24 de fevereiro de 2009

ÍNDICE DO PODER DE DESVIRTUAR (3)

Nem sequer discuto a política seguida na Administração Pública de avaliação do desempenho. Na base, o sistema continua a ser profundamente injusto: a promoção continua a incidir na conveniência e na conivência.

De facto, muitos vícios do sistema não são fáceis de quebrar, sendo proporcionais à qualidade das chefias intermédias e sobretudo à inexistência de acordo sobre o esquema de gestão dos recursos a prosseguir e da estratégia mais adequada a esse fim.

Enquanto a Administração não for reinventada, incluindo a Administração Veterinária, continuaremos a assistir, ao nível dos serviços executivos, a enormes confusões entre objectivos e desempenho.

A definição de objectivos e o estabelecimento de indicadores sem critério, assentes na precipitada vontade de concretizar actividades e por isso centrados na eficiência, em prejuízo da eficácia, reflecte-se negativamente nos serviços prestados à comunidade.

Um bom exemplo é o da definição de objectivos pessoais baseados no número de inspecções a explorações pecuárias (quantidade) tendo em vista o licenciamento/registo ou questões de condicionalidade (qualidade).

Assim para muitos Médicos Veterinários Oficiais, a definição de objectivos, que se repercute na progressão na carreira, refere-se ao número de visitas a efectuar, sem qualquer critério de qualidade associado, a não ser o preenchimento de uma check list.

Para além do nível de exigência técnica e científica sem praticamente nulo, o sistema encoraja o desligamento de um contacto mais profundo com os criadores, num processo de motivação e estímulo da actividade pecuária, assim como a realização do maior número de visitas em detrimento da qualidade das mesmas.

Perdem os criadores, cada vez mais empurrados para níveis de organização da sua actividade para os quais ninguém os preparou, perde a profissão, porque se remete a um papel de mediocridade intelectual.

Assim, a actividade do Médico Veterinário Oficial, ao invés de promover a actividade pecuária, encorajar o crescimento e qualificação dessa actividade, ser factor de desenvolvimento rural e económico, não... por força (também) de um sistema de avaliação do desempenho mal concretizado, essa actividade funciona em contracorrente.

Com a melhor das intenções (admito), estamos a desvirtuar o objectivo mais nobre da regulamentação da actividade pecuária e da aplicação das regras da condicionalidade: a matar essa mesma actividade.

6 comentários:

Anónimo disse...

Também sinto o desvirtuar da profissão nos serviços oficiais, mas também vejo muita passividade por parte dos colegas que aceitam tudo a troco da classificação.
Há colegas a fazerem serviço de fiscais de obras, como acontece na Câmara de Lisboa, vão verificar se a chaminé existe, se a torneira foi montada, se a discoteca faz barulho, preenchem 10 páginas de papel sobre rodapés, paredes, baldes de lixo, colheres de pau, etc. e no entanto não tomam posição se o comerciante estiver a anunciar rabo de boi por chambão ou verdinhos por pescadinhas.
Tudo isto também porque quem os dirige é ignorante na arte
Os atritos entre colegas agudizam-se

Anónimo disse...

por isso


2009 Ano Internacional do GORILA

Anónimo disse...

Sem especular!

Os exemplos são muitos de falta de eficiência em toda a Administração Pública e naturalmente que também na Veterinária.

Porque a falta de uma cultura de exigência está instalada na actividade oficial, acima de tudo por desmotivação dos intervenientes face à arbitrariedade, espírito de subserviência e impreparação técnico- científica, para lá da ausência de formação nas áreas próprias da administração e também legais.

Isto não se resolve de uma vez se não se atacarem as causas, que nada tem a ver com os modelos, mas sim com os protagonistas, esses a precisarem de uma reciclagem completa.

Fácil é acusar apenas os responsáveis máximos, mas nada de mais errado, porque eles só lá estão porque dirigem gente, na maior parte das situações, com falta das condições que enunciei.

A classificação é mais um pormenor da inexistência de verdadeiros estímulos que façam com que as pessoas se sintam bem com o que fazem e, caso os tenham, nem necessitam da definição de grandes objectivos.

São assim as suas qualidades e formação que geram a falta de interesse e responsabilidades as verdadeiras razões deste ambiente na maior parte dos serviços públicos.

As chefias servirão apenas para dar a motivação extra e fazer funcionar o trabalho em equipe, sem o que nenhum modelo pode ser exequível.

Também não creio que a actividade privada lide com pessoas tão mal preparadas, caso em que se sujeitam a que o mercado as elimine em função da baixa competitividade.

Sovet

Anónimo disse...

Texto muito oportuno.
A Administração Pública e a Administração Veterinária em particular têm que perceber que o declínio da actividade produtiva significa o seu próprio fracasso. A apreciação que a sociedade fará dos seu desempenho nunca poderá ser favorável se o país, a cada ano que passa, depende cada vez mais de outros para se alimentar. A Administração deve colocar-se a sério como parceiro responsável em toda a cadeia produtiva (Nova Extensão Rural?) e não ceder à tentação fácil de se remeter à função de polícia cega e dócil dos ditames burocráticos de Bruxelas. A irrelevância para que caminham a agricultura e pecuária nacionais implicará o seu próprio colapso e extinção.

Anónimo disse...

SOVET e COMPANHIA


Está tudo mal o catano...

Portugal tem oitocentos anos de história alguns negaram a Pátria e foram-se,outros andam por aí acoitados,fazendo que fazem sugando....


Vamos ter tino e responsabilidade...algumas coisas funcionam não foi este famigerado PRACE ou as avaliações Socráticamente impingidas por nulidades de assessores e outros mais, pandilha já conhecida doutras lides, do tempo do Soares...Guterres e mesmo da camarilha laranja que tem estado à mangedoura...que vieram trazer algo de inovador, bom ou verdadeiramente revolucionário....antes pelo contrário....como alguns dizem se Salazar estivesse vivo vinha tratá-los....


Estes não ouvem, mas porra, decidem mal como o catano. Acredito que no fim vão ser corridos com o voto daqueles que eles enganaram....
Vão mas é avaliar o catano....

O SOVET(também conhecido como SOVINA) é um chefe de caca....
com a avaliação do SIADAP era moço de recados!!!!!chefes só os bons....tu és dos maus....
estás referenciado....

Anónimo disse...

É inútil!

Alguns só conseguem olhar para SI, não se dando conta que os outros pensam pela própria cabeça e não são "paus mandados".

Passaste-te com essa do Salazar!

O que é que andas a fazer? Não te deste conta que os tempos mudaram?

Põe-te fino...ou ainda te lixas a ti próprio com essa confusão que andas a fazer!

Sovet