5 de fevereiro de 2004

RETRATO DE FAMÍLIA

Quando na Actividade Privada se conclui que este ou aquele empregado apresenta um rendimento mais baixo que o habitual logo há um responsável que procura a causa, dependendo do nível da empresa e da importância do problema, evidentemente, porque a causa pode estar no próprio seio laboral e - a persistir - levará ao abaixamento do rendimento de outro ou de mais outros trabalhadores......Ao nível dos quadros superiores existe também muita preocupação a este respeito.
Como é óbvio, este mesmo problema existe também na Administração Pública, ocorrendo muito mais do que seria razoável, só que nesta “empresa” as chefias – desde as mais baixas até às de topo – não se preocupam, ou quando se preocupam não são apoiadas, ou mesmo saem do processo mais frustradas do que no início por falta de apoio, de compreensão e de possibilidade prática para o resolver convenientemente.
Quem nas chefias da Administração Pública está preocupado com o baixo rendimento deste ou daquele funcionário, mesmo deste ou daquele grupo inteiro de funcionários? Quer o recrutamento das chefias seja feito com base num concurso público, ou por escolha, nunca vi – durante os meus largos anos na Função Pública – ser dada qualquer importância aos problemas relacionados com a Inteligência Emocional, nalguns quadros superiores completamente ignorada, ou até vilipendiada.
Agora que está à porta uma reforma da AP, já deram conta da preocupação para resolver esta gravíssima realidade? Apesar de toda a atenção, apenas me foi dado constatar preocupações respeitantes à defesa daquilo que eu classifico como prerrogativas de natureza sindical, para logo de seguida se manifestar algum interesse quanto à melhoria da produtividade e eficiência, como se estes factores estivessem em planetas diferentes. Esperemos que haja bom senso e que as alterações não girem apenas à roda de melhores instalações, novo mobiliário, melhores ajudas de custo, mais viaturas, etc.
Se na reforma anunciada não for levada em consideração a I E no que concerne às chefias e não existirem soluções adequadas às causas dos os problemas, estou certo de que tudo continuará na mesma logo que passados os primeiros meses da euforia......É que a moldura poderá ser diferente, mas o “RETRATO DE FAMÍLIA” será o mesmo!

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