2 de abril de 2008

O RURAL E O URBANO

Contributo para a discussão sobre o rural e o urbano: imagine-se apanhado por um “aperto” no meio do monte… a casa de banho mais próxima fica a 5 quilómetros… o que fazer?
Diferente naturalmente se estiver no jardim das Freiras em Chaves “à mão” da casa de banho, do snack-bar, do outro lado da rua…

Tempos houve em que alguma coisa de “rural” ficava nas traseiras dos prédios de habitação. Mesmo no coração da cidade, não havia Rés-do-chão que não tivesse um pequeno quintal/jardim, onde pontificavam umas árvores de fruto (recordo uma nespereira e principalmente o vizinho, seu proprietário…), umas cenouras ou umas alfaces e sempre flores, mas sempre verde, não era raro um galo, umas galinhas ou uns coelhos…

A pouco e pouco o urbano passou a ser sinónimo de aço (de preferência inoxidável), cimento e esterilidade biológica… as avenidas desapareceram, os espaços verdes, nas que ainda existiam, deram lugar a estacionamento, pior… as zonas rurais marginais foram sendo empurradas, belíssimos terrenos de cultivo ocupados por mais casas e arruamentos (quem no Ministério da Agricultura deu parecer favorável à inutilização desses solos?)…

Há já quem defenda a criação de “zonas rurais” à semelhança das “zonas industriais”, numa total perversão da gestão do espaço físico.

Não quer isto dizer que esteja contra o Código de Posturas Municipais de Chaves… muito pelo contrário, causa-me contudo muita impressão, enquanto Veterinário, que o espaço rural senso lato, incluindo por isso matas e bosques, baldios e monte, seja hoje visto como algo desagradável, mal cheiroso (deve ser do cheiro da bosta de vaca), infecto, rude (como os que lá vivem), ruidoso (há lavradores que até andam de tractor fora de horas), deselegante e até perigoso.

A própria classificação de ruralidade, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), baseada em factores demográficos e de natureza socio-económica, favorece esta delimitação total e absoluta entre rural/urbano, e a conquista do espaço rural por um urbanismo “desenfreado”.

O que esperar: maior abandono ou marginalização, a biodiversidade vista pelo canudo dos parques zoológicos e quintas pedagógicas, a paisagem pelos postais de viagem, os recursos aquíferos encanados, os solos mais lixiviados, o ar com cheiro a fumo em vez de bosta de vaca, o bem-estar-animal pelo trimming dos bois a concurso pecuário, a floresta pelo que nos disseram os nossos avós…

Enquanto e não, o Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), consagra uma abordagem LEADER (Ligação Entre Acções de Desenvolvimento da Economia Rural), nas mãos de Grupos de Acção Local (GAL), onde infelizmente pouco se sente o contributo que os Médicos Veterinários poderiam oferecer.

9 comentários:

Anónimo disse...

Com a merda que os urbanos têm feito não admira que as coisas andem trocadas...o rural se sinta urbano ....e...o ....urbano se sinta rural...

Só falta mesmo o CONDE dar mais créditos aos rurais ...ou aos urbanos...já agora tanto faz...

Nas voltas a Portugal ,á nossa custa o Conde anda a vender o seu peixe, mais créditos pra cá outros pra lá....mas sente dificuldades....deve ser por causa do ...IVA... então esse crápula ainda não viu que já não consegue enganar ninguém...até os dele já viraram o bico ao prego....


Mas que grande prego é esse tipo....sem vergonha...

Se ao menos o gajo tivesse feito algo positivo...mas PORRA só fez merda...

HIÓIDE @

Anónimo disse...

Quando dizemos: Que antipático é fulano, devíamos dizer: Que antipático lhe somos

Anónimo disse...

Hioide @

Este é dos tais que nem é Rural, nem Urbano que são GENTE, antes um rústico!

Só falta o Conde vir a considerá-lo vet, era mesmo o que faltava, alguém que pensasse.

Escafoide@te

Anónimo disse...

Escafoide-te...

vai levar na bunda ...seu indiGENTE...

isso é o que tu és...não te confodas com gente...

ufa...escafoide-te...és nada...


pion@ise

Anónimo disse...

esses programas são desenhados por ...inginheiros...tipo os do Inglês técnico...pppppalém disso os vetes eram finos demais para se envolverem em programas como estes...

O que fez o SINDICATO?..........
O que fez a ORDEM?..............
O que fizeram as SOCIEDADES da CLASSE?....


Nada....Andaram a dormir....qual ZOMBIES


Agora é ....chorar ....a sério.....e chuchar no dedo..........



@lfa roba

Anónimo disse...

E o que fez cada um de nós? Já cansa ouvir justificar a incapacidade de cada um com a Ordem, o Sindicato ou qualquer outra Associação. Apesar da critica que essas associações possam merecer é altura de assumirmos as nossas próprias responsabilidades.

Clint disse...

Como se depreende pelo "editorial" do "Veterinário precisa-se...", não se prende responsabilizar ninguém, nem tão pouco ser consciência da profissão e das Associações que a representam...
Sem pretensiosismo, nem limites (talvez os da ética mas pouco...) pretendemos simplesmente reflectir sobre o trajecto de uma profissão...

Considero pois argumento ad hominem abusivo, as eventuais referências ao carácter dos “semiólogos de serviço” quanto à assunção de responsabilidades…

Anónimo disse...

Não se referia o comentário a quaquer reflexão expressa no "Veterinário Precisa-se...". Antes sim aos ataques inconsequentes que pululam neste espaço de comentários.

Clint disse...

OK!
Concordo que há comentários que se limitam à injúria ou ao insulto...
Como já aqui referi, será preferível assim, ao invés de impôr (para já) regras diferentes de acesso aos comentários!