6 de abril de 2009

ALV

Difícil era pior! A prestação do Conselho Directivo (CD) da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV). Sabia-se um Conselho de transição até às eleições em Dezembro, mas dedicar-se apenas a revogar umas quantas decisões do anterior CD, sem contrapor outras (fosse qual fosse o critério), já era confrangedor...

Quando, de repente, se admitiu que algo fosse acontecer, com a convocação de uma reunião inter-conselhos... a OMV voltava-se para os seus eleitos (em vez de gabinetes criados sem critério de eleição), eventualmente para definir estratégias e tomar rumo.

Não! Apenas para discutir o mal amado “Regulamento [agora dito] de Acreditação e Creditação de Acções de Formação”, que se deduz ser, por esse destaque, a prioridade das prioridades do CD.

Poderia até ser um princípio, só que o projecto é mau, tão mau, ou pior, que o apresentado pelo anterior CD. Explico porquê!

1. O conceito subjacente neste processo, que interessa realmente destacar, é o da Aprendizagem ao Longo da Vida (ALV). Sobre o tema toda a Europa vêm discutido, senão antes, desde o Conselho Europeu de Lisboa em 2000. Foram até estabelecidos diferentes programas de investimento.

Parecia pois lógico que a OMV investisse num Regulamento incidindo na ALV e não estritamente na Acreditação de Acções de Formação.

Tratam-se de abordagens estratégicas totalmente diferentes. A que agora é proposta pela OMV limita-a a entidade Acreditadora de acções de formação (conceito deveras restritivo), em vez de promotora do processo de ALV.

Basta pensar na multiplicidade de áreas de intervenção profissional e na diversidade de actividades de formação, para compreender que, um sistema de Acreditação pela OMV das acções de formação destinadas a Médicos Veterinários, seria extremamente limitativo.

Assim, a primeira grande alteração a introduzir é de natureza estratégica e plasma-se numa profunda revisão do projecto de Regulamento, que contemple a ALV e não apenas acções de Formação, senso lato, e a sua Acreditação pela OMV.

2. Por outro lado, o projecto apresentado coloca a OMV numa posição passiva de entidade Acreditadora e não de promotora das iniciativas que possam enquadrar esquemas de ALV, o que representa uma abordagem erradíssima.

São múltiplos os exemplos do papel da Ordem neste plano: identificação de actividades de aprendizagem não formal e informal, comuns na actividade dos Médicos Veterinários; promoção e estabelecimento de plataforma de e-learning; promoção e financiamento de acções de formação que constituam resposta a procura específica em áreas de menor oferta; etc. etc.

Ou seja, para além de regular, a OMV deve promover o sistema de Aprendizagem ao Longo da Vida e procurar as formas de financiar as acções de carácter formal.

3. A Formação e Qualificação Profissional na OMV revelou-se, num passado recente, no estabelecimento de um Conselho que, segundo recordo, foi institucionalizado na última revisão estatutária, agrupando membros do CD do Conselho Profissional e Deontológico, dos Conselhos Regionais e das Comissões Instaladoras dos Colégios de Especialidade. Porque razão não se prossegue de acordo com essa orientação e se cria agora um “Gabinete de Qualificação e Formação Profissional”?

Alguém sabe quem faz parte desse Gabinete e quais os critérios seguidos na sua constituição? Não deixa de ser curioso, para não dizer preocupante, o silêncio sobre este tema, pois não augura nada de bom sobre os processos internos da OMV.

Para quem tanto perorou sobre a opacidade de que se revestiu o projecto do anterior CD, chegaram a se insinuados interesses obscuros com entidades privadas organizadoras de cursos de formação, esperava-se um exemplo diferente.

4. Os créditos são agora de valorização profissional (CVP), sem que a inovação seja explicada em relação à anterior designação de Créditos de ALV. Também a renovação da carteira profissional fica no tinteiro. Mesmo que concordasse, ficam por explicar as razões da alteração e por quanto tempo se mantém o diferimento.

Como espera o CD que possamos compreender as alterações introduzidas se as mesmas não são explicadas cabalmente? Onde está a profunda reflexão sobre o assunto e a ampla discussão no seio da Classe, prometida no plano de actividades? Onde está a participação de “todos” os membros?

5. Realmente o processo de auscultação da profissão não deixa de ser sui generis... o que foi anunciado por correio electrónico em “alertas da OMV”, na sequência de uma reunião inter-conselhos, é esclarecedor pelas omissões e contradições.

Refere-se um projecto de regulamento, para adiante se referir que o CD vai solicitar ao Gabinete de Qualificação e Formação Profissional “...uma proposta sobre estas acções de formação e sua quantificação (CVP...)”...

Refere-se o papel de “motor” daquele Gabinete na promoção do processo, sem se explicar qual o combustível, o número de cilindros ou o regime a que vai funcionar... bom mesmo era que fosse um motor híbrido.

Para rematar, o CD promete levar a proposta do Gabinete a uma futura Assembleia-Geral (extraordinária? quando?)... isto para um CD sem grande calendário e em ano de Congresso.

Como se a balbúrdia não fosse já muita, o CD mantém no seu site um inquérito anacrónico, mal elaborado, cujo preenchimento dirige o incauto à concordância de que a Formação se esgota em acções de carácter formal. É esta a participação que se pretende da profissão?

Gostaria de constatar estar apenas em desacordo com a estratégia e projectos deste CD, mas o problema é bem mais grave: o CD avança aos zigue-zagues, sem liderança e ideias concretas, muda de ideias conforme a ressonância das opiniões. Quanto à matéria aqui em discussão meteu-se numa confusão de que vai tentar sair fazendo aprovar seja o que for para mostrar serviço.

Começa a ser tarde para todos, vamos andar anos a pagar por tanta trapalhada!

4 comentários:

Anónimo disse...

PREPARE-SE A SAÍDA DESTA CANALHAGEM!!!



PELA PORTA pequena ou pelo buraco do GATO...

Anónimo disse...

Sem comentários.
Vamos de mal a pior

"Praquistão"

Anónimo disse...

Então vamos de novo ao CE...



Está no blog vizinho a comunicação de um jantar de vaga de fundo aos bons serviiços prestados pelo SS na ORDEM...


Estas convocatórias expressas por BIOESTUPOR, BICHONA da AJUDA e TÒ dos PORCOS...conta com o apoio do próprio homenageado...a telefonar a alguns...


Parece que o INTER-CONSELHOS foi avassalador...mais de metade das ideias que eram para aprecerem foram surripiadas há última da hora...sendo praticamente um velório aquilo que a rapaziada veio fazer a Lisboa...os do CD estão vazios de ideias e obra...


Hoje já não há dúvida a ordem está parada, esclerosada...dissociada da profissão...a continuar assim o melhor é acabar ou esta gentalha sair de mansinho e aparecer uma comissão de gestão unitária e credível...até haver eleições sem marionetes ou afilhados.


Isto não pode continuar assim!!!
Vou passar a alinhar contra.

Fiquei desiludido com este grupelho, agora posso dizer assim.Sempre pensei que teriam a estaleca do RRibeiro mas não...são ignorantes!!!

Anónimo disse...

Isso!

Chama o RR para então a festa ser de arromba!

Não te esqueças do EdTonto!

Não vês que escolheram o melhor que tinham...mas é tudo muito fraco!!!

Só tem falta de ideias, quem esgotou as que tinha, mas estes disseram que iam fazer, até apresentaram um programa eleitoral e um plano para o que pensavam fazer... dá é muito trabalho, muito mesmo...!

Só palavras bonitas e boa rapaziada, só que não servem para estar na Ordem!

Alkimista