Apesar do pouco interesse da comunidade científica veterinária lusa, o “Veterinário precisa-se…” (também na ciência) aqui vos trás as mais recentes consternações com o efeito de estufa (e outros piores) de origem bovina.
A “Veterinária Actual”, na sua edição online, fez eco do estudo divulgado por cientistas americanos na revista “Proccedings of the National Academy of Sciences” (PNAS), sobre a utilização, no gado bovino, de hormona de crescimento reconstituída, segundo o qual será possível aumentar, em 84%, a produção de leite, minorar a utilização de recursos naturais e diminuir drasticamente a emissão de gases com efeito de estufa…
Tal notícia foi amplamente divulgada pelos media, até o DN-sapo… dando expressão a estatísticas impressionantes.
O recurso a injecções da hormona bovina somatotropina reconstituída (STH) permite reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) e de metano (por redução de adubos e fertilizantes)… um milhão de vacas injectadas impede a emissão das seguintes quantidades dos principais gases que contribuem para o efeito de estufa:
- 824 mil toneladas de CO2,
- 41 mil toneladas de metano e
- 96 toneladas de monóxido de azoto.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o gado bovino produz mais gases com efeito de estufa do que a circulação automóvel. Embora o armentio bovino seja responsável apenas pela produção de 9% do CO2, produz outros gases bem mais nocivos para o aquecimento global:
- 65% do hemióxido de azoto (imputável ao estrume) um gás 296 vezes mais nocivo que o CO2,
- 37% do metano, que incide nas alterações climáticas 23 vezes mais que o CO2.
- 64% do amoníaco, responsável pelo fenómeno das chuvas ácidas.
Entretanto, conforme outra online da “Veterinária Actual”, o “Department for Environment, Food and Rural Affairs” (DEFRA), do Reino Unido, anunciou um plano para ajudar a indústria pecuária a reduzir aquele impacto ambiental, em consonância com os objectivos de redução da emissão de gases com efeito de estufa, baseado na utilização de uma espécie de erva que permite diminuir a quantidade de metano que os bovinos expelem.
A erva, designada Gramina, utiliza uma tecnologia de supressão que previne a expressão da enzima O-metil transferase, aumentando a digestibilidade da erva, sem comprometer as suas propriedades estruturais, mas diminuindo a produção de metano.
Parece indiscutível que a agenda científica está marcada pelo “efeito de estufa” e factores associados e a profissão (veterinária) lusa outra vez distraída… quando chegar a hora irá carpir sobre a exclusividade na inoculação de hormonas e então já será tarde…
8 de julho de 2008
GAZES FATAIS
Pareceu a Clint às 11:04
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