29 de outubro de 2007

CRIME E CASTIGO (2)

É a segunda vez que torno com o mesmo título… passaram sensivelmente 4 anos, mas a prosa mantêm-se actual… foi a 26 de Setembro de 2003.

E volto a propósito dos comentários ao último post do “tonto” de serviço… sem pretensões de desvio de clientela.

Bom senso? Aplicar a razão de forma ajustada ás circunstâncias, ser prudente, moderado, previdente… não é o deixa andar…

É precisamente a ausência dessa regra que tem gerado cada vez menos sensatez e consequentemente, também por esse motivo, menos credibilidade à profissão.

Não concordo que a imagem da profissão seja o somatório do papel desempenhado por cada um dos Médicos Veterinários individualmente… as coisas não funcionam assim.

É por isso que a estratégia (aparente) da Ordem, de impor a credibilidade da profissão à custa da credibilidade individual, impondo mais e mais regras aos Médicos Veterinários, está condenada ao fracasso.

Os valores éticos impõe-se por si e pela positiva… não é com mais e mais castigos que se emendam os erros, pelo contrário, é com os bons exemplos que se promovem as melhores normas de conduta e se recupera a prazo a credibilidade.

Admito até o cepticismo de alguns outros anónimos que habitam a blogosfera, mas não há volta a dar-lhe… o sistema disciplinar imposto pelo Código Deontológico não trouxe, só por si, nenhum valor acrescido à defesa dos princípios éticos… não conheço as estatísticas mas estou em crer que os “desvios” deontológicos não diminuíram, antes aumentaram… mais do que a população veterinária.

Um sistema que enquadre os valores e princípios éticos e demonstre as vantagens da sua aplicação é claramente mais eficaz que qualquer sistema disciplinar.

Então sim teremos melhor treinamento, melhor rigor técnico, melhor organização, mantendo o “abuso” em níveis residuais.

Viver no “medo” de ser apanhado só gera inimizade para com a Ordem e para quem impõe a lei.

Obrigado Dostoievski.

5 comentários:

sombra e luz disse...

Ol� Clint... j� sei que a sua freguesia vai ficar muitiss�mo animada com mais esta sua achazinha para a fogueira...
eu s� queria deixar-lhe... cumprimentos... e juntar-me a si nos agradecimentos ao Dostoievski...
(n�o interessa porqu�...sei eu, e basta!...:)

Anónimo disse...

O Padre Américo!

É tudo boa rapaziada, lá dizia o bom diácono, só que também dizia que havia "inferno" e "céu", não sei se purgatório também, mas é tudo boa rapaziada, só precisa que a sua consciência lhe diga o que deve ou não fazer!

Então o Código é isso? Boa, boa!

Pensava que a DEONTOLOGIA, a tal que é aconselhável fosse um conjunto de regras, normas, leis ou lá o que são e que quem as infligisse tivesse mais que a sua consciência, como árbitro.

É só imaginação minha, certamente, porque a tendência será(?) não haver nada disso, porque somos todos bem formados, comportados, respeitadores das boas normas de convívio entre os colegas.

Já agora porque não estendemos isso ao resto da Sociedade, por exemplo para as outras profissões, para os nossos concidadãos , dado que o civismo é algo natural em nós e os desvios são "diferenças" de interpretação das realidades.

Falando nisso, talvez a natureza humana não é o que parece ou será?

Obrigada Clint

Sovet

Anónimo disse...

Estatísticas!

Olha que este é original.
Então é através das estatísticas que vês o efeito do Código Deontológico?

Oh pá toma os remédios!

Clint disse...

Como vê está completamente enganado Sovet...
Mas não deforme o que eu afirmei... em poucas palavras:
O cumprimento das normas de conduta deve ser mais encorajado e estimulado, do que imposto pela penalização...
É dos livros que tudo funciona melhor por convicção, do que por imposição... mesmo que uma coisa não substitua totalmente a outra.
É claro que mesmo assim haverá sempre prevaricadores, essa não é a questão.
Ou há uma clara identificação dos MV com o conjunto de normas de conduta (Código Deontológico) que enquadram a sua actividade, ou caso contrário, não vai ser a penalizar mais e mais que se consegue "impor" o dito Código.

Quanto ao colega que me aconselha a tomar os remédios... calculo que seja clínico… direi: com todo o gosto. Qual é a sua prescrição?... e já agora quais são os seus argumentos? Podem estar claros na sua mente, mas escritos é que não ficaram.

Anónimo disse...

Pedido de esclarecimento:

Aquele comentador é SOVET ou SOV INA?

Parece que não anda cá...
Ou é dos que come á mesa do ORÇAMENTO?

É só abrir os OLHOS isto está a ficar mal...

Caloiro "in" profissão