16 de dezembro de 2003

TEORIA DO BISSOFÁCIO

Perdoar-me-á um antigo colega de Liceu pela apropriação da "teoria do bissofácio", cuja autoria, terá sido a prova de filosofia mais bem-humorada da época.
Tal apropriação justifica-se pela bicefalia ou melhor, pelas duas faces que dão corpo às eleições para a Ordem dos Médicos Veterinários.
De um lado a "face de Estado", ortodoxa na ética, firme (para não dizer teimosa) nas decisões e em qualquer dos casos, determinada e coerente, goste-se ou não da personagem, concorde-se ou não com o rumo definido e esteja-se ou não à vontade perante algumas das decisões tomadas.
Do outro lado a "face da alternativa", conjuntural e alinhada com o status quo actual do país (no seu pior), etérea (para não dizer vazia) nas propostas e, de qualquer modo, empenhada na vitória, ambiciosa, distribuindo risos a todos e mais alguns, dando uma no cravo e outra na ferradura, goste-se ou não da criatura, concorde-se ou não com o remix que é o programa de candidatura, esteja-se ou não satisfeito com a sua vacuidade.
São estas as duas faces da profissão e só isso daria pano para mangas de discussão e reflexão sobre o futuro da profissão: quem a vai dignificar? Quem irá promover o cumprimento de tantos regulamentos? Quem irá motivar as escolas a produzir um Veterinário mais qualificado, mais profissional e sobretudo mais preocupado com o colectivo?
Agora já se sabe!

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