6 de fevereiro de 2008

É POR ESTAS E POR OUTRAS.

Sou do tempo em que o Médico Veterinário Municipal conhecia como as palmas da mão todos os criadores do concelho.
De tal forma que partilhava com eles alegrias e angústias e em muitos casos mantendo uma ligação tão forte, que o Veterinário Municipal era visita frequente e por vezes o padrinho de casamento do filho ou filha desses lavradores.

Mudaram-se os tempos e uma das mais interessantes características da nossa profissão, diria mesmo, um património inalienável, parece estar a perder-se… justamente esse conhecimento do que era a vida dos seus clientes/amigos.

Vem isto a propósito da notícia da RTP sobre o efectivo bovino abandonado lá para o Alandroal.

Não está em causa a atribuição de responsabilidades a ninguém, muito menos à Veterinária Municipal, contudo devemos concordar que uma situação que se arrasta há dois anos, em que há animais a morrerem à sede, revela uma capacidade de intervenção dos Serviços Veterinários nada lisonjeira.

Não será certamente por os Serviços Veterinários estarem verticalizados, aliás a situação decorre do tempo em que estavam regionalizados… Será certamente da responsabilidade, em primeira instância, dos proprietários (Caldas da Rainha), mas era de nós que se esperava uma resposta diferente: “A Lusa tentou, ao longo de todo o dia, entrar em contacto com a veterinária municipal, Vera Cavacas, mas esta nunca esteve disponível.”

4 comentários:

Anónimo disse...

Chama AZAI!

Anónimo disse...

Inventa outra que esta é mais velha que a profissão MAIS VELHA do mundo...


Se os serviços não funcionam é porque estão cheios de indisponíveis para trabalhar...

OH cara vai ver quantos DISPONÍVEIS apareceram nessa DRA...e também na DSV...alguns incompetentes até se DISPONIBILIZARAM...

Algo vai mal no país da carochinha...não fiques a olhar para o umbigo...

Trabalha malandro!!!é o que ainda nos resta para fazer...

@lqueva

Anónimo disse...

Não me parece que os Médicos Veterinários Municipais tenham capacidade e possibilidade de controlar os efectivos pecuários nas suas zonas.

O controlo e vigilância sanitária dos efectivos compete à autoridade veterinária, a DGV. Presentemente, com a verticalização dos serviços graças ao Barão de Agrião, é possível impor maior disciplina e método na vigilância sanitária e não responsabilizar os serviços regionais veterinários quando estes actuavam sob a dependência das Direcções Regionais de Agricultura.

A notícia sobre o gado abandonado, parece-me dever ser apenas à DGV, a responsabilidade de responder sobre casos idênticos. A DGV, tem serviços de identificação animal, serviços de bem estar animal, que para estes casos devem actuar.

Os Médicos Veterinários municipais não têm serviços montados para desenvolver mais tarefas . O que poderão fazer a mais é comunicar à Autoridade Veterinária ( DGV ) da suspeita de uma anomalia para ela rapidamente se deslocar ao locar para se certificar do caso e tomar medidas.

Talvez estas situações surjam pelo ambiente nebuloso que se verifica frequentemente em consequência de técnicos dos serviços centrais e regionais actuarem no terreno em actividades de campo, especificamente na área da sanidade, tecnologia de alimentos quando estas deveriam ser desenvolvidas por colegas que trabalham apenas na actividade liberal. Não parece ser ético confundir a actividade privada com a pública.

Veterinário Liberal

Clint disse...

Julgo que quererá dizer actividade por conta própria.
É que liberal tem um significado um tudo nada diferente... liberal é toda a profissão... independentemente do vínculo laboral por conta própria ou por conta de outrém, mesmo que esse outrém seja o próprio Estado.