Completamente de pernas para o ar… perdeu-se todo o discernimento!
A condução dos casos de doença em Seara – Ponte de Lima e o destaque dado pelos jornalistas ao caso, foram a todos os títulos dignos de crítica, tudo o que o "nosso" médico disse sobre o caso… foi pouco.
Para rematar, só a história que nos foi dada, uma vez mais, diligentemente pela TV no jornal da tarde de hoje: Começaram as operações de desinfestação de jardins, parques infantis, arruamentos, muros e outros locais públicos em Seara.
A jornalista de serviço informa que se trata de um acaricida (com um nome destes deve ser eficaz), mas logo o Médico Veterinário Municipal esclarece tratar-se de uma substância designada por amitraz (até rima com eficaz…): no mercado existe apenas uma apresentação comercial (vamos omitir propositadamente o nome e empresa) e essa está apenas indicada para aplicação em banho ou pulverização de ovinos, bovinos e suínos e não em instalações ou locais.
Havendo produtos bem mais baratos, indicados para o tipo de desinfestação pretendida, porque razão se optou por esta metodologia?
Existem, por outro lado, empresas especializadas em desinfestações, não se entendendo a opção pelo "faça você mesmo", estando em causa garantir uma determinada eficácia.
Mas bem pior que tudo isto subsistem razões de natureza científica que toda a gente parece esquecer: sem colheitas sistemáticas de exemplares de carraças, ao longo dos meses, não é possível conhecer os ciclos de vida dos parasitas, susceptíveis de permitir um combate eficaz, resultando a iniciativa da Câmara de Ponte de Lima em operação baseada em suposições sem qualquer valor prático.
Gostaríamos, de qualquer modo, conhecer que suposições foram essas: que carraças esperam eliminar (ovos e larvas incluídas)? Será esta aqui, a carraça castanha do cão?... que reproduzimos com a devida vénia da Public Health Pest Control.
Rhipicephalus sanguineus
Que efeito residual tem o produto aplicado e em que se baseia tal suposição? Qual foi a concentração utilizada e que suposta reinfestação se pretende evitar? Quantas são as gerações destes parasitas que o clima de Seara "permite"?
Continuarão a comunidade científica e os Serviços Veterinários imperturbáveis ou aproveitarão a oportunidade para repensar o levantamento parasitário do país, conjugando os esforços que muitos vêm desenvolvendo pontualmente aqui e ali, potenciando intervenções que já são habitualmente desenvolvidas no meio rural?...
4 de outubro de 2004
A DOENÇA MISTERIOSA… OUTRA VEZ!
Pareceu a Meryl às 14:51
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