10 de fevereiro de 2009

ÍNDICE DO PODER DE DESVIRTUAR (2)

Margarida Alves (*) salta para o seu Clio prateado, onde a lama dos dias chuvosos deixou marcas. Colada no lado de dentro do pára-brisas, uma pinça plástica, de gosto duvidoso, “segura” a lista de explorações a visitar nesse fim-de-tarde.

Desde que recentemente foram impostas restrições à circulação de bovinos, devido à ocorrência de “Língua Azul”, Margarida não tem tido mãos a medir. Os fins-de-tarde prolongam-se por vezes até bem tarde... saltitando de lugar em lugar lá vai emitindo guias sanitárias de trânsito.

Não perde muito tempo com cada um... o exame do estado geral resume-se à percepção de evidentes sinais de disfunção funcional...
Come ? Bebe? Coxeia? Muito bem... mostrem-mo cá! Hummm... OK!

No final emite a competente guia modelo 250 e a respectiva nota de honorários. Coisa pouca, entre 7 e 10 euros.

Seria de esperar que uma qualquer exploração pecuária, cumprindo requisitos de certificação impostos pela legislação e pelos próprios serviços, sustentada na responsabilidade do criador, pudesse estar livre destas obrigações... pelo menos nos casos em que, de facto, essas obrigações são cumpridas.

Os factos falam por si... Margarida ainda não recusou a emissão de uma única guia, o que significará que o risco sanitário pela supressão das mesmos seria despiciendo.

Mas assim não acontece, continuando a circulação de bovinos dependente da sua emissão.

Mas como quem não tem cão caça como o gato, houve quem, atento às subtilezas da Saúde Animal na Lusitânia, tenha descoberto como obviar a maçada: em vez de circular para outra exploração, aproveita o dia de feira e circula para a mesma e depois, então, para a exploração de destino.... poupa-se uma guia sanitária.

Nem a imposição de uma guia sanitária faz sentido, pelo menos na maioria dos casos e muito menos nas actuais condições climatéricas, nem o sistema adoptado revela grande coerência, por deixar em aberto a circulação via feira/mercado de gado.

Assim se vai desvirtuando o sentido de missão dos Médicos Veterinários.

(*) nome fictício, mas com inscrição em vigor na Ordem

6 comentários:

Anónimo disse...

E quem decide destas coisas???


Sempre o mesmo, aquele que não paga as quotas na sua ORDEM, o tal 626, o PINA ladem...

Mudem-se estes gajos , não é só o ministro a ser contestado estas nódoas devem seguir para a rua(como disse o outro , PARA OLHO DA RUA...)


Hoje ficámos sem sede da ORDEM, a TSF noticiou que aquilo é para a PJ...


PORRA...assim não dá....

Anónimo disse...

Infelizmente o poder de desvirtuar começa nos próprios veterinários. Quem não conhece o caso da veterinária do Grande Porto que emite guias muitas vezes sem verificar os animais? e leva bem mais barato por isso...
E as OPP´s que preferem estes veterinários aos que verdadeiramente executam a observação do animal? e quem controla isto?
Vamos atribuir um limite de cabeças de gado por veterinário! Assim poupámos a «margarida» e outros veterinários que não tendo mãos a medir executam o serviço de forma precária.
Ah, e claro, os produtores fajutos também, multando-os.

Anónimo disse...

A "fictícia" tem as quotas pagas ou é como o pina ladem?


e andam gajos e gajas a fazerem-se por médicos veterinários sem pagarem as quotas!!!!

Anónimo disse...

olha,olha, há aqui pessoal muito desfazado da realidade!as próprias DIV emitem guias sanitárias ao balcão!e a custo do papel!quem é amigo da lavoura quem é?

Anónimo disse...

Adivinha

Quem é o dirigente quem é ele que anda num afã a praticar vacinações de lingua azul?

Anónimo disse...

Adivinha

Quem é o dirigente quem é ele que anda num afã a praticar vacinações de lingua azul?