24 de maio de 2009

CANIS: PRIMEIRO O QUE VEM PRIMEIRO

A notícia da Rádio Condestável, repercutida de imediato pela nossa vizinha ANVETEM suscita algumas questões, não resultantes deste projecto de Canil Intermunicipal em particular, mas da visão, missão, fins e natureza deste tipo de projectos.

Uns vêm nestas iniciativas o suporte à captura de cães vadios/errantes e os aspectos de Saúde Pública subjacentes, outros a protecção dos animais abandonados e a possibilidade de os conduzir para adopção. Há projectos que resultam de pressões locais sobre as Autarquias, promovidas por associações de defesa dos animais; outros resultam de objectivos mais ou menos altruístas dos edis ou de imposições legais.

Na maior parte dos casos o funcionamento dos canis está condicionado por aspectos conjunturais: capacidade do canil (numero de capturas versus adopções/abate), interesse/empenho dos MVM, pressões de outras entidades interessadas, dinamismo das comunidades intermunicipais, etc. etc.

Eventualmente seria estulto pensar numa realidade perfeita, onde todos estes interesses não fossem jogados de forma desajustada, mas mesmo que assim não fosse, caberia à profissão Médico Veterinária manter e defender uma doutrina única, apenas condicionada pelo bem estar da população e a protecção e bem estar dos animais., sem prejuízo da valorização e aperfeiçoamento da sua capacidade de intervenção enquanto grupo profissional.

É pena que a este propósito, e tal como defendido pela Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) e o Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários (SNMV) junto da Federação dos Veterinários da Europa (FVE), não seja seguida a orientação estratégica aprovada “Uma profissão, uma visão, uma voz”.

Em primeiro, o que está primeiro: o controlo das populações animais.

Para tanto há questões muito simples a exigir, e em particular a serem defendidas e promovidas pela profissão Veterinária, por quem tem a função de a representar, e se for possível, em sinergia com outras Associações Profissionais: o registo e identificação obrigatório de cães, a esterilização de cães e gatos e, se necessário, por razões de Saúde Pública, a eutanásia de animais vadios (executada por Médicos Veterinários utilizando métodos humanos e científicos que garantam o bem estar animal).

Nem se pense que o “Veterinário precisa-se...” inventou alguma coisa... infelizmente não... limitou-se a “espreitar” a Convenção Europeia para a Protecção dos Animais de Companhia e a apresentação da FVE relativa às actividades da Federação na área do Bem Estar Animal.

Em segundo plano, e não menos importante: a OMV deve bater-se para que os seus membros assumam maiores responsabilidades na promoção do bem estar animal, defendendo e apresentando a visão da profissão junto dos cidadãos, instituições e órgãos do Estado e da Administração, propondo o reforço desta disciplina na formação Veterinária e nos esquemas de Aprendizagem ao Longo da Vida.

Tudo o mais nos transcende... mesmo que esse “mais” possa fazer parte de um plano de cooperação com a intervenção do Médico Veterinário.

1 comentário:

Anónimo disse...

Está na hora de acabar com as palhaçadas na classe.

Estamos para tratar dos nossos animais...mas bem!!!

Topa o que já vai na Ordem (ou Desordem) dos advogados...Pegou a instabilidade...o Conde foi tramado...deixou sementes por aí...será que se está a rebolar de gozo???

Primeiro...quem deve ser primeiro!