta de saber se este pode exercer o cargo de presidente da AC, sendo vogal suplente da Direcção da OE. Foi a opinião pública que levantou a questão, em nome do serviço público que decorre da missão da AC.
No caso de Ramalho Ribeiro a controvérsia resulta de saber se este pode ser membro da Ordem (e no extremo ser eleito), sendo Director da EZN.
Foi o próprio e a Direcção da OMV a fazer menção do facto, em nome da defesa do exercício da Medicina Veterinária (MV).

3. Enquanto o Estatuto da OE refere apenas as questões de incompatibilidade que decorrem da Lei; o da OMV define com exactidão as funções e actividades incompatíveis, acrescentando, genericamente, “…quaisquer outros que por lei sejam considerados incompatíveis…”.
Pode parecer ténue a diferença, mas o espaço para discussão jurídica enorme. A AC considera mesmo não existir “…qualquer incompatibilidade ou conflito de interesses entre ser Presidente [da AC] e ser Vogal Suplente…” da OE.
O próprio Ramalho Ribeiro considerou ser incompatível o exercício de MV com o de membro da OMV, limitando-se o Conselho Directivo a reconhecer como não solvidas as razões que Ramalho Ribeiro apresentou, em primeira instância, para solicitar a suspensão como membro efectivo da OMV.

4. Atribuir um juízo de valor positivo à iniciativa de Manuel Sebastião (ou melhor da AC), contrapondo com um juízo negativo à postura de Ramalho Ribeiro não parece muito correcto.
Manuel Sebastião (ou melhor a AC) impôs-se deixar um órgão da OE; Ramalho Ribeiro quis (quer?) impor-se como candidato a um órgão da OMV.
Eventualmente a posição será eticamente mais delicada no caso da pretensão de Ramalho Ribeiro, mas a pergunta “Porque não seguiu o exemplo de dr. Manuel Sebastião?” não se aplica.
Ramalho Ribeiro não o tem que fazer… eventualmente teria que prescindir (isso sim) da posição de Director da EZN para “livremente” se candidatar a Bastonário.

5. Manuel Sebastião sai pelo seu pé, Ramalho Ribeiro bate o pé e sairá aos trambolhões… se não imperar o bom senso e uma grande dose de tolerância.
Um não se vitima, outro faz papel de vítima…
Um não mistura questões éticas com os contornos legais, outro investe nas questões estritamente legais e formais para arredar as questões morais…
Ainda que Manuel Sebastião não possa almejar, no plano legal, estar nos dois órgãos simultaneamente, as razões morais falam a seu favor.
Mesmo que, no plano estritamente moral ou ético, Ramalho Ribeiro não tenha razão em reingressar na OMV, terá contudo razões legais bastantes.

6. Outra questão que se coloca decorre da cronologia dos factos… desconheço o que aconteceu primeiro, mas num caso o exercício de cargo na Ordem parece ser pretérito ao da função pública, enquanto no outro sucede precisamente o contrário.

7. Para Manuel Sebastião a questão é simples: “Durante o seu mandato…”, como presidente da AC, não pode desempenhar quaisquer outras funções públicas ou privadas, ainda que não remuneradas,”; para Ramalho Ribeiro, enquanto presidente da EZN, só não poderá desempenhar funções na OMV porque não lhe fica bem, afinal foi ele que argumentou nesse sentido ao pedir escusa de membro da OMV por ser Director da EZN.

8. A AC é uma pessoa de direito público dotada de órgãos, serviços, pessoal e património próprios e de autonomia administrativa e financeira, com regime jurídico definido estatutariamente.
A EZN é uma Unidade Operativa do Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas (INIAP).
As responsabilidades éticas, se não legais, não são comparáveis. À AC aplica-se o quadro normativo relativo às entidades reguladoras sectoriais.
É que, na realidade, o exercício da MV não é incompatível com o de Director da EZN. Porque é que havia de ser? O estatuto é claro: titulares de órgãos de soberania… do governo regional… governador civil… presidente de câmara (ou vereador, se a tempo inteiro)… gestor público… outros considerados por lei… ora Director da EZN (sem desprimor) não encaixa em nenhum.

Só mesmo titulares de órgãos operativos da Administração Pública, que se acham muito cheios de si próprios (ou arranjaram um expediente para não pagar quotas) é que se consideram nesta situação de incompatibilidade, tolerada pela OMV à luz de parecer jurídico muito restritivo.

27 de novembro de 2008

HOSPITAL VETERINÁRIO



Este Hospital Veterinário NÃO está registado na Ordem dos Médicos Veterinários (OMV)…

"...What do you think is wrong with him, doctor Bob?

Well, for one thing he has been badly exposed to overacting… either that or overexposed to bad acting!..."

25 de novembro de 2008

CIÊNCIA VETERINÁRIA

Continuo a achar que o contributo dos cientistas lusos para o desenvolvimento das Ciências Veterinárias em Portugal deixa muito a desejar.

Os esforços, neste domínio, têm um carácter individualizado e pontual, fruto muito mais do esforço dos poucos cientistas (os que ainda merecem esse nome), regra geral a braços com muita resistência burocrática, e muito pouco por força de iniciativas, estratégias e apoios das Instituições que se dedicam às Ciências Veterinárias.

Recaem particulares responsabilidades na Sociedade Portuguesa de Ciências Veterinárias (SPCV), cujos esforços se “resumem” à organização de um Congresso de três em três anos e à edição errática de uma revista.

Acredito até que com os meios à disposição, seja enorme o resultado e por isso a crítica não incide naqueles que dirigem a SPCV, mas na atitude acrítica com que se aceita a situação.

Têm responsabilidades as Universidades que tutelam os cursos de Medicina Veterinária e os seus corpos directivos por não romperem com a situação, definindo uma estratégia conveniente.

É deprimente um certo egocentrismo instalado em muitos dos investigadores dessas Universidades, que parecem olhar mais para o espelho onde a sua imagem se reflecte, do que para os trabalhos que dirigem e cujos resultados se esperaria representassem um efectivo valor acrescentado ao investimento que todos fazemos através dos impostos.

Admito andar muito distraído, se for esse o caso contrariem-me com casos reais e concretos, mas não consigo descobrir investigação com aplicação prática à nossa realidade, sendo que a generalidade dos trabalhos tem uma conotação simplesmente académica ou ficam muito aquém das respostas que se esperam, mesmo que a prazo.

Não menos distante deste cenário o Laboratório Nacional de Investigação Veterinária (LNIV), agora incluído na super-estrutura do Instituto Nacional de Recursos Biológicos e desde Sexta-Feira passada dirigido pelo Médico Veterinário Nuno Canada… pelo menos já nos faz esquecer o inefável Doutor José Manuel Costa.

Asfixiado por orçamentos pelintras, estruturado por decisões no mínimo duvidosas, mergulhado na habitual formalidade da Administração Pública, em vez de transversal, comunicativo, aberto e de capacidade criativa, o LNIV dobra-se com o peso de anos de frustrada capacidade para acertar o passo e entrar nos trilhos.

Em plena Semana da Ciência e Tecnologia, um dia passado sobre a celebração do Dia Nacional da Cultura Científica, o “Veterinário precisa-se…” agradece informação sobre as iniciativas das instituições científicas, universidades, escolas, associações e museus, ligadas à Medicina Veterinária, que tenham aberto as suas portas ou tenham dado a conhecer as actividades que desenvolvem.

Até a "Google.pt" celebrou...

20 de novembro de 2008

A NÃO PERDER

O 1º Encontro Internacional de Arte Equestre organizado pela Academia de Dressage de Portugal… as provas vão “estrear” o complexo da Quinta da Pataca, na Arruda dos Vinhos, de 12 a 14 de Dezembro.

Parabéns a Daniel Pinto pelo projecto da Quinta da Pataca e por este primeiro Encontro Internacional; boa sorte ao Dr. Filipe Graciosa Veterinário Delegado da Federação Equestre Internacional e ao Dr. Bruno Miranda Veterinário do evento.

THE BRIDGES OF MADISON COUNTY



Logo à noite, na RTP 1 - 00.15h… a não perder!

18 de novembro de 2008

BLUETONGUE


Desconheço em pormenor os contornos do caso de Língua Azul, em Chaves, que esteve na origem das recentes medidas específicas de luta e erradicação da doença, o que sugere uma vez mais um comentário: a falta de informação…

A Direcção-Geral de Veterinária (DGV), em vez da macacada que “meteu” no seu site relacionada com a “Semana Europeia da Veterinária”, devia oferecer mais e melhor informação sobre o tema.

Faço por isso fé no “Jornal de Notícias”, que sugere uma reflexão cuidada… limito-me a um humilde contributo.

1. Foi o proprietário do rebanho que se apercebeu poder estar perante um caso de língua azul: "Ao abrir a boca vi que tinha a língua muito grossa e meia roxa, não esperei mais e fui logo aos serviços a Chaves"; “…o animal acabou por não sobreviver à chegada do veterinário, no dia seguinte.”… Ainda assim a realização dos exames laboratoriais e a confirmação do foco de língua azul ocorreu em tempo record, apesar de desconhecer a existência de qualquer plano de contingência.

2. Os Serviços Veterinários Oficiais não divulgaram as medidas de vigilância que foram estabelecidas, que animais foram recenseados, se houve outros animais mortos ou doentes, que locais foram identificados como susceptíveis de favorecer a sobrevivência dos culicoides, quais os resultados do Inquérito Epidemiológico, que visitas foram efectuadas à exploração ou explorações afectadas e quais os relatórios dessas visitas, que tratamentos foram feitos com e quais insecticidas, etc. etc… continua pois a existir uma cultura de silêncio, que nem os órgãos de comunicação social, pelo menos a especializada ou regional, são capazes de contrariar.

3. Refere o “JN” que “A suspensão da feira "por tempo indeterminado" é uma das medidas de prevenção tomadas na sequência da detecção do primeiro foco da doença da língua azul no concelho de Chaves.”… Pergunto eu: porquê? Não porque a medida eventualmente não se justifique, mas por desconhecer as condições de implantação, situação geográfica ou contactos com a exploração em que se confirmou a doença… convenhamos que a base científica se deve sobrepor à dos efeitos mediáticos… Como reporta a Rádio Renascença, “…de acordo com o veterinário municipal sabe-se apenas da morte de um dos animais da propriedade…”.

4. A divulgação pública e mediática do caso foi efectuada pela própria Direcção-Geral de Veterinária (DGV), sem que ninguém da estrutura dos Serviços Veterinários soubesse o que se estava a passar… de facto foi pelos noticiários que os Veterinários Oficiais ficaram a saber da ocorrência e “…o veterinário municipal, Sotero Palavras, só foi avisado da suspensão da feira pelos serviços de Chaves da DGV entre as "18.30 e as 19 horas".

5. Certo é que toda a região, anteriormente fora da área de restrições, passou a estar nela incluída relativamente ao serótipo 1, não sendo perceptível as razões que justificam tal situação ou porque razão não foi a medida tomada há mais tempo… funcionaram uma vez mais razões de epidemiologia política relacionadas com a necessidade de vacinar o efectivo (1ª inoculação) até ao final do ano? Então porque não decidiram em Setembro?

14 de novembro de 2008

BALEIA DE PENICHE

Deu à costa de Peniche, em avançado estado de decomposição, o que sobra de um cadáver de cetáceo, conforme anuncia o Jornal de Notícias.

Ana Elisa, que desde Outubro de 2003 desempenha funções como Médica Veterinária Municipal, “…explicou não ter memória de ter visto um animal a dar costa em tal estado de decomposição.”… e então? pergunto eu… isso quer dizer o quê? Até onde vai a memória de Ana Elisa? 2003?

Ainda segundo a mesma fonte, Ana Elisa terá adiantado que, “…o estado de putrefacção já nem sequer permite aos especialistas saber se "será mesmo uma baleia ou um cachalote"… desconheço qual a especialidade a que se refere, mas para quem esteve na conferência dedicada à Medicina Veterinária forense (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - UTAD, 11 de Outubro), sabe que não será bem assim…

Aliás, sempre segundo a mesma fonte, Ana Elisa “…considera que o animal estará morto há já muito tempo…” (até eu sei disso)… até porque a edilidade “…tem uma equipa especializada no acompanhamento de casos deste género.”… em que ficamos? nem os especialistas saberão que raio de cetáceo é este ou há realmente uma equipa capaz de o fazer?

Então não é “…feito regularmente um controlo rigoroso dos animais que dão à costa.”? Calculo que a regularidade seja quando dão à costa? Ou não?

A juventude pode ser traiçoeira, mas para quem, tão desempoeiradamente, assumiu a presidência da Associação Nacional dos Médicos Veterinários dos Municípios (ANVETEM) e cargo no Conselho Directivo da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), o mínimo que se exige são declarações mais cuidadas, mesmo que simplesmente proferidas na qualidade de Médico Veterinário Municipal.

THE EUROPEAN VETERINARY WEEK

Uma iniciativa conjunta da Federação dos Veterinários da Europa (FVE) e da Directorate-General for Health and Consumers (DG SANCO) da Comissão Europeia, que decorre precisamente neste momento (10 a 13 de Novembro).
O OBJECTIVO (as maiúsculas têm razão de ser) é o de promover a estratégia comunitária para a Saúde Animal ASSIM COMO (idem) o conceito da FVE de “Uma só saúde”…“This is a huge and unique opportunity to raise the profile of the veterinary profession, sublinhou Jan Vaarten, Director Executivo da FVE, conforme refere a newsletter de Outubro passado.

A FVE encorajou as organizações associadas a participarem e a sugerirem ideias para o evento…

Do Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários (SNMV) e da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) pouco ou nada se viu, mas em compensação a Direcção-Geral de Veterinária brinda-nos no seu site com algo TOTALMENTE IMPENSÁVEL… num outro local civilizado não se esperaria menos que a demissão do responsável e manipuladores do respectivo back office

O local dedicado à “Semana Veterinária Europeia” é uma miscelânea de coisas sem nexo, institucionalmente condenáveis, eticamente reprováveis, desconformes, desenquadradas, falsas quanto aos objectivos da iniciativa… numa palavra INQUALIFICÁVEL.

Filmes aleatoriamente seleccionados do you tube sobre realidades do Brasil (European Veterinary Week????)… como o “Ser Veterinário” realizado pelo alunos da Escola Estadual Inácio Montanha…

Propaganda descarada às consultas de Acunpunctura e Homeoterapia de uma certa clínica ambulatória de Lisboa… incluindo a referência a preços de consultas…

A luta contra a Brucelose no Yellowstone National Park e os trabalhos de investigação do “Idaho National Laboratory” – EUA (European Veterinary Week????)…

Um texto não assinado sobre a “A Alquimia dos sabores ancestrais” que remata com posições não oficiais da DGV???

Informação muito básica da “Organização Pan-Americana da Saúde” sobre Higiene e Segurança (European Veterinary Week????)…

Umas lamechices de Tiago Cabrita ao som de Louis Armstrong (“what a wonderful world”) ou de Renata Freitas ao som de Madona (“Hey You”), apresentados como MATERIAL DIDÁCTICO VETERINÁRIO???

O caso toca as raias do absurdo… era difícil fazer pior, perdoem-me os inocentes que possam estar por detrás disto, apesar do atrevimento, a culpa não é vossa!!!

Não seria suficiente linkar com o site oficial em língua portuguesa, mau grado a má tradução?

E a agora meu caro Director-Geral? O que pretende fazer?… de conta que nada se passou?

12 de novembro de 2008

OPORTUNIDADE PERDIDA

(Detalhe do mapa europeu das zonas de restrição por língua azul… as cores foram invertidas pelo departamento de tratamento de imagem do “Veterinário precisa-se…” indo ao encontro da inversão de valores ditados pelos Serviços Veterinários na implementação das medidas de profilaxia médica).

A recente ocorrência de Febre Catarral Ovina, no Norte de Portugal (Chaves), veio pôr a nu a frágil capacidade de intervenção e negociação dos Médicos Veterinários (MV), em matéria de execução das medidas de controlo da doença.

Em primeira instância o facto da operacionalização das medidas em causa ser negociada entre a Administração Veterinária e os produtores, através das suas organizações.

Por outras palavras, os MV práticos, que prestam serviço às Organizações de Produtores Pecuários (OPP), não têm sequer o estatuto de parceiros na discussão do assunto, apenas o de assalariados daquelas Organizações a quem é concedido um certo estatuto de consultor (não remunerado especificamente por isso) ou seja, um papel claramente secundário nas negociações.

Em segundo plano, o facto da discussão convergir num argumento demolidor para aqueles MV: a execução das medidas (essencialmente a vacinação) beneficiará do apoio financeiro do Estado se concretizada até ao final do ano; depois disso os custos ficarão por conta do criador.

Alguém… no seu perfeito juízo, acreditará que as OPP vão ser sensíveis a qualquer argumento baseado em dificuldades de natureza técnica na realização das acções antes do final do ano???

A resposta é tão óbvia quanto a chantagem da Administração.

Quer isto dizer que, por muito razoáveis que sejam as dificuldades (designadamente a formação e preparação de novas equipas de campo, o referencial de qualidade de execução e a eficácia e eficiência técnica das mesmas), tais aspectos jamais serão consideradas à “mesa das negociações”.

De um lado a Administração Veterinária quererá “ver as coisas” implementadas rapidamente, permitindo deitar foguetes lá para Janeiro com o “sucesso” da intervenção…

Do outro lado as OPP que, humildemente e de chapéu na mão, se contentarão com o pagamento que é oferecido (e do qual vão procurar amealhar uma fatia importante), sem qualquer negociação baseada em custos reais de acção concretizada ou em função de critérios de qualidade de execução…

Em terceiro lugar e não menos importante, precisamente a capacidade de organização, argumentação, união e postura dos MV práticos envolvidos.

Poderemos lamentar o facto de institucionalmente não sermos considerados parceiros, ou mesmo o facto de não existir uma liderança forte e coesa, mas convenhamos: com um mínimo de convergência estratégica. os MV sempre teriam uma palavra a dizer… afinal tudo vai estar nas suas mãos, literalmente… imunogénios, seringas, liderança e acção… a não ser que vão a correr buscar enfermeiros veterinários…

Das duas uma: ou os MV fincam pé e exigem níveis de qualidade de execução técnica dignos e aceitáveis e uma decente remuneração, ou vence um certo interesse instalado… o de certos MV, para quem o programa representa, mesmo com prejuízo da qualidade do serviço prestado, apenas mais uma oportunidade de facturação extra… com o beneplácito dos MV que dirigem os Serviços Veterinários.

A finalizar… a Direcção-Geral de Veterinária (DGV), não entende que a metodologia de trabalho no Sul e no Norte do país (por razões de estruturação fundiária e de organização do sistema de controlo e erradicação), terá que ser diferente, ainda que os objectivos sejam os mesmos.

Mesmo sabendo que existem “pedaços de Norte” no Sul e algumas “manchas de Sul” no Norte, o sistema instituído não deixa qualquer margem de manobra aos MV práticos “estatizados” das OPP do Norte do país para negociar um esquema adaptado às circunstâncias… continuaremos a vender o nosso serviço por 30 dinheiros, abandonando uma prestação de qualidade.

O que pensarão disto os novos inquilinos da Gomes Freire?
Quererão, ao menos, discutir a matéria?

10 de novembro de 2008

ESCÁRNIO DO VETVELHACO

Finalmente... não uma pitada, mas toneladas de bom humor na blogosfera Veterinária…

A não perder o “Escárnio do Vetvelhaco” na sua “tentativa imperfeita de gracejar”... o que não será certamente verdade… a não ser para os basbaques.

AH AH AH AH AH… Obrigado caro Vetvelhaco!

9 de novembro de 2008

O NOVO PREDADOR

Todas as circunstâncias na vida, das pessoas ou das instituições, reclamam resoluções ou decisões. Prefiro mesmo o anglo-saxónico “fazer uma decisão”, do que o latino “tomar uma decisão”. Realmente qualquer decisão tem sempre algo de composição, mesmo que num espaço de tempo muito curto e na ausência de alguns dos elementos necessários à decisão mais adequada (se é que isso existe).

Numa instituição, como o caso das Associações Profissionais, muitas das decisões tem um carácter especial pois vinculam a instituição (e os seus associados) relativamente a determinado tema ou assunto, resultando esse processo de alguma discussão interna, de ponderação de todos os argumentos, da auscultação de diferentes sectores, muitas vezes até fruto do estabelecimento de Grupos de Trabalho com esse fim específico.

Para Paul Watson. autor d’”Uma verdade muito inconveniente”, a indústria de gado é uma das mais destrutivas do planeta, muito mais responsável pelo efeito de estufa que a indústria automóvel, tendo a vaca doméstica se tornado no maior predador dos mares e oceanos.

Sobre o assunto pouco vem sendo dado à estampa e sempre em páginas secundárias… no plano das Ciência Veterinárias igualmente muito pouco… da Profissão Veterinária esperar-se-á muito mais do que a indiferença ou mesmo as reservas relativamente a dados inquestionáveis. Estão em causa práticas de produção animal, a utilização intensiva da terra arável e outros recursos, como a água, relativamente aos quais se esperaria uma posição dos Médicos Veterinários.

Pode não parecer a prioridade das prioridades da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), mas a breve prazo a sustentabilidade da produção agro-pecuária, prevista nos modelos de exploração apoiados por investimentos do Estado, a par com a gestão dos recursos agrícolas e a protecção do ambiente, vão exigir uma resolução muito clara dos Médicos Veterinários.

Muitos pensarão que não temos nada com o assunto… o grande problema é que as decisões que a esse nível forem tomadas vão ter reflexos indeléveis no futuro da profissão, a começar pela empregabilidade de um sector muito importante da profissão.

Por essa razão, melhor será estamos por dentro e assumirmos a decisão mais equilibrada, em vez de sorrir sobre argumentos que a priori parecem estapafúrdios e ficarmos de fora dessa discussão.

Um bom exemplo diz respeito à nova legislação de licenciamento das explorações pecuárias. Tentou, sequer, a profissão fazer ouvir a sua opinião sobre um assunto que vai ser decisivo na acção de Médicos Veterinários Oficiais e Médicos Veterinários Práticos (animais de exploração)? A resposta é óbvia…
Vamos ter uma nova legislação, em execução já no início do próximo ano, sem sequer sabermos como e de que argumento resultou, mas cuja execução nos vai cair nos braços… depois vamos lamentar os “erros” do legislador… o habitual, lambemos as feridas e ficamos a sentir pena de nós próprios.

7 de novembro de 2008

SOMA E SEGUE

Nem Baptismo, nem Funeral… os eleitos para o Conselho Directivo (CD) e Conselho Profissional e Deontológico (CPD) lá tomaram posse na linha das cerimónias a que a Ordem nos vai habituando… sem viso, nem entusiasmo, onde estão presentes sempre mais ou menos os mesmos.

Para tanta excitação com o diagnóstico de mudança que vem sendo feito desde há dois anos, esperava discursos mais empolgados, mais mobilizadores, mais comoventes sobre o futuro da profissão… nada, nem do Presidente da Assembleia-Geral, nem do recém-eleito Bastonário… antes pelo contrário, lá foram dobando verdades de la Palisse, sem certezas, nem projecto: a rotundidade do discurso deita por terra qualquer esperança que pudesse haver sobre os desígnios de uma nova Ordem.

Além dos que tomaram posse (o método seguido na manutenção da proporcionalidade de membros das duas listas no CPD é totalmente risível), dos familiares e amigos, dos convidados, dos que estavam por obrigação, dos dois primeiros subscritores da lista vencida ao CD, dos funcionários da Ordem e dos Veterinários não membros da Ordem (estavam pelo menos quatro), poucos mais estavam.

Curiosa foi a ausência dos presidentes de outros órgãos, a começar pelo desapossado CPD, do Conselho Fiscal e do Conselho Regional do Norte, aliás do Norte só mesmo os que tomaram posse.

Curioso também que nos discursos se tenham dirigido ao Presidente do Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários (SNMV)… além de não saber quem é, não houve margem para dúvidas: não estava lá nenhum dos eleitos da actual direcção do SNMV. Terá sido por deferência crónica ou desconhecimento, a alusão?

Ainda pensei que a presença do Inspector-Geral da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) fosse para controlar o Porto de honra (que mania esta de chamar de Porto um vinho que não tem nada que ver com aquela terra…), mas não… aos primeiros acordes (desafinados) do discurso do Presidente da Assembleia-Geral, saiu porta fora!

5 de novembro de 2008

PROFETAS DA DESGRAÇA

1. Em 22 de Janeiro de 2008 em Mudam-se os tempos… afirmava:
“…Embora “chegada à zona centro”, continua a maior parte desta área e da zona Norte fora daquelas restrições… com as alterações ecológicas e o respectivo impacto na vida dos Culicoides prevejo alterações a este cenário… surpreendentemente ainda antes da Primavera.”

Tal “especulação” esteve na origem na troca de impressões com a colega Vet@sanitarista que culminou em aposta a que se reportou o post Dia de Equinócio

Eram tudo conjecturas… de facto eram conjecturas baseadas em elementos colhidos aqui e ali conforme na altura argumentei…

Com a devida vénia reproduzo um dos comentários:

“Ter SENSO!
Qual a diferença entre o "senso" e a "especulação" que os profetas da desgraça apregoam?
Neste caso da LA nenhuma, conjecturas sobre a evolução climática, não justificam nesta altura( pelo contrário, com as temperaturas a limitarem a actividade do hospedeiro), qualquer prognóstico para a primavera.
Insisto não tem qualquer sentido e de epidemiologia só se for da especulação e cá estaremos para verificar.
Vet@Sanitarista
23 de Janeiro de 2008 13:04”

2. Em 3 de Novembro de 2008 no Edital nº 21 da Direcção-Geral de Veterinária dedicado à Febre Catarral Ovina: “…Foi detectada evidência de circulação do serótipo 1 do vírus da língua azul em zona livre, numa exploração do concelho de Chaves, tendo simultaneamente sido comunicada uma suspeita da presença deste vírus numa exploração do concelho de Celorico de Basto.”

Sem comentários!...

4 de novembro de 2008

FLOR DE FADO

Tirou o curso de veterinária e nunca chegou a exercer… não é contudo fenómeno isolado: quantos veterinários(as) ou estudantes de Veterinária decidiram (e bem) abraçar outras artes?

'Vivo de peito aberto e isso faz de mim uma sobrevivente'.

Aqui fica o meu tributo e respeito a Mafalda Arnauth:
…/…
Trago cravado no peito
Um resto de amor desfeito
Que quando eu canto me dói
Que me deixa a voz em ferida
Pelo pranto de outra vida
Que eu não sei que vida foi.
…/…

D’”Esta voz que me atravessa” ( Hélia Correia / Amélia Muge).

30 de outubro de 2008

PÓS-RESENDISMO

1. O que é o Resendismo afinal? Simples: o sistema que caracterizou a gestão e regulação da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) praticamente desde a sua fundação em 1991, incluindo o pré-Resendismo de 1991 a 94, o Resendismo suave de 2000 a 2003, e a sobrevivência ao período não Resendista de 1998 a 99.

Intrinsecamente enxerta-se num certo totalitarismo, em que o poder do Bastonário está acima de qualquer outro órgão da OMV, os quais existem apenas para executar as directivas dimanadas desse poder quase absoluto.

O Resendismo revela-se também por um acentuado altruísmo, materializado na convicção de uma dedicação à profissão, inexistente em qualquer outro Médico Veterinário (na percepção do Bastonário), numa dinâmica quase fundamentalista.

Relevante é o maniqueísmo que dimana daquela convicção: de um lado o seu mentor e aqueles que o apoiam ou quanto muito que o toleram, e do outro lado todos os outros cujas opiniões representam um mal (irremediável) para a profissão.

Não chega a ser um estilo autocrático, embora algum comportamento do nosso (até dia 5) Bastonário o possa parecer… prefiro caracterizar tal personalidade como totalitária, na medida em que permite certas práticas “liberais” desde que controladas pela hierarquia do Bastonário: certas actividades e posições dos Conselhos Regionais, algumas iniciativas aparentemente expressão da vontade da profissão e pouco mais.

Apesar de tudo, dotado de grande voluntarismo, numa entrega tenaz e zelosa, que se transformou quase em fanatismo, na prossecução dos fins e na sanção dos opositores, num processo irreversível, em que se perdeu a percepção do desvio, dos inconvenientes e dos riscos para o colectivo que representa.

2. Seria de esperar que o pós-Resendismo fosse uma espécie de contraponto, em que os órgãos da OMV estivessem dotados de maior autonomia, em que os projectos resultassem de uma participação mais alargada dos Médicos Veterinários e menos do altruísmo do Bastonário… em que a intervenção da Ordem não fosse simplesmente vista à luz dos regulamentos, mas como resposta às necessidades dos Médicos Veterinários, consubstanciado num programa de actividades e objectivos mesuráveis e não apenas como resultado da boa vontade de uns quantos candidatos (de boas intenções estamos conversados)… infelizmente assim não será!

3. Como acontece com a generalidade dos movimentos pós-qualquer ismo, vamos assistir a uma versão actualizada e reciclada do mesmo Resendismo.

Não se trata de simples convicção ou ilação com outras circunstâncias, antes fosse, mas a afirmação resulta daquilo que se infere do programa da lista A (e se fosse o da lista B não haveria diferenças), que será aplicado na sequência de um sufrágio cuja abstenção se cifrou em 83,34%...

“Ouvir para decidir”, slogan de campanha da lista vencedora mostra bem a aversão à mudança. A ruptura com o passado e a apresentação de um novo rumo são invocados, mas não se conhecem as acções concretas que ditarão essa ruptura, nem o sentido desse novo rumo.

Aliás esse novo rumo é apresentado como uma fatalidade e não como uma determinante da vontade dos seus proponentes… nem vale para tanto invocar a validade ou bondade das ideias expressas pelo candidato a Bastonário nas acções de campanha, tal a mediocridade das mesmas, a falta de convicção e a pouca determinação.

Vamos ter mais do mesmo na esperança que seja transitório e que da profissão renasça um novo projecto (daqui por um ano), com uma nova dinâmica e que olhe para os problemas e anseios que no dia-a-dia se colocam aos colegas que entraram para a profissão nos últimos 10 anos (número de cédula profissional acima de 2.000), não que os outros não mereçam consideração… trata-se de uma questão de prioridade na qual se jogará o futuro da profissão.

10 de outubro de 2008

PROJECÇÃO ELEITORAL

Um estudo do Departamento de Sondagens do “Veterinário precisa-se…” mostra que Sameiro de Sousa será o novo Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV).

Segundo aquele estudo, a lista A, liderada por Rama… digo Sameiro de Sousa, reúne 53,8% das intenções de voto contra apenas 31% dos votos expressos na lista B, liderada por António Morais. Ainda segundo aquela sondagem a percentagem de votos branco e nulos ascende aos expressivos valores de 8,6% e 6,6%, respectivamente.

O valor mais expressivo continua a ser o da abstenção que se estima ascender a 3.500 do total de membros da OMV.

De acordo com aquele trabalho os votos expressos na eleição para o Conselho Directivo serão os seguintes:
Lista A 219
Lista B 126
Brancos 35
Nulos 27
Total 407

Relevante ainda constatar que, sempre de acordo com a sondagem do “Veterinário precisa-se…”, a expressão de votos na eleição do Conselho Profissional e Deontológico não acompanha aquela do Conselho Directivo:
Lista A 235
Lista B 99
Brancos 37
Nulos 33
Total 404

A sondagem efectuada pelo Departamento de Sondagens em exclusivo para o “Veterinário precisa-se…”, realizou-se de 06 a 10 de Outubro com base nas respostas de 12 inquiridos. O objectivo do estudo era analisar a intenção de voto para a OMV e avaliar a imagem do Bastonário e líderes das listas A e B. O Universo desta sondagem é a dos inscritos na OMV, residentes no Continente com telemóvel. A amostra foi estratificada por regiões: 3 da Grande Lisboa, 2 do Grande Porto, 1 do Litoral Centro, 2 do Litoral Norte, 2 do Interior norte e 1 do Sul, sendo 58,3% homens e 41,6% mulheres. As 12 entrevistas foram feitas a indivíduos dos 35 aos 80 anos. A escolha dos Médicos Veterinários contactados não foi efectuada aleatoriamente, baseando-se no grau de amizade do Chefe do Departamento de Sondagens.

4 de outubro de 2008

MAIS UM…

Não se confirmaram, felizmente, os meus piores receios… as celebrações do dia do Médico Veterinário não foram “…nem cerimónia fúnebre antecipada dos actuais Conselho Directivo (CD) e Conselho profissional e Deontológico (CPD), nem comício de propaganda das anunciadas candidaturas a esses mesmos órgãos…”.

Recordarei, deste ano, a atribuição do título de membro honorário ao Prof. Mário Ribeiro, que a merece, sem margem para dúvidas, e por isso, mereceria outra cerimónia, com outro brilho…

Um dia que deveria de ser de exaltação da profissão e dos valores dessa mesma profissão, foi, uma vez mais, cerimónia sensaborona, apesar de imaculada na organização… apenas 10 dos novos membros (menos de 5%) acederam a estar presente para receber o respectivo diploma… umas 30 almas se dignaram deslocar-se a Santarém (se não contarmos os funcionários da Ordem, nem convidados, seriam umas 20)… nem ao menos o anfitrião, Presidente do Conselho Regional do Sul…

Faltas notadas foram muitas… a saber: o Presidente da Assembleia-Geral, a Presidente do Conselho Fiscal, os Presidentes dos Conselho Regionais, os Presidentes das Assembleias Regionais… os Presidentes das múltiplas Associações Profissionais… dos candidatos da lista A nem sinal… da outra dois deles… de outras Associações de Direito Público, apenas uns, poucos, e ainda assim em representação…

Acaba por ter relevo o simpático discurso do presidente da Câmara local… em mais um dia do Médico Veterinário… até ao dia em que possamos ter um auditório para mil pessoas cheio, a abarrotar, para ouvir comunicação mais sapiente.

3 de outubro de 2008

CUMPRIR CALENDÁRIO?

O Manifesto da lista B, candidata às eleições para o Conselho Directivo (CD) e o Conselho Profissional e Deontológico (CPD), da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), que se realizam no próximo dia 11, revela, se não a falta de ambição ou capitulação, um inqualificável acordo entre candidaturas.

Gostava de saber o que é que os candidatos António Morais e Virgínia Souto e Silva consideram uma clara expressão de “…intenção de mudança com a finalidade de aproximar a Ordem de todos os colegas e de, em conjunto, lutar pela promoção da classe e do serviço que esta presta à sociedade…”?

Parece-me que sendo cerca de 4.000 os membros da OMV, uma expressão clara seriam 50%, mais 1… ou seja, tudo o que ficar abaixo dos 2.000 votos será revelador da incapacidade das listas em conseguir tal objectivo.

Diria mesmo que, quanto mais aquém ficar o número de votantes, menor a resposta ao apelo expresso “…de determinação, abnegação e entrega, ética, deontologia e profissionalismo.”… e por isso da fragilidade dos projectos a sufrágio… ou não?

Gostava mesmo de saber que raio de “…disponibilidade para servir a classe…” é esta e que contributo “…para a democratização das decisões internas…” e promoção “…da imagem do Médico-Veterinário junto da opinião pública…” tem a lista B em mente, se os candidatos nem se dispõem a fazer campanha? Nem ao menos uma carta ou um postal para nossas casas, para além do correio subsidiado pela OMV, dando um ar da sua graça?

Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele… para tanta frontalidade, transparência, presença e legitimidade, melhor seria dizer claramente que se sentem satisfeitos com a candidatura da Lista A… ou estarão apenas a querer uma quota no CPD e entretanto aguardar a possibilidade de negociar uma “lista de consenso” para o ano que vêm?

Não é isso que se pode deduzir do “…importa concentrarmo-nos num programa de trabalho…” para “…sobretudo abrir um espaço de diálogo e escuta formal antes de tomar decisões de fundo…”? ou mesmo de que o “…clima de autismo não aproveita ninguém, e a confrontação deve terminar agora dando lugar a um tempo de construção e abertura a caminhos de progresso.”?

Mas desde quando é que a confrontação é coisa má? Só quando em vez de argumentos se esgrime desprezo e atrevimento, como aconteceu em sucessivas Assembleias-Gerais.

Gostava de conhecer as respostas dos candidatos António Morais e Virgínia Souto e Silva e até o que os distingue da outra lista, pois não consigo perceber a sua disponibilidade “…para contribuir para o projecto da lista concorrente, se não merecermos a preferência da maioria…”, mesmo que solicitados para isso…

Se é apenas para cumprir calendário é uma decepção, se a intenções a prazo são outras então pior um pouco!

24 de setembro de 2008

DESENVOLVIMENTO RURAL COM OU SEM VETERINÁRIA

Na Região Autónoma da Madeira (RAM) o Desenvolvimento Rural passou a incluir a Veterinária, de acordo com a nova lei orgânica da Secretaria do Ambiente, conforme destacou Miguel Ângelo do Jornal da Madeira.

Apesar das alterações orgânicas na estrutura dos Serviços na RAM, o Presidente do Governo Regional não hesitou homenagear o colega Carlos Dória, como o mesmo Jornal da Madeira noticia, pelo trabalho que desenvolveu à frente da Direcção Regional de Veterinária.
Homenagem a que o “Veterinário Precisa-se…” não hesita em se associar, manifestando o seu respeito pela personalidade do colega França Dória.

A nova lei previu a extinção da Direcção Regional de Veterinária, cujas atribuições passaram para a Direcção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural.

Despromoção para uns, feliz ajustamento para outros… o que me parece é que os Serviços Veterinários Oficiais, muito embora detendo uma forte componente de cumprimento impositivo da Lei e dos Regulamentos, nunca deveriam ter assumido (e estão a assumir) o papel de polícias.

Os Serviços Veterinários deverão ser os promotores da Saúde Pública e da Segurança Alimentar, devendo, por isso e há muito, ter valorizado mais esse papel, mesmo que preterindo o contra-ordenacional.

Por aquela razão, se a ligação dos Serviços Veterinários Oficiais, na Lusitânia Continental, aos programas de Desenvolvimento Rural se perde, perde a profissão e perde o país.

Perde-se a mais valia técnica que os Veterinários poderiam dar ao programas de Desenvolvimento, perdem consistência os Serviços Veterinários Oficiais que afunilarão na estrita acção de impor regulamentos (tornando-se os Directores de Serviço e Chefe de Divisão numa espécie de baronatos arrogantes, pretensiosos, desprazíveis… perde a pecuária que ainda sobrevive a todas as diatribes das Políticas Agrícolas e dos maus dirigentes associativos, perdemos seguramente todos, enquanto colectivo profissional.

E isto está a acontecer no momento em que escrevo:
- confinamento da Veterinária num pequeno limbo do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas (MADRP), meio esmagado contra a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE);
- tiques de arrogância de muito(a)s Chefes de Divisão, de Norte a Sul, toldado(a)s por uma verticalização pura e dura e pela sensação de poder que julgam deter;
- desligamento do mundo real e adopção de programas de trabalho estereotipados do tipo: vacina, despiste, abate… vacina, despiste, abate… esquer’direita, um, dois…

Na RAM fala-se de reajustamentos face à disfunção resultante da dispersão de competências por diferentes organismos; racionalização de actividades e aproximação da Administração aos cidadãos.

Por cá nada se fala… para quem uma “vida inteira” defendeu a verticalização dos Serviços Veterinários (muito mais que muitos dos actuais pedantes protagonistas), sinto toda a autoridade para perguntar: qual o balanço depois de um ano de verticalização?

A prazo, julgo que o mesmo que aconteceu na RAM ocorrerá no Continente… A extinção da Direcção-Geral de Veterinária e a sua fusão sob a forma de umas quantas Direcções de Serviço, numa qualquer Direcção-Geral de Desenvolvimento Rural… chamem-me Velho do Restelo se quiserem mas pensem sobre isso.

23 de setembro de 2008

PETACH TIKVA

"Uma pequena orquestra egípcia da polícia desloca-se a Israel nos anos noventa, para realizar um concerto na cerimónia de abertura do Centro de Cultura Árabe em Petach Tikva. Ninguém vai ao encontro deles. Depois de algumas horas à espera, decidem desenvencilhar-se sozinhos. No entanto, a falta de comunicação faz com que apanhem o autocarro para "Beith Tikva" em vez de "Petach Tikva". A noite que passam em "Beith Tikva" torna-se uma estranha e divertida noite que muda a vida de todos os músicos.

Eis o argumento da divertida comédia do realizador, Eran Korilin, “The Band’s Visit”, que alguns terão tido a oportunidade de ver durante o recente “Festival de Cinema Israelita”.

Foi também em Petach Tikva, no coração de Israel, que foi lançado recentemente um programa piloto de identificação de fezes de cães por determinação de ADN que, cruzada com a base de dados dos canídeos da cidade, funciona em dois sentidos: recompensar os donos que recolhem e depositam as fezes dos seus "melhores amigos" nos recipientes apropriados instalados pelo Município e sancionar os donos “esquecidos”, como informa o Público.

O programa sob a responsabilidade do departamento de veterinária da cidade, dirigido pela colega Tika Bar-On (na foto a recolher uma amostra de saliva de um cachorro), pretende ainda despistar doenças genéticas, investigar o pedigree, identificar as raças dos cães e promover a identificação por chip.

Em declarações à Reuters a colega Bar-On concluiu: “O céu é o limite”.

Lá como cá… basta ver o que se passa com o SIRA e o SICAFE (sobre os quais aqui voltarei em breve)… para já, uma homenagem a um dos melhores, senão o melhor, monumento estupidológico veterinário Luso, depois da criação de seis Faculdades de Veterinária em Portugal: duas bases de dados em competição para efeitos semelhantes… tome nota Vítor Rodrigues.

MÍNIMOS OLÍMPICOS

São as eleições para o Conselho Directivo (CD) e Conselho Profissional e Deontológico (CPD), mas se se tratassem dos Jogos Olímpicos é mais do que óbvio que Sameiro de Sousa jamais atingiria os mínimos para entrar na competição.

Tal como aqui previ, trata-se de uma candidato para ganhar tempo e a página que recentemente disponibilizou na internet diz tudo: um remake despudorado da frustrada candidatura de Ramalho Ribeiro há dois anos.

“Porque estamos hoje aqui?”, parece perguntar Sameiro de Sousa, logo na página principal (home)… nem sequer é necessária uma leitura atenta do texto introdutório para se perceber a carga de azedume e amargura.

Pensei que a pergunta que serve de título fosse feita pela positiva, sem mexer muito no passado recente, que nos catapultasse para o futuro… Não!
Em 349 palavras, apenas 47 são sobre o futuro e resto apenas um desfiar de ressentimentos.

Gostava que o colega Sameiro de Sousa afirmasse preto no branco ser o autor de cada linha e de cada palavra daquele texto… custa-me a crer.

Quem está assim tão mal com o mundo que o rodeia não cumpre de facto os mínimos para ser Bastonário de uma grande Ordem e por isso, a ganhar, como acredito que ganhe (mas não a prazo), fará da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) uma organização insignificante.

A Comissão Eleitoral foi sectária, o CPD actuou de má fé, os tribunais são lentos, o CD arbitrário, apenas a candidatura de Ramalho Ribeiro está isenta de pecado…

Assim não, enalteça os aspectos positivos que eventualmente possam ser inferidos de toda esta trapalhada e deixe-se de lamúrias, aponte soluções para as questões candentes que se colocam aos Médicos Veterinários e deixe-se de destilar tanto rancor. Aí sim, poderia ganhar a profissão para novos desafios.

Mas não, a resposta está dada: não temos projecto vamos “Ouvir para decidir”… muito conveniente para quem pretende convencer um número alargado de Médicos Veterinários: os que aspiram uma coisa e aqueles outros que aspiram exactamente o contrário. Só que as coisas não funcionam assim!

Os Médicos Veterinários, na sua grande maioria (50% serão cerca de 2000), estariam dispostos a apoiar ideias concretas, não quem os quer ludibriar. Mais do mesmo, não obrigado, para isso estávamos melhor servidos com o teimoso e irredutível Cardoso de Resende.

RESPOSTA ABERTA

Obrigado Sr. Bastonário pela circular em que anuncia as celebrações do dia do Médico Veterinário, em 4 de Outubro próximo.
Se quer que lhe diga não me impressionaram muito os argumentos invocados…

1. Manifestar apreço pela outorga da Sociedade? Não me parece que a Sociedade saiba, ou queira sequer saber, o que é que os Veterinários andam a fazer… desculpem-me as excepções (que as há). Pelo menos não o sabem ao ponto a que diz… recorde-se que quando a Ordem foi criada andámos a correr a inscrever o maior número de colegas possível para que, ainda nesse ano, se pudessem realizar as primeiras eleições!... não fosse o governo de então mudar de ideias sobre a criação da OMV…
Lembra-se? Olhe, quem não se lembra são os actuais candidatos ao cargo de Bastonário…

2. “…o exercício profissional… permitiu a emancipação dos Médicos Veterinários…”? ou terá sido a intervenção política da comissão pró-ordem? Vale a pena recordar a sua constituição… aqui e depois dela da Comissão Instaladora de que aliás o Senhor fazia parte por inerência de funções no Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários… verdade? Olhe, quem não estava lá eram os actuais candidatos ao cargo de Bastonário…

3. Compromisso solene de cidadania? Não se dará conta que essa solenidade se tem vindo a tornar (infelizmente) numa cerimónia serôdia, pouco participada e tudo menos manifestação de cidadania? Se assim não fosse sempre se esperaria, pelo menos, uma alocução “tocante”, polémica, actual, de exaltação do Médico Veterinário na Sociedade… não foi esse o denominador comum das intervenções em anteriores sessões?
Capitão Valente (Lisboa - 1996), Abreu Dias (Vila Real - 1997), António Horta (Évora - 1999), Miguel Ângelo (Lisboa - 2000), Tondela e Cruz (Porto - 2001), Fernando Bernardo (Lisboa - 2002), Carlos Dias Pereira (Coimbra - 2004), Virgílio Almeida (Viseu - 2005), Diocleciano Silva (Angra do Heroísmo - 2006) e Francisco Camacho (Faro - 2007)… Olhe, quem talvez não se recorde dessas alocuções são os actuais candidatos ao cargo de Bastonário…

Mesmo sem perceber (naturalmente por deficiência minha), a relevância da “Evolução da Avicultura” à luz dos argumentos anunciados, lá estarei em Santarém, desejando seriamente que o acto não seja nem cerimónia fúnebre antecipada dos actuais Conselho Directivo (CD) e Conselho profissional e Deontológico (CPD), nem comício de propaganda das anunciadas candidaturas a esses mesmos órgãos (por sinal bem fraquinhas de ideias).

22 de setembro de 2008

LÁ CALHOU

Dizer que andámos caladinhos no período de constituição das listas candidatas às eleições para a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), para que não nos fosse imputada qualquer tendência era demasiada presunção e uma acabada aldrabice… mas lá calhou…

Dizer que tivemos todos de férias e fomos invadidos por uma imensa preguiça seria uma desculpa esfarrapada… mas lá calhou…

Dizer que outros projectos profissionais nos retiraram das lides e até do país e por isso geradas naturais dificuldades à manutenção deste espaço não explica tudo… mas lá calhou…

Que a disponibilidade emocional para acudir a tantos casos em que “Veterinários precisam-se…” faltou, como aliás em tantas outras circunstâncias chave na vida das pessoas, será quase toda a verdade…

Aos nossos leitores assíduos um pedido de desculpa. Aos nossos leitores assíduos a quem bloquearam os acessos lá no serviço, espero que nos encontremos noutras paragens.

Estamos de volta!

17 de julho de 2008

VALÈRE BIENFET

A profissão Veterinária está de luto!

A amizade que o colega Bienfet votava aos colegas portugueses jamais será esquecida.

16 de julho de 2008

MÚMIA

Na sentença ao Processo Cautelar requerido pelo Bastonário Cardoso de Resende e outros, sobre o “…fundado receio de constituição de uma situação de facto consumado ou de produção de prejuízos de difícil reparação.”, e esclarecido, na mesma, que “só têm - ou devem ter - relevância os prejuízos que coloquem em risco a efectividade da sentença proferida no processo principal”, conclui-se que:

“É verdade que a execução das deliberações tomadas na assembleia geral extraordinária de 2.06.2007 permitirá afastar dos órgãos sociais da OMV os seus representantes democraticamente eleitos, pois, tal destituição resulta inequivocamente do teor de tais deliberações.

Porém, tal afastamento ou destituição dos órgãos sociais está previsto no artº 37º, al. a) do estatuto da OMV e, tendo a destituição em causa sido acompanhada de deliberação a designar data para nova eleição desses órgãos sociais, verifica-se que os actuais elementos dos órgãos sociais ou representantes democraticamente eleitos sempre poderão candidatar-se novamente, situação que permitirá repor a situação anterior às deliberações suspendendas.”

Não acredito que Cardoso de Resende não pondere esta possibilidade, admito mesmo que estará muito dividido entre ser ou não, de novo, candidato a Bastonário. Aliás, é mais do que certo, que terá já sopesado esse possibilidade com os outros membros do Conselho Directivo.

Não tanto pela eventualidade de vir ganhar, mas por questões de princípio, Cardoso de Resende deveria ser candidato… e não se pense à partida que seria um candidato derrotado, muito embora partisse em condições muito desvantajosos fruto de ódios e antipatias “capitalizados” ao longo do tempo, como aqui já me referi.

Teríamos pois um candidato exangue, mas sumptuoso; vindo de um passado reputado em que granjeou fama, mas cujo proveito advirá apenas de um certo interesse histórico; a quem, só com o tempo, será reconhecido o devido valor e importância; numa palavra uma verdadeira múmia…

Eis pois os candidatos a Bastonário no próximo Outono:
uma Marioneta,
um Fantasma,
um Espantalho e
uma Múmia!!!

14 de julho de 2008

ESPANTALHO

(fotos de obra do “veterinário-escultor”, disponível em Madeira Viva, ao qual deixamos os nossos parabéns pelos extraordinários dotes e o pedido de desculpa pela reprodução não autorizada)

Ao contrário d’“O espantalho que queria ser Grou”… ele há candidatos, a candidato, ao desempenho do cargo de Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) que não chegam a concretizar o sonho.

No caso de António Morais nem sequer se trata de falta de meios, determinação ou vontade, mas simples impossibilidade estratégica de, na actual situação, se posicionar com coerência e sustentabilidade.

Suponho (sim, mera suposição) que na actual conjuntura eleitoral, António Morais, não tenha capacidade de se afirmar com um projecto próprio.

A candidatura que apresentou no pretérito acto eleitoral (pessimamente preparada, incluindo candidato suspenso por razões disciplinares…) surgiu, concatenando interesses específicos dos Médicos Veterinários dos Municípios e sobretudo destilando angústias e antipatias contra o, ainda Bastonário, Cardoso de Resende.

No momento presente criou-se um vazio… os MVM estão menos dependentes de um candidato “próprio” e o alvo das angústias e antipatias desapareceu.

Este vazio dará origem a uma estratégia auto-justificativa e apaziguadora, do tipo: …importará, sobretudo agora, unir esforços, até ao final do mandato, normalizando a vida interna da OMV, para então nas próximas eleições surgir (eventualmente) com um projecto próprio.

O problema é que no fundo, no fundo, António Morais sempre desejou avançar, por enérgica vaidade e exagerada empáfia… hesitou em vários momentos, deu voltas à cabeça, ponderou sobre os seus mais directos apoios… mas acabará por avançar (se é que não avançou já, depois do feed back de mais uma reunião de MVM na Batalha).

O que falta neste contexto é a auto-consciência do candidato para perceber que os seus argumentos, equipa e postura são mais de afugentar do que congregar… e este dom de afugentar é apanágio dos espantalhos…

Não faltava mais nada na corrida ás eleições da OMV, que a uma marioneta e um fantasma, se juntasse um espantalho...

10 de julho de 2008

VAGAS VETERINÁRIAS

Diminuíram em 25 o número de vagas de acesso aos cursos de Medicina Veterinária, segundo anunciou o Expresso

Não sei bem que contas foram feitas, já que o mapa Excel da Direcção-Geral do Ensino Superior, anexo à notícia não reporta os estabelecimentos de ensino privado…

Aqui fica o detalhe para quem se interessar sobre a oferta no domínio da Veterinária… 255 vagas para Medicina Veterinária (a que acrescem 12 em Angra do Heroísmo que hão-de transitar, mais ano menos ano, para outra Universidade) e 179 vagas para tecnólogos e enfermeiros Veterinários.

FANTASMA DO NORTE

Nem tão mal… Segundo fontes geralmente bem informadas, o Conselho Regional do Norte (CRN), da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), decidiu promover uma candidatura às próximas eleições.

O problema é que os potenciais cabeça de lista parecem hesitar, apesar de terem iniciado contactos para formação das mesmas. Entre outros são comentados os nomes de Eduardo Tavares, Miguel Ângelo e Carlos Coelho…

Tudo bons rapazes… tortuosos e provincianos, não parece sequer, venham a conseguir libertar-se dos limites regionais e ganhar balanço a uma candidatura nacional… aliás não parece que alguém venha a dar muito crédito a uma candidatura de província, tímida e humilde… enfim ficam as intenções e a visão, ou aparição, ou fantasma, do Norte…

Melhor seria que lançassem uma OPA sobre o Colégio dos Veterinários de Pontevedra, de quem parecem ser tão amigos…

A OMV precisa de candidatos que representem o todo nacional e não apenas a visão de uns quantos regionalistas a qual será sempre, por essa mesma razão, uma distorção da realidade.

A OMV exige uma estratégia clara e objectiva para este ano de transição e não de uma nortada pindérica e inconsequente… marionetas não fazem falta, mas fantasmas também não, a OMV precisa de muito mais que isso.

8 de julho de 2008

MARIONETA

Assim não… As eleições para a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) merecem mais, mesmo tratando-se de eleições intercales para conclusão do mandato que terminará em Dezembro de 2009, ou particularmente por esse motivo, face à urgência que a resolução de certas matérias exige.

O putativo candidato Ramalho Ribeiro decide promover uma candidatura de transição, liderada por Sameiro de Sousa, e estabelecer contactos tendo em vista a constituição dessa lista… expressando o compromisso deste último se retirar no próximo ano para dar lugar a si próprio.

Estando Ramalho Ribeiro suspenso, tal iniciativa funda-se na certeza de um cenário em que deixará de estar, revelando, no mínimo, a certeza numa hipotética decisão do Conselho Profissional e Deontológico (CPD) contrária à do actual Conselho ou na sua decisão de vir a renunciar ao cargo de director da Estação Zootécnica Nacional (EZN) antes das eleições do próximo ano…

A OMV precisa de mais empenho e de alguém que tenha uma agenda adequada ao que a profissão necessita e não de uma agenda imposta por razões estritamente condicionadas por motivos pessoais.

A OMV exige mais que hipotéticas situações, exige certezas, e quem não está em condições de as dar que fique quieto e calado.

A OMV não é um teatro de marionetas… os Médicos Veterinários aspiram, seguramente, a uma objectividade diferente… assim não recuperamos nem a credibilidade, nem a dignidade, que a nossa intervenção na Sociedade ordena.

GAZES FATAIS

Apesar do pouco interesse da comunidade científica veterinária lusa, o “Veterinário precisa-se…” (também na ciência) aqui vos trás as mais recentes consternações com o efeito de estufa (e outros piores) de origem bovina.

A “Veterinária Actual”, na sua edição online, fez eco do estudo divulgado por cientistas americanos na revista “Proccedings of the National Academy of Sciences” (PNAS), sobre a utilização, no gado bovino, de hormona de crescimento reconstituída, segundo o qual será possível aumentar, em 84%, a produção de leite, minorar a utilização de recursos naturais e diminuir drasticamente a emissão de gases com efeito de estufa…

Tal notícia foi amplamente divulgada pelos media, até o DN-sapo… dando expressão a estatísticas impressionantes.

O recurso a injecções da hormona bovina somatotropina reconstituída (STH) permite reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) e de metano (por redução de adubos e fertilizantes)… um milhão de vacas injectadas impede a emissão das seguintes quantidades dos principais gases que contribuem para o efeito de estufa:
- 824 mil toneladas de CO2,
- 41 mil toneladas de metano e
- 96 toneladas de monóxido de azoto.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o gado bovino produz mais gases com efeito de estufa do que a circulação automóvel. Embora o armentio bovino seja responsável apenas pela produção de 9% do CO2, produz outros gases bem mais nocivos para o aquecimento global:
- 65% do hemióxido de azoto (imputável ao estrume) um gás 296 vezes mais nocivo que o CO2,
- 37% do metano, que incide nas alterações climáticas 23 vezes mais que o CO2.
- 64% do amoníaco, responsável pelo fenómeno das chuvas ácidas.

Entretanto, conforme outra online da “Veterinária Actual”, o “Department for Environment, Food and Rural Affairs” (DEFRA), do Reino Unido, anunciou um plano para ajudar a indústria pecuária a reduzir aquele impacto ambiental, em consonância com os objectivos de redução da emissão de gases com efeito de estufa, baseado na utilização de uma espécie de erva que permite diminuir a quantidade de metano que os bovinos expelem.

A erva, designada Gramina, utiliza uma tecnologia de supressão que previne a expressão da enzima O-metil transferase, aumentando a digestibilidade da erva, sem comprometer as suas propriedades estruturais, mas diminuindo a produção de metano.

Parece indiscutível que a agenda científica está marcada pelo “efeito de estufa” e factores associados e a profissão (veterinária) lusa outra vez distraída… quando chegar a hora irá carpir sobre a exclusividade na inoculação de hormonas e então já será tarde…