25 de fevereiro de 2008

A HERMENÊUTICA DO ESCANINHO

Num texto enigmático e vago, a nossa vizinha Alma discorre sobre os Figurantes e Figurões” da nossa Sociedade.

Sem se perceber bem a tese defendida lá se consegue descortinar um certo azedume contra o anonimato (a que afinal ela também recorre) a par com idêntica azia para com quem se atreve a criticar o poder (ainda que condimentada com uma superior complacência à participação dos parceiros sociais).

Mas estabelece a “nossa” Alma muito bem a fronteira: de um lado “…a critica salutar, normal e bem vinda…numa Sociedade Democrática”, do outro as “Calúnias, insultos, insinuações…” intoleráveis, a não ser na condição dos “…responsáveis aceitarem ter a sua responsabilidade e darem a cara por o que fazem e dizem.

Depois deste voo intelectualmente superior e provedor da boa ética social, o texto da “Alma” faz voo rasante sobre essa cambada de Figurantes e Figurões da Veterinária Lusa para um diagnóstico final: o mal é geral, a peçonha que essa gente destila é a mesma noutros “…domínios da nossa vida social…”.

De novo ganha altitude e, de peito feito, bombardeia-nos com soberba: não joga na hipocrisia, que entre Figurantes e Figurões a diferença é ténue e afinal “Uns e outros são nossos conhecidos, pelo que ninguém tem dúvidas em matéria das responsabilidades que cabem a uns e outros e estamos também esclarecidos quanto à sua identificação.

Bravo!… por aqui continuaremos a raiar os limites da ética… Não esqueça a Alma de levar o pára-quedas sempre que se aventurar por espaços aéreos limitados: ou a tripulação e a manutenção da nave são de qualidade ou a prazo encare a necessidade de se ejectar a qualquer momento.

OUTRA VEZ NO ALGARVE

”Este foi o segundo ataque de um cão a uma criança no Algarve em menos de 10 dias, diz o Jornal de Notícias” e também no Público e no Barlavento.

Agora vejam as fotos que ilustram a notícia, em cada um daqueles órgãos de informação.

23 de fevereiro de 2008

O CU DA LONTRA

Já aqui tentei coligir teses sobre a razão de tanto casamento entre veterinários… sem grande sucesso, até porque a tese de que os Veterinários se casam entre si, mais do que em qualquer outra profissão liberal, está por comprovar…

Seja como for, a ser verdade, aqui ficam alguns fundamentos.

22 de fevereiro de 2008

SERÁ VERDADE ?

A Lei n.º 2/2004, de 15 de Janeiro, Aprova o estatuto do pessoal dirigente dos serviços e organismos da administração central, regional e local do Estado.

Para o efeito de tal Lei, são cargos dirigentes, entre outros, os de Director-Geral (n.º 3, do Artigo 2º), estando sujeitos à observação de princípios gerais de ética (Artigo 4º): “Os titulares dos cargos dirigentes estão exclusivamente ao serviço do interesse público, devendo observar, no desempenho das suas funções, os valores fundamentais e princípios da actividade administrativa consagrados na Constituição e na lei, designadamente os da legalidade, justiça e imparcialidade, competência, responsabilidade, proporcionalidade, transparência e boa fé, por forma a assegurar o respeito e confiança dos funcionários e da sociedade na Administração Pública.”

Isenta a Lei os Dirigentes, e por isso os Directores-Gerais, de horário de trabalho, “…não lhe sendo, por isso, devida qualquer remuneração por trabalho prestado fora do período normal de trabalho.” (Artigo 13º), estando, contudo, obrigados ao “Dever geral de assiduidade e cumprimento do período normal de trabalho, assim como o dever de a qualquer momento comparecer ao serviço quando chamado.” (alínea c, do Artigo 34º).

Ou seja estão “sempre” em serviço, e como não bastasse: “No exercício das suas funções, … são responsáveis civil, criminal, disciplinar e financeiramente, nos termos da lei.” (Artigo 15º)

[E esgadanha-se a “maltosa” para ser dirigente… será que leram bem esta Lei?]

Bom… O melhor está para vir: “O exercício de cargos dirigentes é feito em regime de exclusividade.” (n.º 1, do Artigo 16º). Já estão a ver onde quero chegar? Detalhemos!

Como “O regime de exclusividade implica a incompatibilidade do cargo dirigente com quaisquer outras funções, públicas ou privadas, remuneradas ou não.” (n.º 2, do Artigo 16º) e porque as excepções previstas nos n.º 3, 4, 5, 6 e 7 daquele articulado, não incluem o exercício da Medicina Veterinária (da auscultação… à tuberculinização), aplicar-se-á em caso de incumprimento o nº 8, ainda do mesmo Artigo 16º: “A violação do disposto no presente artigo constitui fundamento para dar por finda a comissão de serviço.”

OUTRAS ROTATIVIDADES


É o outro lado da rotatividade… num “abatedouro” perto de si!
O meu marido lava as mãos antes de fazer o jantar, senhor director!

20 de fevereiro de 2008

CÃES PERIGOSOS

É aqui que está o “bicho”… referido ali, além e acolá

Entretanto a menina saiu dos Cuidados Intensivos.

Não tendo nada a ver com a notícia em questão, ocorreu-me uma outra relacionada com raças de cães perigosos: a sua utilização em lutas que, pelo menos num certo imaginário, estarão a florescer nas sociedades modernas e também em Portugal.

A ser verdade, muitos dos cães sairão dessas lutas bastantes feridos e a requerer tratamento médico-veterinário. Admitindo esse recurso: está o Médico Veterinário sujeito a segredo profissional? Ou deverá comunicar às Autoridades Policiais?

19 de fevereiro de 2008

BEAM ME UP, SCOTTY


(na SIC em 2007.10.30)

Fantástico o sistema de tele-transporte do Star Trek… bastava uma ordem para o orgulhoso engenheiro chefe escocês, “Scotty”, Montgomery Scott (na pele do actor James Doohan)… e por um intrincado sistema de análise de partículas e posterior síntese lá se regressava à nave espacial.

O Director-Geral de Veterinária desceu à Terra pela mão da recente novidade editorial “Veterinária Actual”… aqui ficam as estatísticas caseiras sobre os temas abordados:
Serviços Veterinários 1342 palavras
Saúde Animal 1189 palavras (das quais 575 sobre Gripe Aviaria e 309 sobre Língua Azul)
Medicamento Veterinário 645 palavras e
Profissão Veterinária 268 palavras.

Para além de relevantes declarações sobre a organização dos serviços, formação profissional dos Veterinários Oficiais e considerações técnicas sobre assuntos específicos, que se aplaudem, esperava-se mais, bastante mais… particularmente sobre Higiene Pública Veterinária, Inspecção Sanitária e a sua organização no futuro próximo, assim como sobre Investigação Veterinária.

Tem o Governo a intenção ou não de privatizar os Serviços de Inspecção Sanitária?
Vai a DGV promover e desenvolver alguma linha de Investigação Veterinária? E as Universidades vão estar envolvidas? Quais?

E no fim, pressionou a lapela e disse: “Beam me up, Scotty”… de regresso ao 4º andar da Victor Cordon.

17 de fevereiro de 2008

A LUZ AO FUNDO DO TÚNEL

Sem uma clara política para o sector Agro-Pecuário capaz de travar o abandono da actividade, a situação agravar-se-á, e não apenas por razões de simples sobrevivência económica das explorações, mas também pelas múltiplas imposições legais: ambientais, bem estar animal, condicionalidade, etc., etc...

Muitos Médicos Veterinários deixarão de ter trabalho e a prazo haverá um sector da profissão a sofrer na pela e por “efeito borboleta” toda a profissão a sentir esse “aperto”.

Logo, deveríamos estar na primeira linha de influência política tendo em vista conseguir dos decisores a adopção das medidas mais convenientes para o sector da Produção Pecuária… por uma questão de mera sobrevivência.

Por natureza não sou pessimista, mas não vejo, nem antecipo que essa influência venha a ter lugar, nem sequer capacidade a alguns ajustes imediatos que pudessem constituir alento para o futuro, como por exemplo através do investimento previsto pelo próximo “quadro comunitário”.

A entrevista, recente, do Director-Geral de Veterinária, Dr. Agrela Pinheiro, à "Veterinária Actual", também não deixa, a este nível, margem para grandes esperanças.

15 de fevereiro de 2008

MRPP

Estava ela muito quentinha a blogar sentada, numa tarde de Inverno solarenga, destilando o seu mal compreendido humor, quando de repente se ouviu uma voz tonitruante:
- Qu’é lá isso a dizer mal do PINA??? Queres tu aguentar com o qu’aquele rapaz aguenta??? Hummm???
- Não meu Deus… eu… eu… só…
- Estás aqui, estás a representar a DGV na reunião do SCFCHA, quarta-feira que vem!
- Não… eu.. eu…
- Silêncio! Queres ficar a tuberculinizar gado o fim de semana?
- Não… eu… eu… e depois as leituras?
- Não te armes em Sanitarista_Compulsivo!!!
- O que é isso?
- O que é isso pergunto eu… aí no regaço?
- São rosas senhor!
- Ahhhh??? Rosas???
- Sim!... MRPP!
- MRPP?
- Sim… o Muitas Rosinhas Pró-Pina!

14 de fevereiro de 2008

AINDA SOBRE PARECER (substantivo, masculino)

Pareceres e Desapareceres!

Quando se "reflecte" sobre documentos já com vários anos, no mínimo é uma reflexão extemporânea porque denuncia um afastamento inexplicável, no tempo, da realidade(factos/emissão)que está na origem dos ditos e próprio quem tem andado distraido!

A respeito de legitimidade, faz pena que os "comentaristas" não se dêem conta da época em que os ditos foram produzidos, para além de serem apenas opiniões, respeitáveis como todas, mas meras opiniões.

Por respeito à intervenção neste domínio do anfitrião responsável por este blog a forma não é tudo?! considero mais significativo o conteúdo!

Nesse sentido penso que são esclarecedores os ditos pareceres, porque fazem uma interpretação dos assuntos, à luz das normas legais em vigor!

É mais importante isso(as orientações) que o resto( os exercícios de estilo/retórica)!


Vet@Esclarecido


Bom... ao Vet@esclarecido sempre adiantarei o seguinte:

1. A reflexão não foi sobre os documentos em si, mas sobre a sua estruturação e por isso a "opinião" sempre serve para futuros pareceres.

2. Mesmo que fosse a mera distracção que me tivesse impedido de notar os ditos pareceres… pergunto: não estão em vigor? Se “não”… que fazem no site da Ordem? Se “sim”… qual o problema de só agora aparecer esta opinião?
Um(a) recém-licenciado(a) não tem direito de opinião sobre um assunto que o(a) antecedeu na profissão?

3. É que se a época em que foram produzidos, condiciona os próprios pareceres, revoguemo-los… saiam da secção “pareceres” e passem à secção ”históricos”.

4. O conteúdo é muito mais importante que a forma… de acordo. Mas foi sobre o conteúdo que falei: motivo, objecto, especialidade e fundamentos dos pareceres.

5. Pareceres jurídicos em muitas matérias são importantes… era bom que a OMV publicasse mais pareceres jurídicos sobre questões importantes da profissão.
Dou um só exemplo: a obrigatoriedade de inscrição na OMV… é que há alguns Médicos Veterinários a usar o título que NUNCA estiveram inscritos na Ordem.

6. Mas o que realmente gostava de ver (acredito até que seja um luxo pessoal sem reflexo no seio da profissão) eram pareceres sobre questões éticas e deontológicas… é necessário fazer “escola” sobre muitas áreas cinzentas do comportamento profissional, para que os mais novos aprendam e alguns dos mais velhos reflictam!!!

7. Ninguém disse que não eram esclarecedores os pareceres… nalguns casos não são é totalmente esclarecedores.
Aproveito para dar, também, um só exemplo. Tenho muitas dúvidas sobre a obrigatoriedade ética de eutanásia de um animal saudável… mesmo que a tanto a lei obrigue!
Ora o parecer sobre a “eutanásia de animais errantes” não refere uma linha que seja sobre a questão ética, fundamentando-se apenas em questões estritamente legais.
Não se pense que estou visceralmente contra o parecer… Não. Fica apenas aquém do que esperava… problema não só meu!

8. Dizer que as orientações são melhores que a retórica parece muito correcto… e até parece um exercício de retórica, a mascarar a qualidade das orientações!

CUSTOU MAS FOI!

Aqui há dias, quando tive o topete de sugerir uma abordagem ao “Acto Veterinário” e na ânsia de encontrar links para todas as organizações da profissão não encontrei esta

Falta minha, até porque é uma das melhores páginas, senão a melhor, de todas as Associações de Veterinária em Portugal.

Parabéns ao Sindicato e também ao autor que não conheço.

13 de fevereiro de 2008

BOLSA DE VALORES

Se o fato de banho de Nicole Kidman vale 9 vacas… poderá estar encontrada solução para a crise da bovinicultura nacional.

Disponibiliza-se unidade de produção de leite em Vila do Conde, com 46 fêmeas em produção e check list positivo a todos os itens pelo Serviços Veterinários do Norte, para relocalização em zona ambientalmente mais adequada.

PARECER (substantivo, masculino)

Em termos genéricos uma opinião ou um juízo. Cada um terá o seu (independentemente de ser um especialista ou não na matéria em causa) e dá o a quem bem quiser.

Em termos mais técnicos, ainda uma opinião, devidamente fundamentada, sobre determinando assunto, emitida por um especialista, na sequência de uma solicitação.

Ou seja, um parecer exige quatro requisitos essenciais: motivo (que esteve na origem da sua elaboração), objecto (nem sempre tão claramente balizado quanto possa aparentar), especialidade (prisma sobre o qual é emitido o parecer) e fundamentos (em que se sustenta o dito).

Vem isto a propósito dos pareceres da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) sobre clínica domiciliária, cartão de saúde animal, eutanásia de animais errantes e clínica veterinária câmaras municipais (área reservada do site).

O motivo só é claro no caso dos pareceres do Conselho Profissional e Deontológico.

O objecto daqueles pareceres exige melhor definição, pelo menos no caso do cartão de saúde animal e da clínica veterinária câmaras municipais, de forma a evitar dificuldades de aplicação em função da forma como surgem certas situações enquadráveis.

Pela forma, parece (do verbo parecer) haver pareceres do Conselho Directivo e pareceres do Conselho Profissional e Deontológico, ou seja segundo perspectivas diferentes. Tal eventualidade deveria ser evitada e os pareceres deveriam ser da OMV, independentemente da autoria dos mesmos (especialidade).

Por outro lado, pelo menos num dos casos (eutanásia de animais errantes), os fundamentos têm uma natureza exclusivamente jurídica e por isso questionável se sob o ponto de vista ético ou profissional são aplicáveis.

Não basta que haja um parecer é bom saber, sem margem para dúvidas, porque motivo surgiu, qual o seu objecto, na óptica de que especialidade foi elaborado e em que se fundamenta… e se não fosse pedir muito que quanto à forma fosse usado um modelo standard em que aqueles requisitos estivessem expressos.

11 de fevereiro de 2008

EM BICOS DE PÉS


Tive a oportunidade de ler a revisão de Olaf Paterok e Jonas Livet a que se refere a notícia ”Melhor Zoo de Portugal” é em Gaia e julgo abusiva a conclusão, sem retirar ao Parque Biológico de Gaia e ao seu director Nuno Oliveira o mérito pela referência.

É que a revisão publicada pelo “International Zoo News” (Vol. 54, nº 7 e 8) não passa disso… de uma revisão das colecções zoológicas em Portugal e não um estudo comparativo dos zoo em Portugal: “…In April 2007 we took a ten-day tour to see the most important and interesting of these collections …/… We found 33 places where captive animals are exhibited to the public, some of which are aquariums, domestic breeding institutions and native animal parks.”

Provavelmente a carga animal e o sistema de observação dos animais, em especial das aves, impedindo que os animais vejam os visitantes, serão indicadores a realçar pela positiva, mas uma avaliação comparativa não fica por aí como bem sabe ou deve saber Nuno Oliveira.

Para almejar um patamar de distinção terá o Parque Biológico de Gaia que fechar ao público o Centro de Atendimento Médico Veterinário (não acreditado pela Ordem). Mesmo a necessidade financeira de rentabilizar o espaço de tratamento de animais (da colecção), não justifica o risco sanitário de receber animais de fora da colecção.

8 de fevereiro de 2008

PARABÉNS



Ao jovem Henrique Fernandes, “nubente” da Medicina Veterinária, “cônjuge” da ciência, que ganhou só… uma bolsa de 1,9 milhões de euros, atribuída pelo Conselho Europeu de Investigação. Ver aqui e aqui

CÁRNEO DE ESCALA

A AFABRICAR - Associação dos Fabricantes de Produtos Cárneos e a ANIC - Associação Nacional dos Industriais de Carnes, anunciam a sua fusão na Nova Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes - APIC.

Para comemorar realizam na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Lusófona, dias 21 e 22 de Fevereiro, o 1º Congresso Nacional da Industria Portuguesa de Carnes.

De fora fica a AMECAP – Associação de Matadouros e Empresas de Carnes de Portugal (Norte de Portugal?)… só boas notícias!

WILD WILD LIFE

Eric Ruivo, responsável do Serviço de Colecções Animais, Ciência e Conservação, do Jardim Zoológico de Lisboa, fala de concorrência desleal entre parques zoológicos: “O que mais confusão me faz é que parques que não estão licenciados continuam abertos”.

Entre estes está o Parque Zoológico da Maia, a funcionar sem licenciamento definitivo da Autoridade com competência na matéria, a Direcção-Geral da Veterinária.

Com o rigor e determinação que se lhe conhece aguarda-se iniciativa musculada dos Serviços Veterinários do Norte.

7 de fevereiro de 2008

ACABEM COMIGO… PORRA!

O Estado continua, infelizmente, a financiar uma campanha anual de vacinação anti-rábica de canídeos e felídeos. Sobre o tema muitíssimo haveria a dizer, mas para já apenas um “pequeno” apontamento sobre um dos efeitos secundários.

Acontece que a par com a campanha de vacinação anti-rábica, alguns dos Médicos Veterinários oficialmente nomeados, geralmente os Médicos Veterinários Municipais, desenvolvem outras profilaxias (esgana, parvovirose, etc.).

Não será esta uma prática de concorrência desleal com prejuízo para os colegas instalados em centros de atendimento médico veterinário (CAMV)?

A prática de uma vacinação anual vem sendo questionada, muito por força do alargamento dos prazos de cobertura imunológica das novas vacinas para dois e mais anos.

No entanto, por razões de prevenção e acompanhamento, aconselha-se que a visita anual ao Médico Veterinário se mantenha… oportunidade para um check up médico, aconselhamento dietético, etc.

Será que a prática de "desviar" os animais do CAMV e dessa consulta anual, em favor de um campanha de vacinação anti-rábica (nalguns casos seguida de todo o “pacote” profiláctico), onde regra geral nem o exame do estado geral é efectuado decentemente, não estará a prazo a despromover o papel do Médico Veterinário?

O que faz a Direcção-Geral de Veterinária continuar com uma campanha anacrónica, tecnicamente injustificável, e que além disso está a promover a concorrência desleal entre Médicos Veterinários e uma prática medíocre?

Não poderia a Ordem dos Médicos Veterinários providenciar um parecer sobre este assunto?

6 de fevereiro de 2008

É POR ESTAS E POR OUTRAS.

Sou do tempo em que o Médico Veterinário Municipal conhecia como as palmas da mão todos os criadores do concelho.
De tal forma que partilhava com eles alegrias e angústias e em muitos casos mantendo uma ligação tão forte, que o Veterinário Municipal era visita frequente e por vezes o padrinho de casamento do filho ou filha desses lavradores.

Mudaram-se os tempos e uma das mais interessantes características da nossa profissão, diria mesmo, um património inalienável, parece estar a perder-se… justamente esse conhecimento do que era a vida dos seus clientes/amigos.

Vem isto a propósito da notícia da RTP sobre o efectivo bovino abandonado lá para o Alandroal.

Não está em causa a atribuição de responsabilidades a ninguém, muito menos à Veterinária Municipal, contudo devemos concordar que uma situação que se arrasta há dois anos, em que há animais a morrerem à sede, revela uma capacidade de intervenção dos Serviços Veterinários nada lisonjeira.

Não será certamente por os Serviços Veterinários estarem verticalizados, aliás a situação decorre do tempo em que estavam regionalizados… Será certamente da responsabilidade, em primeira instância, dos proprietários (Caldas da Rainha), mas era de nós que se esperava uma resposta diferente: “A Lusa tentou, ao longo de todo o dia, entrar em contacto com a veterinária municipal, Vera Cavacas, mas esta nunca esteve disponível.”

4 de fevereiro de 2008

AINDA SOBRE O CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS

Este Código é como a parendizagem ao longo da vida!
Existe o conceito, a definição dos objectivos, conhecem-se as regras, mas ...NÃO PODE SER OBRIGATÓRIO ou pode?

Sovet

O Código de Boas Práticas Veterinárias NÃO é de cumprimento obrigatório... apenas VOLUNTÁRIO.
A sua adopção, contudo, permite a certificação à luz de normas ISO e por isso de uma mais valia extraordinária para quem se queira destacar... pela positiva.

Clint

Já percebi!
Quem quiser ser exigente, adopta o Código! certo?
Quem quiser saber, estuda! certo?
É tudo voluntário porque a malta não gosta que os outros lhes exijam! certo?
Então lá voltamos à terra dos brandos costumes e da cultura da mediocridade, porque assim é que é num país a "sério".
Porque não aceitamos gente sem diplomas? Era mais "democrático" e "contra" as imposições!

Sovet

Clint!
Você é um espectáculo. Com que então diz que o código ficou no tinteiro e agora vem dizer que é voluntário.
Extraordinário!
As normas ISO valem por si e também se aplicam à veterinária, como sabe certamente. Por isso não há coerência nenhuma naquilo que diz, pois este Código então seria um acessório sem interesse, o que não me parece ser, de todo, o caso.

Vet@Curioso

1. Existem normas mínimas que todos têm de cumprir e de preferência sem batotas… seja a licenciatura para ter acesso à profissão, seja, por exemplo no caso dos Centros de Atendimento Médico Veterinário (CAMV) o respectivo Regulamento.

2. Acima dessas normas existem outras referências para quem deseje a excelência… tal como nas empresas… há regras básicas, seja no campo da fiscalidade, da lei laboral ou das normas de produção que todas têm de cumprir. Mas existe um outro mundo para além dessa para quem ambiciona a excelência e a qualidade.

3. Foi essa a ideia da Federação dos Veterinários da Europa (FVE). A de criar um instrumento para quem deseja ir mais além do mínimo exigível. Um instrumento que estivesse em linha com as normas da International Organization for Standardization (ISO) e por isso susceptível de, ao ser aplicado, puder ser certificado por qualquer entidade credenciada.

4. Vale a pena, a propósito do carácter voluntário da sua aplicação referir o código de ética da ISO: “Voluntary standardization, in the way that it is practised by ISO and its members, is an appropriate mechanism to address the complex challenges faced by business, government and society as a whole at the outset of the 21st century.”

5. Outra coisa, independentemente do seu carácter obrigatório ou facultativo, é a promoção da adopção do Código de Boas Práticas que a Ordem deveria ter desenvolvido e não desenvolveu.

6. Roma e Pavia não se fizeram num dia. Admito até que no futuro estas passem a ser regras com um carácter obrigatório.
Recordo que muito antes de haver Ordem já havia profissão e até regras éticas, e que não foi por ter sido então criado um Código Deontológico que antes as regras não se cumpriam. O seu carácter voluntário passou a ser insuficiente e também por isso se bateu a profissão para criar uma Ordem.

7. Sinceramente não vejo onde está a incoerência. A incoerência está na forma atabalhoada e sem estratégia com que a Ordem está a ser conduzida pela sua Assembleia Geral.

ACTO VETERINÁRIO

A definição de “Acto Veterinário” é assunto com barbas. Têm os decisores políticos fugido do reconhecimento da sua definição legal como gato escaldado de água fria, a começar pelas diversas iniciativas desenvolvidas pelos Médicos.

Também no nosso “burgo” o assunto tem vindo a ser postergado para segundas núpcias. Tal sucede por não ter sido adoptada qualquer estratégia para o desenvolvimento da ideia e sua concretização prática.

Seria muito simples: nomear um grupo de trabalho para, em seis meses, apresentar uma proposta. Como não vale a pena inventar a roda, a base de trabalho poderia e deveria ser o documento de trabalho da União Europeia dos Veterinários Práticos (UEVP), secção da federação dos Veterinários da Europa (FVE), assim como os trabalhos desenvolvidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Constituição do Grupo? Simples, um elemento de cada um dos seguintes sectores:
Direcção, coordenação e secretariado do grupo de trabalho - Ordem dos Médicos Veterinários, OMV;
Ciências Veterinárias - Sociedade Portuguesa de Ciências Veterinárias, SPCV;
Veterinários Práticos - representante de Portugal na União Europeia dos Veterinários Práticos, UEVP;
Veterinários Práticos (pequenos animais) - elemento sancionado pela Associação Portuguesa de Médicos Veterinários de Animais de Companhia, APMVEAC;
Veterinários Práticos (buiatria) - elemento sancionado pela Associação Portuguesa de Buiatria, APB;
Veterinários Práticos (equinos) - elemento sancionado pela Associação Portuguesa de Médicos Veterinários de Equinos, AMVE;
Veterinários Práticos (touros de lide) - elemento sancionado pela Associação de Médicos Veterinários de Assuntos Taurinos, AMVAT;
Veterinários Práticos (suinicultura) - elemento sancionado pela Sociedade Científica de Suinicultura, SPS;
Veterinários práticos (pequenos ruminantes) - elemento sancionado pela Sociedade Portuguesa de Ovinotecnia e Caprinotecnia, SPOC;
Veterinários práticos (avicultura) - elemento sancionado pela Secção Portuguesa da Associação Mundial de Ciências Avícolas, SPAMCA;
Veterinários práticos (reprodução animal) - elemento sancionado pela Sociedade Portuguesa de Reprodução Animal, SPRA;
Veterinários Higienistas - representante de Portugal na União Europeia dos Veterinários Higienistas, UEVH;
Veterinários Oficiais - representante de Portugal na Associação Europeia dos Médicos Veterinários Oficiais, EASVO;
Veterinários Oficiais (Inspecção Sanitária Veterinária) - elemento sancionado pela Associação de Médicos Veterinários Inspectores Higio-Sanitários, AMVIHS;
Veterinários Oficiais (Municípios) - elemento sancionado pela Associação Nacional dos Médicos Veterinários dos Municípios, ANVETEM;
Veterinários no Ensino, Investigação e Indústria - representantes de Portugal (três?)na Associação Europeia dos Estabelecimentos de Ensino de Medicina Veterinária, EAEVE;
Legislação laboral e carreiras - Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários, SNMV.

Dezanove elementos pode parecer muita gente… De facto. Mas nesta fase parece também mais acertado, não deixar nenhum sector de fora, sem prejuízo de depois de uma primeira reunião preparatória para planeamento (estrutura do documento e calendário de discussão) o assunto fosse então entregue a um grupo mais restrito de umas cinco pessoas, para redacção da proposta, e voltar a ser discutido numa reunião final. A ver vamos!!! O importante é que haja um calendário acordado.

O que é que constituí o Acto Veterinário? (independentemente dos contornos legais ou oficiais e do seu efectivo cumprimento); Em que circunstância e a quem podem esses actos ser delegados a não veterinários? Estas entre outras as respostas que se requerem.

É isto que a Ordem se prepara para fazer?

2 de fevereiro de 2008

ESMV [2]



Tinham começado as obras de melhoramento das instalações da Escola Superior de Medicina Veterinária… no já distante ano de 1982…

1 de fevereiro de 2008

100 ANOS DEPOIS!



Em homenagem ao Rei D. Carlos e ao Príncipe Real D. Luís Filipe.

Subscrevo João Vacas do 31 da Armada que cito com a devida vénia: “Há cem anos um punhado de canalhas assassinou cobardemente o Chefe de Estado deste país e o seu filho. Quase tão chocante como esse facto hediondo é o de, passado um século, ainda existirem pulhas disponíveis para justificar o injustificável.
Meço as minhas palavras. Pulhas.”