7 de agosto de 2003

BZZZZZZZZZZ

Varejas, mestre do disfarce e do bom gosto, decide contaminar o tanque-mor.
Tudo começou num belo dia ensolarado de um belo mês de Inverno, em que a criatura, logo pela manhã, se olhou no seu espelho mágico perguntando:"espelho meu, espelho meu, haverá neste país, veterinário mais belo do que eu?"
Ora o espelho, cansado de levar porrada e estar já transformado em vitral, decidiu que era melhor jogar pelo seguro... A resposta era óbvia... E o Varejas, criatura de QI baixíssimo,enche-se de si e levanta voo (após várias tentativas frustradas) em direcção ao aterro sanitário de Munhoz, onde já o esperavam os outros convivas.(BZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ).
O objectivo era claro! Chafurdar para encher a barriguinha e ganhar forças para destapar o ralo de um certo tanque cuja água, ainda algo potável, lhe fazia macaquinhos na cabeça, e onde nadava, fora d'água, um peixinho enga(la)nado que lhe andava a fazer frente desde o ano anterior.
Só havia um pequeno grande entrave - o polvo e o caranguejo* - que desse tanque entravam e saíam sem pedir licença a ninguém, e que punham e dispunham, sendo tão imprevisíveis que poderiam a qualquer momento tapar para sempre o dito ralo...!
Para prever objecções ( este Varejas é um grande estratega ), o melhor seria começar a espalhar desde já o esmegma da varejada por terras do além-tagus, onde andam todos tão atarefados que não percebem o que lhes vai acontecer.
E talvez também mais ao norte - quem sabe alguns desavisados escorreguem na mais do que óbvia falta de opção para reencher o tanque... Afinal, não há um ditado que começa - "mudam as moscas ..."?! E esta sempre é uma vareja!!!
Pois bem, se alguém conseguir identificar estes factos, saiba que a semelhança que têm com a realidade é mera coincidência, mas ganha desde já uma maravilhosa viagem ao aterro sanítário de Munhoz, para ver com os seus próprios olhos como se reproduzem as mosquinhas.
*o polvo, o caranguejo e o peixe são personagens de "A menina do Mar" de Sophia de Mello Breyner. Quanto ao Varejas, pode vir a tornar-se um personagem dos nossos sonhos mais tenebrosos, bem como tornar igualmente tenebrosa a nossa realidade.

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