Em Portugal, não existem quaisquer estatísticas de ataques de cães... apenas as notícias na comunicação social, nem sempre muito sérias, por distorção e viés, vão dando uma pálida ideia da realidade.
Se dúvidas houvesse, as apresentações a cargo da Direcção-Geral de Veterinária (DGV) no 1º Encontro de Saúde Pública Veterinária do Porto, que ontem teve lugar no auditório da biblioteca municipal Almeida Garrett.
As medidas legislativas olham sempre, e só, de soslaio, as raças de cães ditas perigosas, o que parece não ser suficiente em matéria de relação segura com o “melhor amigo do Homem”.
A detenção responsável é vista pela rama do abandono e a identificação electrónica como um mecanismo de potencialmente permitir penalizar os “maus detentores”, como aliás os fins da base de dados oficial.
Qual a incidência de mordidelas em Portugal? Que cães atacam? Qual o padrão desses ataques? Quem são os mordidos? Crianças, jovens, adultos, idosos? Todos? e em que proporção? E com que gravidade? Quais as consequências físicas e emocionais? Quem e/ou o quê desencadeia o ataque?
As perguntas são muitas, mas não existem respostas, o que nem sequer seria grave se houvesse um plano, uma estratégia, dos Médicos Veterinários, para “atacar” esta falta de informação.
O assunto merece a urgente atenção da Profissão, das autoridades (DGV à cabeça), das Escolas, dos Médicos e da Sociedade Civil.
Três princípios importaria desde já introduzir: promover iniciativas com base numa interacção segura (em vez da detenção responsável), sejam de carácter legislativo ou outra; estabelecer uma rede de colheita de dados envolvendo diferentes entidades e, com base na experiência colhida, estabelecer a prazo um sistema uniforme de recolha de dados; desencadear uma estratégia de prevenção dirigida sobretudo a pais e crianças, através dos Médicos Veterinários (práticos, oficiais ou outros).
2 de abril de 2009
O SEU CÃO MORDE?
Pareceu a Clint às 23:22
2 comentários:
Totalmente de acordo caro CLINT.
As tuas intervenções são, em regra quase geral, mais do que pertinentes e mereceriam (falo em nome próprio excusivamente) comentários, discussão e contraditório sempre que necessário.
Contudo, confesso que o "meio" informático é-me hostil por imperdoável ignorancia prática, o que , a mais das vezes me leva a desistir, mesmo antes de iniciar qualquer "prosa".
É verdade que muito haveria a fazer com os "PACOTES" de informação (que não só a relativa à matéria que agora abordas)existente nos diversos Serviços da DGV, mas a natureza dos seviços públicos foi INSTITUCIONALMENTE PREVERTIDA e, prova disso está eloquentemente vertida nos "objectivos"(?)omnipotentes , omniscientes e omnipresentemente definidos.
QUEM OUSA USAR A INTELIGENCIA, PARA SOBRE O "SIADAP" E QUEJANDAS MODERNICES, COGITAR E OPINAR...QUESTIONANDO A SUA DÚBIA UTILIDADE E PIOR APLICAÇÃO?
Como relata o AL GORE no seu livro "REINVENTAR A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA",aquando dos inquéritos preliminares levados a efeito pelos especialistas, um "velho" civil servant da Administração dos EUA, QUANDO PERGUNTADO SOBRE A RAZÃO POR QUE NÃO TRANSMITIA SUPERIORMENTE AS JUDICIOSAS IDEIAS SOBRE O QUE A SUA EXPERIENCIA LHE DITAVA PARA MELHORIA DA EFICIENCIA E EFICÁCIA DOS SERVIÇOS, RESPONDEU :
"PREFERIA SER SUJEITO A UMA LOBOTOMIA"!!! dando a adivinhar ao inquiridor QUE "DILÚVIO" LHE CAIRIA EM CIMA... se a tal se atrevesse.
Não vai ser fácil proceder à reinversão do "status" actual, de "mercenarismo" obediente e acrítico, pelos valores do SERVIÇO PÚBLICO que animaram os "cotas" que nos precederam, já não há lugar para inquietos e impenitentes (?)"CRUZADOS"; mas,por outro lado, nunca como agora é INSTANTE TRAVAR O COMBATE.
SOLDADOS NÃO FALTAM!
VAMOS A ISSO.
Edmundo Pires
E não querias mais nada?
Só quem anda distraído precisa de estatísticas e ainda acabava por chegar à conclusão que a origem dos ataques tinha justificação no comportamento dos atingidos.
Também me parece asneira relacionar as razões da conduta oficial com qualquer base de dados, porque nunca serviu, nem serve para isso.Têm obrigação de criar medidas legais para disciplinar a posse e detenção de cães com essas características e fazer aplicá-las!
Certamente que há mesmo pessoas que não têm condições psicológicas, sociais e estabilidade afectiva para se responsabilizarem por animais potencialmente perigosos ou agressivos.
Os veterinários têm que fazer o seu papel que é informar os proprietários dos comportamentos e das formas para lidar com esses animais, ensinar a testar a sua sociabilização para não pôr em risco quer quer que seja, sobretudo os mais indefesos(crianças e idosos).
Quem sabe se não era de comparar o que é feito nalguns países para se poder fazer adaptações!
A Ordem deve ter alguma coisa a dizer ou não?
Ah, O bastonário nomeou um GT para estudar o assunto!
Kadete
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