O conceito de rotatividade (turnover) não tem nada a ver com o mecanismo de gestão adoptado pela Direcção de Serviços Veterinários da Região Norte.
De facto, a rotatividade refere-se ao número de funcionários que entra e saí de uma organização/empresa num determinado espaço de tempo (termo que julgo ter raízes no Brasil).
Ora a notícia do "Diário do Minho", de 29 de Dezembro refere-se não à rotatividade mas à rotação de trabalhadores.
Esta rotação de trabalhadores numa organização visa o combate à rotina e à monotonia, permitindo que novos desafios, novas tarefas e novas oportunidades sejam oferecidas.
Trata-se portanto de mecanismo de gestão não aplicável à intervenção do Médico Veterinário Inspector (MVI).
O MVI desenvolve uma intervenção que requer uma formação académica superior, que não se repercute em actos manuais de mera rotina. O MVI tem um papel líder nos estabelecimentos de abate.
Propor que a ele se apliquem regras de rotação, equivale a desvalorizar a sua intervenção. Foi o que foi feito pela Direcção de Serviços Veterinários da Região Norte, com o aplauso da Associação de Matadouros e Empresas de Carnes de Portugal (AMECAP).
Que no programa de trabalho anual do MVI seja considerado um período de aproximadamente 10% (25 dias) para on-the-job training, uniformização de procedimentos e partilha de experiências, em outras unidades de abate, compreende-se, mas um esquema permanente de rotação conduz à quebra de procedimentos, impossibilidade de implementação de regras e condutas, desligamento dos objectivos centrais da própria Inspecção Sanitária.
Por isso duvido muito da bondade das declarações do presidente da AMECAP e desafio a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) a dar o seu parecer.
Do Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários espera-se que peça esclarecimentos ao Ministro Jaime Silva sobre as iniciativas que tomou na sequência do pedido de averiguações formulado em Março de 2008.
17 de janeiro de 2009
TURNOVER
Pareceu a Clint às 23:00
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