Temos uma sociedade cada vez com mais pontos de conflito em áreas tão distintas como as respeitantes às capacidades do próprio ser humano (aspectos físico e psíquico), ou as relativas à sua própria organização social, por exemplo nos campos da Justiça, do Conhecimento e dos Recursos Naturais.
De facto, vivemos numa sociedade em que estão a ser frequentemente atingidas situações no limiar da tolerância, revelando-se as ultrapassagens aos limites como a forma mais cómoda de fazer face à sobrevivência. Até parece que se enraizou nas gentes que o melhor modo de estar na vida é adoptar comportamentos radicais, embora por enquanto isto não esteja a ser bem entendido..... Muitas vezes, tais comportamentos não são mais do que a reacção normal (natural) às fragilidades da Razão perante as contrariedades da vida, a qual é demasiadamente madrasta para um tão grande número de pessoas à nossa volta. Alguns destes comportamentos geram violência, enquanto outros somente revelam o desejo de atingir notoriedade, uma notoriedade nem que seja à custa da morte, ou de enormes sacrifícios. O que é preciso é ter visibilidade porque a sociedade a premeia demasiadas vezes ainda que sem critério decente. Frequentemente, parece que caminhamos para o caos, para a alienação, persistindo uma notória contradição entre “aquilo que eu digo e aquilo que eu faço”, quer no seio da família, quer nas escolas, nos “media” e, inclusivamente, no próprio governo da Nação. Vivemos numa sociedade sem rumo definido onde quase tudo está escravizado à pressa, à economia e à mediocridade, enquanto o Indivíduo vai perdendo a sua identidade e os sucessivos governos não atingem nem os objectivos mais banais.
Numa sociedade assim, como é que as crianças e os jovens poderão aprender, pelo menos, civismo e solidariedade?
- A governação, face aos variados problemas, porque adopta procedimentos do tipo “bombeirista” por serem eles os que mais favorecem a captação de votos. (Combate o incêndio mas não previne).
- Todos nós, face à ausência de “espírito crítico”, porque não sabemos exigir que, além das medidas avulsas, sejam postas em execução outras que visem atacar o âmago dos problemas, mesmo sabendo-se que os resultados só poderão aparecer decorridas algumas gerações;
- Os políticos em geral porque “queimam alguns neurónios disponíveis” em lutas de partido em vez de se empenharem em problemas mais exigentes em termos neuronais.
Por tudo isto, é um “novo português” que se reclama; um lusitano – que se perdeu não sei quando – que faz falta formar-se desde o Jardim-de-infância e a quem também se ensine a cantar o hino nacional; a não ter vergonha de se comover quando o ouve e a não ter receio de que os políticos de esquerda lhe chamem “fascista”, porque, acima de tudo, também deverá aprender a amar o País e o próximo.
Estamos carentes de algo que nos una, nos anime e nos orgulhe! Não temos fome dos populistas que procuram confundir-nos, nem queremos que continuem a desacreditar a Democracia.
28 de outubro de 2004
UM “NOVO PORTUGUÊS”
Pareceu a Anónimo às 13:34
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