26 de setembro de 2004

ACABOU A DOENÇA MISTERIOSA

Foi finalmente esclarecido o “mistério” que “atacou” na Aldeia de Seara, em Ponte de Lima. O Instituto Ricardo Jorge acabou por identificar o agente causador da doença que alimentou o noticiário televisivo durante alguns dias e que pelo seu teor chegou a “alarmar” as pessoas que vivem na dita aldeia e arredores e quiçá algumas outras, menos avisadas, no resto deste atrasado país.
A extrapolaçâo para o caso do jornalista não especializado, autor das reportagens televisivas, faz-me lembrar aquela anedota do “feijão no ouvido do paciente.”
E agora? Esclarecido o caso, acabou-se o manancial produtor da notícia!
Que teria acontecido SE o director clínico daquele hospital durante a entrevista tivesse dado a sua opinião sobre qual seria o agente infeccioso e, agora, o veredicto do Instituto não a confirmasse? Cairia o Carmo e a Trindade com a agravante da opinião pública – estimulada pelo tom agressivo do entrevistador televisivo – passar a ser altamente desfavorável sobre o dito médico quando isso em nada adiantaria! O público teria ficado melhor esclarecido?
Só sob uma opinião induzida, alguém, mesmo que ignorante, pode pensar que um médico – só por ser médico – perante uma situação semelhante nunca erra.
Enquanto as condições não mudarem – o que será impossível enquanto se quiser empolar o acontecimento para dele se extrair material para mais notícias – fará muito bem qualquer entrevistado acautelar-se!
Ou o senhor jornalista ao dar conta do que conseguiu com uma notícia vulgar - que não merecia ser A Notícia - colmatou o exagero “recolocando o feijão no ouvido do paciente”?
Caberá agora à Autoridade Veterinária local o papel de actuar convenientemente e fornecer à população as informações adequadas.

Sem comentários: