3 de setembro de 2003

VET LUSITANO

No âmbito da organização do MADRP, por detrás das “contrariedades” inerentes ao desempenho das funções do Vet surge frequentemente arvorado em “chefe”, ou mesmo nos lugares cimeiros da hierarquia, um outro aborígene que - embora possa estar menos tecnicamente preparado, contudo, está sempre mais em concordância com os disparates que resultam da proverbial falta de estratégias (fortuna favet fatuis).........
É por esta razão que por vezes dá-me vontade de agarrar num alfinete e dar umas boas alfinetadas num político bem conhecido que - com PAC ou não; com Barragem do Alqueva ou não - foi responsável por muitos de grandes disparates e que, volta não volta vem a público apresentar opiniões algo discutíveis ainda por cima ignorando, tristemente, que há maneiras de abordar os mesmos problemas com maior utilidade para todos nós..................................................................................

No Chade, foram há pouco tempo desenterrados uns fosseis, restos dum hominídeo, a que os paleontólogos baptizaram com o nome Tomai. Será que na sua época ele era um “parolo” (como um que é bem conhecido por cá)? A investigação efectuada concluiu que este hominídeo tinha vivido há sete milhões de anos, pelo que passou a ser o nosso ancestral conhecido mais antigo. Até então o mais antigo era a Lucy, encontrada no Quénia, cuja existência fora reportada a cinco milhões de anos. A Lucy, aquela que ficou conhecida por Eva Africana !
Se pensarmos que a agricultura passou a ser uma pratica corrente somente a partir de 15-10 mil anos atrás (não havia PAC, nem Barragem do Alqueva, nem políticos), não podemos deixar de concluir que cinco ou sete milhões de anos é um tempo imenso que até é difícil de conceber-se.... Por isso, tudo quanto possa por ora ser dito sobre o que ocorreu durante tão grande período de tempo, necessariamente, até novas descobertas, não passará de pura especulação, embora por cá eu conheça quem se pareça mais com um Tomai do que com um primata evoluído.
Entretanto, sabemos que a principal evolução não incidiu sobre as características morfológicas porque, no essencial, o nosso esqueleto continua a ser praticamente o mesmo que o dos homens que gravaram as pedras do Côa, ou pintaram nas Grutas de Altamira, excepto, justamente, em relação ao tal que agora vem a público dizer mal por estar convencido de que ser da oposição a melhor atitude é mesmo essa! A minha alfinetada baseia-se, justamente no facto do Tomai de cá não saber que na evolução da nossa espécie, o que é mais espantoso é o que respeita à capacidade de transmitir o saber acumulado e não a força bruta. É que o nosso Tomai em vez de transmitir algum saber fica satisfeito dizendo mal por estar na oposição.......(Provavelmente não chegou a assimilar algum saber útil).
Sabemos que o conceito generalizado sobre Evolução está muitas vezes agarrado ao conceito de Selecção Natural, ou seja à ideia da sobrevivência dos mais “fortes”. Talvez seja esta a razão do seu habitual comportamento. Provavelmente centrou a sua atenção mais para os aspectos físicos...... da força bruta muitas vezes necessária no amanho “das lavras”..... Seja como for, esqueceu-se de que na sobrevivência da nossa espécie deve ter contado muito mais que a aptidão física a aptidão intelectual, ou melhor dizendo, a aptidão para transmitir aos descendentes o saber acumulado, fruto da “rede de informações” que possuímos (cérebro). Sabe-se que esta “rede” pode ser desenvolvida por meio de “estímulos” (mensagens), pelo que sou levado a admitir que o Tomai de cá tem um cérebro, em termos evolutivos, mais próximo do cérebro dum analfabeto do que do cérebro dum político.
Sinceramente, preferia estar enganado. De bom grado substituiria esta diatribe pelo reconhecimento de que o dizer mal só por si não tem, seja para quem for, algum significado em termos evolutivos......
( Só utilizei a pontinha do alfinete........).

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