1 de março de 2009

CULTURA API

Sempre defendi que os Serviços Veterinários deveriam promover uma ligação com os produtores, muito mais aprofundada, em nome da eficácia na aplicação dos programas sanitários em curso. Essa ligação deixa, hoje em dia, muito a desejar, também no que se refere à produção apícola.

Não significa isto que o Estado não tenha investido na apicultura... tem, quer no âmbito da promoção do controlo sanitário (ajuda presentemente suportada pelo Plano Apícola Nacional), quer no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural.

A notícia da sapo levanta pois um velho vício: ânsia por investimento (API), mais do que por responsabilidade, técnica, mecanismos de gestão e eficácia na aplicação dessas verbas.

Não tem razão o presidente da Federação Nacional de Apicultores de Portugal (FNAP), Manuel Gonçalves, muito menos pela ligação que sugere entre a aparente mortalidade nos colmeais e o pagamento de ajudas financeiras.

Tem razão a Autoridade Sanitária Veterinária Nacional quando afirma não existirem estudos que comprovem a fuga e morte de abelhas, reclamada pela Associação de Apicultores do Litoral Centro (Luso), através das declarações de Andrea Chasqueira, na notícia referida como “especialista” em apicultura, ainda que omitindo a ligação da técnica em causa àquela Associação.

Peca a notícia por várias imprecisões, a começar pela questão fulcral não se basear em nenhuma avaliação criteriosa, (“...Apesar de não existirem resultados científicos...”) e não ter qualquer relação com as estatísticas avançadas, que aliás revelam um saudável aumento do número de colmeias por apicultor (cerca de 38%).

Quanto à questão dos especialistas na matéria, gostaria de conhecer a opinião das respectivas Ordens.

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