1 de dezembro de 2008

SOL NA EIRA E CHUVA NO NABAL…




…só se for Veterinário Municipal (VM)!

Este blog quase se estreou com o tema… o segundo post aqui colocado a 30 de Julho de 2003, era precisamente dedicado à Autoridade Sanitária Veterinária Concelhia.

Passados mais de cinco anos, afigura-se-me que o conteúdo daquele texto se mantém actual: desafortunadamente, a intervenção do VM continua desregulada, resultando mais da capacidade de iniciativa do próprio VM e/ou da Câmara Municipal em causa e/ou da relação entre ambos, que da lógica de estruturação dos Serviços.

Poderia a intervenção/estratégia da Associação Nacional dos Médicos Veterinários dos Municípios (ANVETEM) ter desencadeado, pelo menos, uma discussão sobre o assunto, mas não… seria no entanto muito injusto não acreditar na capacidade e vontade da direcção recém-eleita para modificar este panorama e relançar a discussão sobre o papel do VM.

A começar pela duplicidade do seu estatuto.
Por muito conveniente que seja depender de duas entidades distintas (Câmara Municipal e Direcção-Geral de Veterinária –DGV-), é óbvio que a prazo tal estatuto será indefensável na quadro da Administração Pública, mesmo que outras razões não justificassem a revisão desse enquadramento.
Aliás, enquanto correia de transmissão da Autoridade Sanitária Veterinária Nacional a nível municipal, nada justifica que o VM não seja enquadrado na verticalização dos Serviços Veterinários.
Ou seja, o VM continuava a exercer as suas funções e com o atributo geográfico que hoje já tem, só que passaria a estar enquadrado (100%) no serviço das Direcções de Serviços de Veterinária da DGV… simples!

A passar pela vacinação anti-rábica.
O que é que justifica os moldes desta campanha? Perdoem-me os poucos VM que planeiam e organizam uma campanha decentemente e anualmente introduzem as alterações decorrentes da experiência de anos anteriores, mas a grande maioria dos VM nomeados para esta campanha executam-na em moldes muito pouco aceitáveis e em clara concorrência desleal, como aqui já referi.
Para além da polémica que resulta do ciclo anual de vacinação com recurso a vacinas que oferecem uma cobertura imunitária de dois e mais anos, subjaz a questão: se a vacinação faz parte das atribuições do VM porque razão ainda se mantém o pagamento de uma compensação?
Se a Administração quer, de qualquer modo, garantir a vacinação anual, por razões epidemiológicas transcendentes, porque razão não adjudica o serviço aos privados? Vislumbro mil entidades dispostas a concorrer a esse serviço.

E a terminar com a delicada questão dos conflitos de interesse.
O quadro de competências do VM está definido pelo Decreto-Lei nº 116/98, de 5 de Maio, sendo ainda de considerar a proposta de alteração da ANVETEM.

Apontando a Administração Pública para o “Reforço da deontologia do serviço público e para o exercício de funções públicas com carácter de exclusividade”, o dever de isenção e a existência de conflitos de interesses, resultantes da actividade do VM, assim como a potencial confluência de interesses financeiros, estão colocados na ordem do dia.

As actividades privadas desenvolvidas pelos VM, concorrentes com as funções que exercem na Administração Pública, desenvolvidas de forma permanente e habitual, dirigidas ao mesmo círculo de destinatários, são conhecidas e notórias.

Basta ter em conta o quadro legal referido para enunciar exemplos gritantes:

Como garante o VM a prevenção da saúde e do bem-estar animal, a protecção da saúde pública, e a higiene, salubridade e segurança dos géneros alimentícios de origem animal, quando na generalidade dos casos, o mesmo VM mantém uma relação de trabalho privada com os mesmos destinatários daquelas medidas?

Como pode o VM dirigir o centro de recolha de cães e gatos, quando o proprietário do animal é seu cliente no centro de atendimento que dirige nas ditas horas fora de serviço?

Como assegura o VM, numa perspectiva de intervenção oficial, a avaliação das situações que visam a salvaguarda e protecção da Saúde Pública Veterinária, quando os visados são membros da Organização de Produtores Pecuários (OPP), de que também é coordenador?

Expliquem-me, como se eu fosse uma criança de 10 anos, como é possível ao VM assegurar tarefas de inspecção higio-sanitária, quando os inspeccionados são simultaneamente seus clientes, enquanto Médico Veterinário que exerce por conta própria ou coordena e executa as actividades da OPP?

As perguntas continuam… fico-me por aqui, só para não alongar.

Admito que os três pontos referidos não sejam para resolver “já amanhã”, compreendo até a imediata antipatia que muitos VM atribuem a estas reflexões, mas estou certo que a prazo esta discussão será inevitável. O que é que a direcção da ANVETEM antecipa?

O pior será mesmo não querer mudar nada, ou pior ainda, não querer sequer discutir o assunto e ouvir opiniões.
Se os três pontos referidos não fazem qualquer sentido, então é bom que a ANVETEM se prepare com pareceres “sumarentos” que sustentem o contrário, pois o Estado prepara-se para levantar aquelas questões e não é de certeza por o “Veterinário precisa-se…” ter falado disso.

9 comentários:

Anónimo disse...

........Dor de CORNO.....


Dor de Corno é o tresanda por aqui...

O Municipal por muito mau Médico Veterinário , vai estando lá...agora essa cambada da DG"B" , que não paga as quotas da sua Ordem,e vem para a Praça pública a CAGAR-se toda ...PORRA...não fazem nada não sabem nada ...são ...MERDA

Discuta-se, inquira-se mas acredita , seu boca de favas, que de certeza cada Município for chamado a escolher, 99,99% fica com o seu Municipal...agora eesa escumalha que está na DG"B" ninguém os quer ...nem para ajudantes...são nada!!!

Fico lixado com estes cabrões!!!


@bona

Anónimo disse...

É o que tresanda por aqui...

Anónimo disse...

Ai Santarém, Santarém...


Ouvir a C.VITELA,o Vieira GOLPES,o Profe Bacterium,um velho de 5anos um jovem de 2 anos e um quintanista...ai que saudades...DO RESENDE...


Aquilo não teve nexo...ali...deve ser da epidemiologia...digo do contágio..."quo vadis veterinaria"


A charneira da OMV...só se for nos despojos da guerra...

Nunca tinha visto esses seres num congresso da epidemiologia...agora colam-se a tudo...TOCA A LIMPAR...


epidemiologista@municipal

Anónimo disse...

O POSTADOR,


parece da direcção actual do SINDICATO...não defende ninguém nem nada...é um ressequido do catano nem a passagem pelos píncaros da Europa o aculturaram...será que também foi posto na rua(mandado para casa) como o amigo ED-tonto o foi da Direcção da DG"B"???

Com canalha desta não vamos lá...

Venha o Diabo e escolha!!!

de preferência primeiro...

PENSEM PRIMEIRO FAÇAM DEPOIS

Anónimo disse...

DOCUMENTA-TE PRIMEIRO E COMENTA DEPOIS!

Tanto pode ser ignorancia como... má-fé.

1-Quem fez publicar o 116/97 ?

2-Pergunta a quem saiba quem e porquê, em 13 de MARÇO de 1998,,PEDIU A SUA DEMISSÃO ao então M.da Agricultura Gomes da Silva.

P.S.Aínda que não concordando com a argumentação expendida pelo administrador do "BLOG",não vejo razões para que o assunto não seja discutido, alargada e profundamente,pela Profissão.

NÃO DEVEM EXISTIR QUAISQUER "TABUS" INTER PARES.

Edmundo Pires

Anónimo disse...

O Administrador do Blog, em minha opinião tem razão e em breve a DGV vai ter que agir. Basta olhar para os nossos vizinhos "Castelhanos".
E foi no tempo do Edtonto a publicação do 116/97

Anónimo disse...

POIS,


2009 ANO INTERNACINAL DO GORILA

Anónimo disse...

CARO edTONTO,

PARA quem não saiba, PAI é PAI,...o 116/98 é do edTONTO...por muito que se chore...desgoste...ou amaldiçoe...o Tonto é o pai da criatura...

Feia , torta...demodé...o Pai defende a criatura...

ASSIM é que é...a AMIGA de PENICHE é que se anda a rebolar...

Com respeito e amizade CARO edTONTO
não há nada como dantes


GARAJAU@atlântico

Anónimo disse...

Caro GARAJAU@atlantico.

Obrigado pela compreensão !
PORQUE (quase já) NADA É COMO DANTES é que se torna indispensável abrir alas para os seguintes, sem quaisquer ressentimentos ou tiques de suma sapiencia.

Do mesmo modo, para o bem e para o mal,é no mínimo feio abjurar o que se fez ou deixou de fazer!!!

Com igual amizade e consideração

Edmundo Pires