14 de dezembro de 2008

CONDOMÍNIO FECHADO

A "convite" da "blogs.sapo", o "Veterinário precisa-se..." mudou-se de armas e bagagens para aquelas paragens. Aos que gentilmente anotarem a nova morada e passarem a visitar-nos por ali, a nossa deferência...

Deixamos pois de estar aqui, para passarmos a residir em VETBLOCK.BLOGS.SAPO.PT...

Até já!

10 de dezembro de 2008

BOLA DE CRISTAL

O Departamento de Projecções Integradas Nico-Anacrónicas (DPINA) do “Veterinário precisa-se…”, em conjugação com os serviços da DGSANCO divulga em primeira mão as projecções da evolução da Língua Azul na Europa, nos próximos 12 meses.

Depois de longas horas de cálculos estatísticos e aturada análise de dados, o DPINA, tendo em vista garantir a precisão e exactidão das conclusões alcançadas e recorrendo ao sofisticado sistema informático “Bola de Cristal” MacSoft®, apresenta em primeira mão a projecção espacial dos diversos serotipos de Língua Azul reportados a Novembro de 2009.

O QUE SE SEGUE?

Já se sabia que a candidatura de Sameiro de Sousa não era, nem mais, nem menos, que a concretização da candidatura de Ramalho Ribeiro, impossibilitado de assumir a liderança da lista por se encontrar suspenso de membro da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV).

A questão é iniludível… os candidatos (ajustes estatutários à parte) são os mesmos que apresentou em anterior candidatura, o manifesto inscrito no site da candidatura é indisfarçavelmente da lavra de Ramalho Ribeiro…

Diria mesmo que a recente decisão de retirar do site da OMV, a lista de membros suspensos por incumprimento do dever de pagamento de quotas, vem na linha da filosofia da candidatura de Ramalho Ribeiro: mais preocupada com a aparência do que com os princípios ou coerência dos fundamentos.

Nesta ordem de ideias, tal como facilmente se antevê, a próxima decisão do Conselho Directivo (CD) vai ser a de revogar a suspensão do colega Ramalho Ribeiro.

Só que tal decisão encerra em si um problema bicudo.

A questão é simples: ou as circunstâncias que Ramalho Ribeiro apresentou para solicitar a suspensão se alteraram, ou, não sendo esse o caso, a revogação da suspensão é irregular.

Se esta dedução não é lógica, então os argumentos apresentados por Ramalho Ribeiro para pedir a suspensão de membro da OMV não tinham fundamento.

Assim sendo, aqui fica o apelo: quando o CD decidir revogar aquela suspensão, que explique muito bem os fundamentos da decisão… a bem da transparência de processos, exactamente por a já ter começado a maltratar.

8 de dezembro de 2008

PROFUNDA TRISTEZA

A profissão perdeu a sua maior referência profissional.

Para quem conheceu e privou com o Dr. Matos Águas sabe ao que nos referimos: a personalidade forte, a sabedoria, a devoção que oferecia à profissão e a humildade com que sempre a serviu.

Foi com profunda tristeza que recebemos a notícia do seu falecimento.

6 de dezembro de 2008

ASSIM NÃO!

A nossa vizinha Alma divulga hoje uma mensagem do Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) sobre a remoção do site da OMV da lista de membros suspensos por falta de pagamento de quotas...

Curiosa que uma das primeiras decisões do recém eleito Conselho Directivo (CD) seja a de obviar a visibilidade e transparência que o assunto estava a ter...

Sabem o que vai acontecer de imediato? A lista vai triplicar, já no início de ano que vem (altura de pagamento de quotas), com aqueles outros que pagavam apenas por pudor...

Quem terá o CD ouvido para decidir?

3 de dezembro de 2008

A GERONTOLOGIA, OS CÃES E OS GATOS

Foto de: Sónia Cristina Carvalho in Olhares.com


A missão da profissão Médico-Veterinária na Sociedade é desempenhada, não só tendo o ser humano como o cerne da sua intervenção, mas também desenvolvida numa relação de grande proximidade do propósito centrado no bem-estar da humanidade.

A notícia no Portugal Diário ilustra bem o que acabo de dizer…

Vertentes de uma profissão que merece ser revisitada over anda over: “As clínicas veterinárias são muitas vezes um local de encontro e de partilha de experiências, especialmente para os que têm mais tempo disponível.”

…porque o objectivo central da Ordem dos Médicos Veterinários, a defesa do exercício da profissão veterinária, se deve plasmar num sentido de missão… aqui fica o meu contributo!

FRANGO DEPENADO

Tudo está bem quando vai bem… de acordo com o Diário dos Açores, os lusitanos vestiram a camisola amarela do consumo de frango na União Europeia.

Parabéns ao sector avícola pela recuperação das crises provocadas pelos nitrofuranos e gripe das aves, à Direcção-Geral de Veterinária por tão bem garantir a nossa segurança e ao bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários pelas politicamente correctas declarações, “…para quem a preferência dos portugueses pelo frango demonstra que os consumidores têm "confiança na carne de aves" e nos ovos…”

"Nem tudo poderá ser controlado a 100%, porque não há risco zero, mas no consumo de carne de aves eu creio que a população pode estar perfeitamente segura", disse à Lusa o bastonário da Ordem dos Veterinários, Sameiro Sousa…

Infelizmente não percebi a omissão, mas o papel dos Médicos Veterinários não é referido na notícia… nem superficialmente.

OMAIAA

Reproduzo a parte final de um comentário recente a “EM TEMPO DE CRISE””:

Um pequeno exemplo:
O OMAIAA – Observatório de Mercados Agrícolas e Importações Agro-Alimentares, criado pela Assembleia da República, tem como membros, entre outros, a Ordem dos Médicos e a Ordem dos Engenheiros. A Ordem dos Médicos Veterinários não está presente. Alguém explica porquê?

@bona


Já em 11.09.2003 o “Veterinário precisa-se…” protestou em A BIOÉTICA E O EXCESSO DE VELOCIDADE, pelo facto da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) não ter sido convidada a integrar o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida… Na altura predisse “A OMV vai de certeza reagir! Vai uma aposta?”… acho que perdi a aposta.

A participação da profissão, através da OMV ou não, em matérias de relevante interesse social deixa de facto muito a desejar… como aqui inúmeras vezes foi mote de conversa… Sublinho apenas mais uma: a participação da profissão na concepção, promoção e participação em políticas de Desenvolvimento Rural, na componente Pecuária obviamente, e em particular no que se refere à promoção dos produtos ditos de qualidade.

O OMAIAA é apenas mais um infeliz exemplo da menoridade com que somos vistos no plano societário e no domínio da intervenção política.
Estou mortinho para ver qual a abordagem reservada ao tema no Plano de Actividades que será apresentado (e seguramente aprovado por maioria) na próxima Assembleia-Geral da OMV.

2 de dezembro de 2008

ALERTA AVIÁRIO

Já se sabia que seguir na pista de algo ou de alguém pode ter efeitos colaterais indesejáveis e por razões várias… o que estava até agora por equacionar, era o efeito do transporte de galinhas, em veículo aberto, para quem viaja na retaguarda dos mesmos… de artigo a publicar na Revista de Saúde Pública, de que é co-autora Ana Rule, investigadora da Universidade Johns Hopkins.

1 de dezembro de 2008

SOL NA EIRA E CHUVA NO NABAL…




…só se for Veterinário Municipal (VM)!

Este blog quase se estreou com o tema… o segundo post aqui colocado a 30 de Julho de 2003, era precisamente dedicado à Autoridade Sanitária Veterinária Concelhia.

Passados mais de cinco anos, afigura-se-me que o conteúdo daquele texto se mantém actual: desafortunadamente, a intervenção do VM continua desregulada, resultando mais da capacidade de iniciativa do próprio VM e/ou da Câmara Municipal em causa e/ou da relação entre ambos, que da lógica de estruturação dos Serviços.

Poderia a intervenção/estratégia da Associação Nacional dos Médicos Veterinários dos Municípios (ANVETEM) ter desencadeado, pelo menos, uma discussão sobre o assunto, mas não… seria no entanto muito injusto não acreditar na capacidade e vontade da direcção recém-eleita para modificar este panorama e relançar a discussão sobre o papel do VM.

A começar pela duplicidade do seu estatuto.
Por muito conveniente que seja depender de duas entidades distintas (Câmara Municipal e Direcção-Geral de Veterinária –DGV-), é óbvio que a prazo tal estatuto será indefensável na quadro da Administração Pública, mesmo que outras razões não justificassem a revisão desse enquadramento.
Aliás, enquanto correia de transmissão da Autoridade Sanitária Veterinária Nacional a nível municipal, nada justifica que o VM não seja enquadrado na verticalização dos Serviços Veterinários.
Ou seja, o VM continuava a exercer as suas funções e com o atributo geográfico que hoje já tem, só que passaria a estar enquadrado (100%) no serviço das Direcções de Serviços de Veterinária da DGV… simples!

A passar pela vacinação anti-rábica.
O que é que justifica os moldes desta campanha? Perdoem-me os poucos VM que planeiam e organizam uma campanha decentemente e anualmente introduzem as alterações decorrentes da experiência de anos anteriores, mas a grande maioria dos VM nomeados para esta campanha executam-na em moldes muito pouco aceitáveis e em clara concorrência desleal, como aqui já referi.
Para além da polémica que resulta do ciclo anual de vacinação com recurso a vacinas que oferecem uma cobertura imunitária de dois e mais anos, subjaz a questão: se a vacinação faz parte das atribuições do VM porque razão ainda se mantém o pagamento de uma compensação?
Se a Administração quer, de qualquer modo, garantir a vacinação anual, por razões epidemiológicas transcendentes, porque razão não adjudica o serviço aos privados? Vislumbro mil entidades dispostas a concorrer a esse serviço.

E a terminar com a delicada questão dos conflitos de interesse.
O quadro de competências do VM está definido pelo Decreto-Lei nº 116/98, de 5 de Maio, sendo ainda de considerar a proposta de alteração da ANVETEM.

Apontando a Administração Pública para o “Reforço da deontologia do serviço público e para o exercício de funções públicas com carácter de exclusividade”, o dever de isenção e a existência de conflitos de interesses, resultantes da actividade do VM, assim como a potencial confluência de interesses financeiros, estão colocados na ordem do dia.

As actividades privadas desenvolvidas pelos VM, concorrentes com as funções que exercem na Administração Pública, desenvolvidas de forma permanente e habitual, dirigidas ao mesmo círculo de destinatários, são conhecidas e notórias.

Basta ter em conta o quadro legal referido para enunciar exemplos gritantes:

Como garante o VM a prevenção da saúde e do bem-estar animal, a protecção da saúde pública, e a higiene, salubridade e segurança dos géneros alimentícios de origem animal, quando na generalidade dos casos, o mesmo VM mantém uma relação de trabalho privada com os mesmos destinatários daquelas medidas?

Como pode o VM dirigir o centro de recolha de cães e gatos, quando o proprietário do animal é seu cliente no centro de atendimento que dirige nas ditas horas fora de serviço?

Como assegura o VM, numa perspectiva de intervenção oficial, a avaliação das situações que visam a salvaguarda e protecção da Saúde Pública Veterinária, quando os visados são membros da Organização de Produtores Pecuários (OPP), de que também é coordenador?

Expliquem-me, como se eu fosse uma criança de 10 anos, como é possível ao VM assegurar tarefas de inspecção higio-sanitária, quando os inspeccionados são simultaneamente seus clientes, enquanto Médico Veterinário que exerce por conta própria ou coordena e executa as actividades da OPP?

As perguntas continuam… fico-me por aqui, só para não alongar.

Admito que os três pontos referidos não sejam para resolver “já amanhã”, compreendo até a imediata antipatia que muitos VM atribuem a estas reflexões, mas estou certo que a prazo esta discussão será inevitável. O que é que a direcção da ANVETEM antecipa?

O pior será mesmo não querer mudar nada, ou pior ainda, não querer sequer discutir o assunto e ouvir opiniões.
Se os três pontos referidos não fazem qualquer sentido, então é bom que a ANVETEM se prepare com pareceres “sumarentos” que sustentem o contrário, pois o Estado prepara-se para levantar aquelas questões e não é de certeza por o “Veterinário precisa-se…” ter falado disso.