14 de março de 2009

INCONFORMADO E OPTIMISTA

Acredito que a história das instituições, como aliás a História, se faz de ciclos, de altos e baixos, de crises e de farturas.

Por isso o meu inconformismo com o percurso errático da “minha” Ordem, a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), não é desprovido de optimismo. O estado a que chegámos revela um leque de oportunidades, novas soluções e novas iniciativas, numa palavra: outro ciclo.

Um mês passou sobre os primeiros 100 dias dos “novos” Conselhos Directivo (CD) e Profissional e Deontológico (CPD) e os sinais da sua capacidade de intervenção são confrangedores e vergonhosos.

1. SEDE DA ORDEM
O plano de actividades afirmava que do evoluir da situação seria dado conhecimento aos membros da OMV. Pespegada mentira.
Novidades há muitas e o assunto continua a ser tratado pelo CD de forma envergonhadamente reservada.

A verdade é que a Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa, com a conivência do CD, vai embolsar 5 milhões de euros com a cedência do imóvel e com isso resolver a sua difícil situação financeira e respirar de alívio por mais uns anos, enquanto que a OMV vai ter que deixar a “Escola” com as embambas às costas, sabe Deus para onde (como aqui ficou bem retratado).

Foi o Bastonário enganado com a promessa de que um local digno seria encontrado para reinstalar a OMV, sublinhado pelo silêncio (ensurdecedor) do presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências Veterinárias (SPCV), aliás membro eleito do CPD.

2. APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA
O processo foi prometido resultar de uma profunda reflexão no seio da Classe... onde é que ela está?
Nem sequer o calendário do que pretende fazer foi divulgado pelo CD.

A única certeza é que o CD que tanto perorou contra o “projecto Resende”, não só tem em carteira um ante-projecto que em nada fica a dever à mediocridade do anterior, como mantém integrais os aspectos mais criticáveis do mesmo: o processo de renovação da Cédula Profissional, a confusão entre formação profissional, experiência profissional e aprendizagem ao longo da vida, total passividade no processo de promoção de acções de aprendizagem, ignorância sobre as deliberações do Conselho da Europa sobre o assunto...

Quem é que pode ficar indiferente ou conformado perante tanto desvio daquilo que foi prometido? E queria o CD acabar em grande com a aprovação do “seu” projecto a 4 de Outubro de 2009?

3. REPRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL
O Bastonário é “...a mais alta dignidade da Ordem... e seu representante perante o Estado”, sendo por isso equipado a Ministro.
Lamentável por isso a forma displicente como o “nosso” Bastonário se dirige a um Ministro, quer na forma como faz uso da língua portuguesa, quer no estilo linguístico, quer mesmo na selecção de prioridades que o fazem dirigir-se-lhe por escrito.

Recordo as críticas (justas) da presidente do Conselho Fiscal, Profª. Conceição Peleteiro, à redacção do plano de actividades apresentado pela anterior direcção da OMV (recordo a referência bem humorada do nosso vizinho à Moderna Gramática Portuguesa). Fico pois a aguardar o parecer sobre a missiva que o actual Bastonário remeteu ao Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.

Desafio mesmo o CD a fazer publicar essa carta na revista da OMV.

4. CENTROS DE ATENDIMENTO MÉDICO VETERINÁRIO
Sem subsídios do Estado, investimentos a fundo perdido ou subvenções da Administração, os Médicos Veterinários criaram no país uma rede de Centros de Atendimento cujo papel em termos de Saúde Pública, apesar do seu carácter totalmente privado, não pode ser negligenciado.

Apesar disso, o respeito que o CD atribuí a esses Centros e aos seus Directores Clínicos é revelador de uma postura errática e sem critério. Em causa a cobrança, a título de adiantamento de 50%, da taxa de vistoria para certificação do Centro, apenas porque um determinado número de Centros foi vistoriado e não pagou essa vistoria.

Então o que faz a OMV quando alguém se inscreve e depois não paga quotas? Porque razão continuam esses Centros publicitados no site da OMV? Qual é a proporção de Centros nessas condições por área de Conselho Regional (CR)? Que iniciativas foram desenvolvidas pelos CR para promover o encerramento desses processos e cobrar as taxas em causa? e quais as razões detectadas?

“Mediante o diagnóstico é favorável o prognóstico.”... onde é que eu já ouvi isto?

Em resumo: está na hora de encerrar este ciclo e retomar a vontade de muitos, a começar pelos colegas que entraram na profissão nos últimos 10 anos, acreditar na sua capacidade, na sua disponibilidade e motivação para que a OMV entre num novo ciclo.

4 comentários:

Anónimo disse...

E os C.R. que fazem?? O que dizem?? Não são eles que a nível regional sentem como a profissão está??? Também nos venderam?? O que os faz ficarem calados??

Anónimo disse...

Não é suposto haver uma reunião periódica entre os C.R. e o CD????

Anónimo disse...

Nem todos os CR têm permanecido calados. Ouvi dizer que lá para o Norte para alem das posições criticas que vêm assumindo se prepara qualquer coisa em grande...

Anónimo disse...

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é um ruído ensurdesedor!!!!!!!!!!!!


é só bóóóóóóóóstia...

de verdade!!!!!!!!!!!!!!!