21 de dezembro de 2003

COBIÇA, CORRUPÇÃO E PREPOTÊNCIA.

Saber mandar é sinónimo de saber avaliar a natureza humana e em consequência saber estabelecer correctos juízos de valor.

Há figurões, sem pingo de moral, que fazem do acto de mandar, comandar, dirigir… um processo que se esgota na vaidade da ocupação do cargo ou tão-somente no egocentrismo do exercício da autoridade.
Estes cavalheiros (ou damas), têm uma concepção da vida centrada no seu poder, nos seus privilégios, nas suas mordomias… muitas vezes insignificantes e mesquinhos.
Para eles (ou elas) o poder é um fim em si mesmo e não um meio de realização de um projecto, de um programa, de uma missão… ao qual se apegam cegamente, na prossecução dos seus interesses pessoais.
À frente dos Serviços que tutelam não promovem qualquer eficiência, não têm outros objectivos que não sejam usar a organização para os seus próprios interesses.

Nem sempre é fácil usar um Serviço desta maneira e por isso é sempre conveniente colocar uns quantos "amigos" em outros lugares chave, numa lógica de cumplicidade assente numa corrupção mais ou menos descarada.
O mecanismo é lógico e simples: levar uns quantos, geralmente em situação de relativa fragilidade (financeira, intelectual… mas sempre moral) a renegarem os próprios princípios morais (e o homo lusitanus é tão susceptível…)
Nestas circunstâncias a criatura corrompida torna-se tão amoral como o corruptor (não venha depois chorar lágrimas de crocodilo).

Obviamente que todos os amoralizados leitores destas linhas concordam comigo… eu sei! Não raras vezes aqueles de quem falo são igualmente capazes do difícil exercício intelectual de estreitar a mente à evidência, à verdade…
Aquilo que vulgarmente se designa por estupidez ou hipocrisia.
A quem me refiro? Aceito sugestões! Aqui fica um pequeno auxiliar (o manual de procedimentos será fornecido apenas a pedidos dirigidos ao redactor):
a) Dificilmente se encontram elogios públicos na sua boca (atenção, sublinho públicos, porque em privado e na lógica de corrupção antes enunciada, são capazes de o fazer), ao invés, as alusões, por vezes subtis, à sua própria pessoa e suas próprias capacidades, são frequentes.
b) Se alguma coisa corre mal a responsabilidade é sempre dos colaboradores, mesmo que essa responsabilidade seja imputada através do silêncio e da ausência de um juízo imparcial, muitas vezes como forma implícita de deixar uma ameaça no ar.
c) Frequentemente, para não dizer sempre (só porque em algumas circunstâncias procuram retirar benefício pessoal das ideias alheias), toldados pela inveja (ou ciúme), impedem a concretização de uma proposta, criando dificuldades artificiais à concretização de uma ideia, atrasam e adiam decisões, refugiando-se em processos administrativos ou em ritualismos que derivam de burocracias ou rotinas instituídas, quase sempre sem qualquer fundamento legal ou regulamentar.
d) Quando chegam a dirigentes criam a falsa ideia de que antes deles a organização, que agora comandam, vivia nas trevas, que tudo o que foi feito antes ou construído antes de si, foi errado ou desajustado, sendo por isso necessário apagar esse passado, esvaziando e desvalorizando o empenho e entrega dos que a dirigiram.
e) No extremo usam de vingança ou da sua ameaça permanente, criando por vezes um ambiente insuportável de pressão constante sobre subordinados e colaboradores.

A quem dos embasbacados leitores interessar, que fique claro que esta é apenas uma modesta tentativa de contribuição para a reforma da Administração Veterinária.

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