29 de setembro de 2004

QUE DIABO DE MANEIRA DE SER POLÍTICO (in cauda venenum)

As páginas 6 e 7 do jornal Público de 04.09.22 formam um conjunto notável sob vários aspectos quanto aos conteúdos dos artigos inseridos, embora na presente oportunidade apenas me apraz sublinhar contradições.
No escrito pelo Ministro do Ambiente sobressai uma seriedade de propósitos que por não ser usual nos políticos é digna de reparo, embora – por ser escrito por um ministro – não deixe de ser lamentavelmente ingénuo;
No subscrito pelo jornalista e licenciado em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras do Porto, Joaquim Fidalgo, sobressai uma ironia que só não classifico de invejosa por acreditar que ela não existe no carácter deste jornalista, embora o que foi escrito pudesse ser dito dum modo menos contundente para o visado a quem não é justo culpá-lo por uma situação não criada por ele mesmo.
No artigo “A Floresta de Enganos de António Barreto”, subscrito pelo Prof. Pedro Teixeira da Faculdade de Economia do Porto, atribui a António Barreto a intenção de arranjar um “bode expiatório” fácil, embora reconheça o mal que se tem feito na educação em Portugal, para de seguida espraiar-se em considerações apenas com o intuído de ilibar a Esquerda das culpas que lhe foram assacadas por António Barreto;
Na coluna de Eduardo Prado Coelho – doutorado em Teoria da Literatura – me parece algo criticável o recurso que usou para pôr em cheque o ministro Nobre Guedes, recorrendo à expressão: “Enviaram-no para uma pasta, a do Ambiente, em que não se lhe conhecia a menor preparação.....” Será que o doutoramento em Teoria da Literatura e os vários cargos em que o Prof. Prado Coelho tem sido investido são de molde a conferir-lhe a autoridade bastante para partir do princípio que cada ministro deva ser um expert em todos os assuntos da sua “pasta”?
Curioso é também a coincidência de três indesmentíveis ataques à direita terem sido publicados em páginas contíguas de modo a que quem abra o jornal se depare de imediato com todos os artigos. Há muitas coincidências deste género.
Aliás de há muito que parece existir uma estratégia de pressão constante contra o governo de modo a atingir-se o desidrato daquele velho adágio: “Água mole.....”

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