9 de setembro de 2003

RIR OU TROÇAR ?

A soma total de todas as experiências pelas quais já passei absolutamente nada valeu para fazer de mim um crente nas boas intenções do Estado no que diz respeito à nova Reforma da Administração Pública e muito menos no que ela acabará por representar na eficácia do funcionamento do todo poderoso MADRP......
Quebrar a rotina burocrática, não se trata dum exercício literário ou dum problema a resolver com um simples diploma e muito menos ela se conseguirá sem uma boa dose de coragem política para afastar da Função Pública pelo menos quem a ela se oponha (mesmo em surdina). O que está em jogo na reforma que se pretende é, fundamentalmente, uma mudança de mentalidade. Na prevista reforma, precisamente no que respeita às chefias, que importância é dada à capacidade de liderança? Não é líder quem quer e se não bastasse saber-se isto, bastaria atentar no que se vem passando no próprio MADRP.......
Quantos funcionários em exercício têm orgulho em desempenhar satisfatoriamente as suas funções, mesmo sabendo que nunca receberão um simples louvor?
Por outro lado, para gerir por objectivos, é fundamental que no patamar de decisão em que essa gestão tiver de ser feita não exista a mínima possibilidade do patamar hierarquicamente superior utilizar o seu “orçamento”, quer para colmatar erros ou insuficiências do próprio orçamento mal elaborado, quer por questões de inqualificável moral. Como todos sabemos, no MADRP há “chefes” que no seu anel límbico parece terem apenas duas amígdalas atrofiadas......
No rol das “boas intenções”, até onde se pretende ir quanto a estes aspectos de liderança e de autonomia financeira? Embora aqui somente aludidos, todavia, estes aspectos são de extrema importância para se obterem bons resultados e se na próxima Reforma não forem devidamente tratados, mais uma vez ela não passará dum fracasso por terem sido deitadas por terra uma série de medidas mesmo que bem equacionadas e legisladas, entre elas a questão da “responsabilização” individual. Não bastará, portanto, que quem esteja debruçado sobre a elaboração da Reforma tenha boas intenções, um currículo fora do comum, mas sim que veja os problemas pelo lado de dentro...... Eles são muito complexos, mas as dificuldades não podem servir para mais tarde serem invocadas para justificar as insuficiências....
Para já dá vontade de rir!

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